Em maio de 2020, o sargento da polícia de São Francisco, David Radford, entrou em contato com a Tesla (NASDAQ:TSLA) com uma solicitação intrigante: a montadora poderia fornecer dados sobre o acesso remoto de um suposto perseguidor a um veículo? Uma mulher havia entrado na delegacia, visivelmente abalada, alegando que seu marido abusivo estava usando a tecnologia em seu Tesla Model X 2016 para persegui-la, violando uma ordem de restrição.
A Tesla também é negociada na B3 através da BDR (BOV:TSLA34).
O SUV permitia aos proprietários acessar remotamente sua localização e controlar outros recursos por meio de um aplicativo para smartphone. A mulher alegou ter encontrado um taco de beisebol de metal no banco de trás – o mesmo taco que seu marido havia usado para ameaçá-la anteriormente. Quando o sargento Radford pediu dados à Tesla para ajudar na investigação, a resposta da empresa levantou questões preocupantes sobre privacidade.
Esses casos de perseguição tecnológica em carros estão se tornando mais comuns à medida que as montadoras adicionam recursos sofisticados, como rastreamento de localização e controle remoto de funções. Entrevistas com advogados de divórcio, investigadores particulares e defensores contra a violência doméstica destacam essa preocupação crescente. Empresas como Google (GOOGL, GOGL34) e Apple (AAPL, AAPL34) estão trabalhando em salvaguardas para seus produtos, mas a extensão do abuso ainda é desconhecida.
A verdadeira extensão desse abuso ainda não foi quantificada. No entanto, a Tesla admitiu pelo menos um caso semelhante. A falta de divulgação detalhada desses incidentes levanta preocupações com privacidade e segurança.
Esses casos complexos destacam as considerações importantes que as montadoras enfrentam ao desenvolver tecnologias avançadas e levantam questões sobre a necessidade de proteger a privacidade dos proprietários de carros inteligentes.
A Tesla saiu vitoriosa. A mulher de São Francisco processou a Tesla por negligência, alegando que a montadora continuou a fornecer ao seu marido acesso ao carro, apesar de haver uma ordem de restrição contra ele. Ela buscava indenização monetária da Tesla.
No entanto, a Tesla prevaleceu no processo. A montadora argumentou que não tinha evidências de que o marido da mulher usou os recursos do carro para persegui-la, e que a ordem de restrição não especificava que a Tesla deveria agir de alguma forma. O juiz concordou com a Tesla, escrevendo que tanto a mulher quanto o marido tinham o direito de usar a tecnologia automotiva, e não ficou claro como a Tesla deveria determinar se as alegações eram legítimas.
A mulher e seu marido resolveram o processo em 2023 em termos não revelados. No entanto, o caso de divórcio entre eles ainda estava pendente, e a ordem de restrição contra o marido permanecia em vigor.