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B3 registra volume financeiro médio diário de R$ 22,489 bilhões em janeiro, queda de 11,9%

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A B3 registrou volume financeiro médio diário de R$ 22,489 bilhões em janeiro, queda de 11,9% na comparação com igual mês de 2023. Em relação a dezembro deste ano, o resultado foi 11,1% menor.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:B3SA3) nesta quarta-feira (14).

Os maiores volumes vieram do mercado à vista de ações, com R$ 21,445 bilhões na média diária, ainda registrando uma queda anual de 13% e de 10,8% na comparação mensal.

O número de contas ativas chegou a 5,861 milhões, 4,1% a menos do que um ano antes. Em relação ao mês anterior, houve alta de 1,5%. Os investidores pessoa física somaram 5,031 milhões, queda anual de 3,7% e alta mensal de 1,6%.

O número de empresas listadas ficou em 445, queda de 0,7% em relação a janeiro de 2023 e de 0,2% também em relação a dezembro. O valor de mercado das companhias subiu 10,9% na comparação anual e teve queda de 0,2% em um mês, para R$ 4,659 trilhões.

No mercado de derivativos e futuros, o volume de contratos subiu 28,2% na base anual e 17,8% ante o mês anterior, para 6,299 mil. Ainda no mercado de futuros, a receita média por contrato caiu 30,1% ante janeiro de 2023, para R$ 1,281. Em relação a dezembro, caiu 22,6%.

A B3 informou que a renda fixa registrou uma alta de 15% no número de investidores pessoas físicas (PF) em 2023, na comparação com o ano anterior O salto é de 14,8 milhões para 17,1 milhões de cidadãos com aplicações nessa categoria.

A maior procura por produtos de renda fixa também reflete no valor sob custódia (estoque), que foi de R$ 1,64 trilhão para R$ 2,1 trilhões alta de 30%. Entre os destaques estão os produtos de dívida corporativa, como debêntures, notas comerciais, CRAs e CRIs. Juntos, eles tiveram crescimento de 35% no total de investidores.

As debêntures, titulos de dívida emitidos por empresas que atuam fora dos segmentos imobiliário e financeiro, tiveram um
aumento de 103 mil investidores (28%), totalizando 471 mil pessoas. O saldo chegou a R$ 119,9 bilhões, o que representa alta de 24% no período.

Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) cresceram 51% em número de investidores pessoas físicas (155 mil) e 42% em saldo (R$ 100 bilhões) no período analisado.

Os CRIS (Certificado de Recebíveis Imobiliários), por sua vez, chegaram a 107 mil investidores pessoas físicas alta de 53%. O saldo em custódia atingiu a marca de R$ 24,8 bilhões – salto de 56% – no mesmo período.

As LCls (Letras de Crédito Imobiliário) têm o maior aumento de investidores entre as aplicações de renda fixa: são 58% a mais em dezembro de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. O saldo é de R$ 357 bilhões, com saldo mediano de R$ 15,3 mil.

Assim como as LCls, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são isentas de IR. O produto conta com 1.744 mil investidores, número 29% em relação a dezembro de 2022. O aumento de 37% do estoque (R$ 457,9 bilhões) reflete o desempenho positivo do setor durante os 12 meses da análise.

Entre os principais produtos de renda fixa também está o CDB título emitido por bancos. São 11,7 milhões de investidores pessoas físicas, alta de 12% em relação ao mesmo período de 2022, com saldo de R$ 712,3 bilhões e saldo mediano de R$ 6 mil.

Em relação ao RDB (Recibo de Depósito Bancário), houve alta de 11% no número de investidores (300 mil) e de 30% no saldo total, que alcançou o valor de R$ 33 bilhões.

TESOURO DIRETO

O programa que democratiza o acesso aos títulos públicos superou a marca de 2,5 milhões de investidores. O estoque cresceu 27% em relação ao fim de 2022, passando de R$ 99,6 bilhões para R$ 126,8 bilhões. O Tesouro IPCA e o Tesouro Selic são responsáveis por 75% do saldo total sob custódia.

As negociações do Tesouro Renda+ Aposentadoria Extra, lançado em janeiro de 2023 pela Secretaria do Tesouro Nacional em parceria com a B3, impulsionaram os números positivos. O título possibilita ao investidor fazer um planejamento financeiro para a aposentadoria, garantindo uma renda extra mensal pelo período de 20 anos a partir da data fixada para resgate.

Metade dos investidores do Renda* têm entre 25 e 39 anos, enquanto as pessoas a partir de 40 anos concentram 76% do saldo sob custódia. Os homens são a maioria dos investidores (65%), e as mulheres representam 35% do total. O produto fechou 2023 com estoque de R$ 1,6 bilhão. Do outro lado da linha do tempo, o Tesouro Educa+, voltado para rendimentos que serão utilizados para custear a educação dos filhos, também se destaca no balanço final do ano de 2023. O valor em estoque foi de R$ 152,4 milhões. A maior parcela das pessoas que investem (44%) tem entre 25 e 39 anos. Assim como no Tesouro Renda+, o Educa+ tem 76% do saldo sob custódia proveniente do público a partir dos 40 anos.

RENDA VARIÁVEL

Na renda variável, o valor sob custódia também aumentou. Passou de R$ 459 bilhões para R$ 551 bilhões, uma alta de 20%. E as pessoas físicas seguem ativas no mercado financeiro: 43% (1 milhão) fizeram ao menos uma operação de renda variável por mês e foram responsáveis por 14% do volume de negociação na bolsa. A quantidade de investidores segue estável em 5 milhões.

Na soma dos ativos de renda variável e renda fixa, há um total de R$ 2,6 trilhões sob custódia na 33, aplicados por pessoas físicas. O número de investidores excluindo duplicidades é de 19,1 milhões.

“A agenda da bancarização digital dos brasileiros nos últimos anos também abriu as portas para a oferta de produtos de investimentos de renda fixa e renda variável. Esse fluxo de abertura de novas contas digitais bancárias vem fluindo para o mundo dos investimentos, e é nossa tarefa, do ecossistema de investimentos, continuar eliminando as fricções do processo de entrada e criar motivadores e segurança para a jornada de longo prazo dessa nova geração de investidores”, afirmou Felipe
Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes, Pessoas Físicas e Educação da B3.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

O Bradesco BBI avalia os dados como neutros para a operadora da Bolsa brasileira, já que os volumes permanecem moderados, embora um tanto esperados pelo mercado neste momento. Analistas pontuam que o momento operacional da B3 ainda parece altamente dependente da melhoria das condições de mercado, o que provavelmente será o principal gatilho para uma reavaliação das ações.

JPMorgan

A equipe de research do JPMorgan, por sua vez, considera que a B3 teve um início de ano bastante contido, embora largamente esperado. A velocidade de rotação ficou em 122%, comparada a 136% em dezembro e 153% há um ano. Enquanto isso, a capitalização de mercado média permaneceu estável em relação ao mês anterior e aumentou 11% em relação ao ano anterior. Vale destacar que uma nova solução para blocos de negociação gerou um ADTV de R$ 4,1 milhões neste mês.

No caso dos derivativos, “as receitas (ADV x RPC x dias) diminuíram 10% em relação ao ano anterior, devido à composição (maiores taxas de juros em reais em comparação com as taxas de câmbio mais baixas) que impactaram o RPC (receita por contrato) médio”, explica JPMorgan. “No mercado de balcão (OTC), os números foram mistos, com os registros subindo apenas 1% em relação ao ano anterior, enquanto a custódia aumentou 14% em relação ao ano anterior.” Já os números da unidade de financiamento foram razoáveis, na avaliação do banco, com os gravames aumentando 27% em relação ao ano anterior, mas são menos relevantes para os resultados.

Para o curto prazo, o JPMorgan prevê um ADTV de R$30 bilhões para o 1T24, indicando um risco de baixa se as tendências pouco animadoras persistirem. O JPMorgan também mantém classificação neutra e preço-alvo de R$ 17, pois vê a B3 sendo negociada a 14 vezes o Preço/Lucro estimado para 2024. Nesse contexto, o banco americano continua a preferir a XP como a melhor opção para capturar potencialmente uma atividade de mercado de capitais melhor no futuro.

XP

De forma geral, a XP Investimentos vê o ano começando de forma bastante lenta. Os volumes permaneceram fracos e o ADTV de R$ 21,4 bilhões para o mercado à vista marcou o pior mês desde 2020. No entanto, a instituição financeira lembra que esse nível ainda está acima das médias diárias pré-pandemia.

Do lado da renda fixa, as novas emissões aumentaram 3,5% na base anual, mas caíram 19,2% na comparação mensal. Segundo relatório, a comparação sequencial é afetada pela sazonalidade histórica. O estoque manteve o seu forte ritmo (+16,9% A/A).

Por fim, a XP disse que continua a observar volumes fracos e não vislumbra quaisquer gatilhos para as ações no curto prazo. Com isso, reitera sua visão conservadora para a B3, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 16 por ação.

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