A Infracommerce seguirá em 2024 com um ritmo de investimento menor, passando a focar mais na manutenção dos negócios e a expansão orgânica, inclusive em outros países latino-americanos, disse hoje o vice-Presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores, Fabio Bortolotti, em entrevista ao vivo à TC News.
A companhia já vinha reduzido significativamente aportes desde o começo de 2023, depois de um ciclo de crescimento acelerado por aquisições a partir de 2021, quando abriu capital na bolsa. No terceiro trimestre de 2023, último dado divulgado, o CAPEX ficou 55% menor, na comparação anual.
“Tivemos essa mudança grande em 2023, e as pessoas tiveram que entender um pouco esse momento. Estamos buscando eficiência, muito mais que um crescimento muito elevado, mas sim de qualidade, mais sustentável”, disse Bortolotti. “Focar realmente focar em conquistar clientes, crescer a base atual. Acho que só com isso temos chão aí para muitos anos de crescimento”.
ESTRATÉGIAS
Dentro dessa estratégia, a Infracommerce (BOV:IFCM3) focará em expandir a base de empresas que usam seus serviços, inclusive em outros países da América Latina, que já respondem por 40% dos negócios e têm ganhado destaque.
“Tem mais oportunidades ainda, porque eles estão mais incipientes em relação ao Brasil em e-commerce”, disse o diretor. “O México, inclusive, é um país em que apostamos muito. Hoje temos um faturamento pequeno lá, mas com potencial de crescer bastante, como foi no Brasil e outros países maduros, há anos atrás.
Questionado sobre como vê o avanço de grandes players do varejo eletrônico, como Amazon e Mercado Livre, Bortolotti disse que eles na verdade apoiam as operações da Infracommerce.
“No final do dia, não é um concorrente nosso. Na verdade a gente ‘pluga’ nossas marcas no marketplace. A Amazon é relevante, tem ganhado espaço no Brasil. Não temos dados, mas vemos no dia a dia. E quanto mais crescerem, estamos ‘plugados’. É mais um canal de venda que adminsitramos para os clientes”, explicou.
A Infracommerce também está de olho no objetivo de passar a gerar lucro, embora o diretor não tenha comentado quando isso poderá ocorrer. A meta será apoiada por uma captação recente de R$400 milhões por meio de oferta subsequente de ações, concluída em dezembro. Além disso, despesas associadas a aquisições passadas também cairão gradualmente.
“Até chegar no lucro líquido positivo, temos muito claro esse caminho. Não divulgamos nenhum guidance para este ano. Mas, com juros mais baixos, e com a captação, vamos ter uma dívida líquida menor, vai ser uma evolução natural”, afirmou Bortolotti.