A Vulcabras fez uma nova oferta de ações para melhorar a liquidez de seus papéis, mas vai aproveitar o caixa reforçado para dar continuidade aos planos de crescimento, que passam por novas marcas e expansão das vendas ao consumidor.
“O movimento principal foi feito para gerar liquidez e destravar o valor da empresa. O ponto seguinte é reforçar a estrutura financeira por termos planos de crescimento orgânico e inorgânico”, disse Pedro Bartelle, presidente da companhia.
A fabricante de tênis esportivos, que é dona da Olympikus e tem as licenças de Mizuno e Under Armour, levantou R$ 500 milhões em um follow-on, sendo que os investidores estrangeiros responderam por 22%. Após a oferta, a participação dos controladores caiu de 69,9% para 64,8%.
Com mais papéis em circulação, a expectativa é que o papel fique mais atrativo aos investidores, levando à valorização.
Na visão de Bartelle, uma estrutura de capital reforçada aliada e a geração de caixa da companhia possibilitam a aquisição de novos negócios e que é . De acordo com ele, o parque fabril da empresa já comporta esse crescimento, caso novas marcas sejam adquiridas.
“A Vulcabras é uma gestora de marcas e esse mercado está em ebulição. A gente tem avaliado as oportunidades que surgem. E também queremos aumentar as vendas diretas ao consumidor”, explicou.
O executivo não sinalizou qual o negócio está no radar, mas afirmou que não teme uma concorrência entre as marcas já existentes no portfólio da empresa e que é possível fazer uma aquisição buscando uma performance melhor.
Em relação às vendas diretas, são dois os mecanismos. Uma é a abertura de lojas próprias e a principal aposta tem sido a Under Armour. Outro canal é o comércio eletrônico, que responde por 10% da receita da fabricante de calçados.
A Vulcabras (BOV:VULC3) está em período de silêncio devido à proximidade da divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2023, que acontece em 7 de março, mas Bartelle afirmou que os resultados seguem no mesmo ritmo do registrado nos períodos anteriores. Em 2023 até setembro, a receita da Vulcabras foi de R$ 2 bilhões, crescimento de 12,7%.
“Nós atingimos um resultado muito bom. Além do (planejado) crescimento inorgânico, queremos manter a saúde financeira, os resultados da empresa. Temos margens como prioridade. Temos orçado um crescimento (para 2024), mas não vai ser a qualquer custo”, conta.