O dólar teve mais uma sessão de quase estabilidade perante o real, oscilando menos de 2 centavos entre a máxima e a mínima do dia e refletindo a agenda vazia de dados relevantes aqui e no exterior.
Os ruídos de interferência política na Petrobras e na Vale tiveram pouca influência sobre o câmbio hoje. Lá fora, o dólar mostrava fraqueza frente a algumas moedas de países produtores de commodities devido à disparada no preço do petróleo. Por outro lado, a nova queda no preço do minério de ferro acabava por compensar parte desse efeito.
Reportagem do Valor divulgada hoje mostrou que a volatilidade do câmbio está nos menores níveis em quatro anos, refletindo os bons fundamentos da moeda brasileira e também uma queda de volatilidade de outros ativos de risco em nível global, com investidores acomodados com o cenário provável de início de cortes de juros pelo Fed apenas a partir de junho.
Nos próximos dias, a tendência é que a moeda continue andando de lado, até a reunião do Fed, na próxima quarta-feira.
O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,4% no mês passado, depois de ter avançado 0,3% em janeiro, mostraram dados de terça-feira. Nos 12 meses até fevereiro, os preços ao consumidor aumentaram 3,2%, de 3,1% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,4% no mês e de 3,1% na base anual.
Embora tenham vindo um pouco acima do esperado na base anual, os dados foram recebidos como benignos o suficiente para não interferir no plano de voo do Fed. Atualmente, a maior parte dos mercados financeiros espera que o banco central dos EUA deixe os custos dos empréstimos inalterados até junho, quando deve haver um primeiro corte.
“Ao cortar sua taxa de juros, o banco central americano eleva o apetite por risco dos investidores internacionais, induzindo um fluxo positivo em direção às economias com maior risco relativo, como as emergentes. Com a expectativa do início do ciclo de cortes nos juros americanos este ano, vemos uma boa oportunidade para se posicionar em emergentes”, avaliou o Inter em relatório nesta terça-feira.
No Brasil,o Banco Central deve cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual quando o Comitê de Política Monetária se reunir na semana que vem, a 10,75%, segundo probabilidades implícitas no mercado de juros futuros, mesmo em meio a preocupações com a pressão inflacionária no setor de serviços.
Apesar da relativa visibilidade sobre a política monetária, agentes financeiros ainda apontavam problemas na cena doméstica.
“O risco político referente a uma possível interferência do governo nas políticas da Petrobras acaba interferindo no processo de valorização da moeda brasileira; de repente isso pode dar uma atrapalhada na trajetória do real”, afirmou Riauba, da StoneX.
Os ativos brasileiros tombaram na última sexta-feira após decisão da Petrobras de não distribuir dividendos extraordinários e colocar os recursos em uma reserva estatutária. O receio é de que esse episódio possa termudado o equilíbrio de forças em um cabo de guerra entre o presidente-executivo da estatal, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que controla o conselho de administração.
O dólar à vista fechou em leve alta de 0,03%, a R$ 4,9762, após oscilar entre R$ 4,9643 e R$ 4,9880. Às 17h03, o dólar futuro para abril subia 0,12%, a R$ 4,9795.
Lá fora, o índice DXY caía 0,14%, para 102,810 pontos. O euro subia 0,19%, a US$ 1,0947. E a libra operava quase estável (+0,02%), a US$ 1,2797.
Data | Compra | Venda | Variação | Variação |
01/3/2024 | 4,9546 | 4,9547 | -0,36% | -0,0177 |
04/3/2024 | 4,9469 | 4,9475 | -0,15% | -0,0072 |
05/3/2024 | 4,955 | 4,9556 | 0,16% | 0,0081 |
06/3/2024 | 4,9446 | 4,9452 | 0,21% | -0,0023 |
07/3/2024 | 4,933 | 4,9336 | -0,23% | -0,0116 |
08/3/2024 | 4,981 | 4,9816 | 0,97% | 0,048 |
11/03/2024 | 4,9783 | 4,9784 | -0,06% | -0,0032 |
12/03/2024 | 4,9741 | 4,9742 | -0,07% | -0,0042 |
13/03/2024 | 4,9755 | 4,9756 | 0,02% | 0,0009 |
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