Na sexta-feira (26), a Chevron Corp. (NYSE:CVX) revelou os resultados do primeiro trimestre de 2024, período que se beneficiou significativamente do crescimento robusto na produção de petróleo, que quase atingiu a marca de 2 milhões de barris por dia, ultrapassando as expectativas do mercado. Esse sucesso decorre, em parte, das recentes aquisições que possibilitaram à Chevron aproveitar de forma eficaz os preços do petróleo sustentados acima de US$ 80 o barril.
A Chevron também é negociada na B3 através da BDR (BOV:CHVX34).
O lucro líquido da grande petrolífera caiu 16%, para 5,5 mil milhões de dólares, ou 2,97 dólares por ação, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, quando lucrou 6,57 mil milhões de dólares, ou 3,46 dólares por ação. A receita de US$ 48,72 bilhões caiu em relação aos US$ 50,79 bilhões do ano anterior e ficou aquém das expectativas dos analistas.
A divisão de refinação da Chevron nos EUA registrou uma significativa queda nos lucros, que foram reduzidos pela metade, alcançando US$ 453 milhões. Internacionalmente, a situação foi ainda mais crítica, com os lucros das operações de refinação caindo quase 60%, para US$ 330 milhões.
Na área de petróleo e gás nos EUA, a Chevron observou um aumento de 16% nos lucros, atingindo cerca de US$ 2 bilhões, impulsionado por um volume de vendas maior. A produção diária de petróleo e gás no país foi de 1,57 milhão de barris durante o trimestre, representando um aumento de 35%, ou 406 mil barris por dia (bpd), em comparação ao ano anterior.
Internacionalmente, os lucros com petróleo e gás declinaram 6%, totalizando US$ 3,2 bilhões, enquanto a produção diminuiu em 39.000 barris, chegando a 1,77 milhões de bpd. Esse declínio foi resultado principalmente de manutenção na Nigéria e de redução na produtividade dos campos de petróleo. Contudo, a produção total global cresceu 12%, atingindo um recorde de 3,35 milhões de bpd para o primeiro trimestre.
As despesas de capital da empresa também subiram, atingindo US$ 4,1 bilhões, um aumento de 37% em relação aos US$ 3 bilhões investidos no mesmo período do ano passado.
No entanto, a empresa enfrenta questionamentos de analistas e investidores sobre a capacidade de seu portfólio manter um crescimento a longo prazo, sobretudo devido à incerteza em torno da aquisição de US$ 53 bilhões da Hess Corp.
O negócio encontrou resistência em março quando a Exxon Mobil Corp. contestou a compra da participação de 30% da Hess em um grande projeto petrolífero na Guiana, gerido pela Exxon. Apesar desses desafios, a Chevron tem demonstrado resiliência e um desempenho superior aos seus concorrentes, tanto durante quanto após a pandemia.
Em 2022, a empresa retornou quase US$ 15 bilhões aos seus acionistas através de recompras de ações, representando cerca de 5% do total em circulação. Com a demanda global por petróleo atingindo novos picos e o mercado de veículos elétricos enfrentando dificuldades, o setor petrolífero está realinhando seu foco para aumentar a produção de petróleo bruto.
A estratégia de aquisição da Hess é fundamental para o futuro da Chevron, pois conferiria à empresa uma parcela de 30% em um dos ativos mais promissores e duradouros do setor, segundo o CEO Mike Wirth. Além disso, essa aquisição ajudaria a Chevron a estreitar a diferença de avaliação em relação à Exxon, que detém uma posição dominante no bloco de Stabroek na Guiana.
Enquanto Mike Wirth permanece otimista quanto à conclusão da aquisição da Hess, ele também está empenhado em convencer o mercado do potencial de crescimento orgânico da Chevron. A empresa projeta um aumento de produção entre 4% e 7% este ano sem a inclusão da Hess, com contribuições significativas vindas da Bacia do Permiano, uma nova plataforma offshore no Golfo do México e a recente aquisição da PDC Energy.
Apesar das projeções otimistas, a Chevron enfrenta desafios a longo prazo, como um ambicioso projeto de expansão no Cazaquistão que está excedendo o orçamento e enfrentando atrasos. A produção de xisto fora da região do Permiano é esperada para estabilizar, adicionando complexidade ao panorama de crescimento da empresa.