O Ibovespa encerrou em queda nesta quarta-feira, com o sentimento de aversão ao risco predominando entre os investidores, após dados de inflação ao consumidor acima do esperado nos Estados Unidos, que ofuscaram o bom desempenho do IPCA no Brasil e alimentaram os temores pela retardação dos cortes de juros pelo Federal Reserve neste ano.
O Índice Bovespa (Ibovespa), que reflete o desempenho médio das cotações das principais ações de empresas negociadas na BM&FBOVESPA, é formado pelas ações com maior volume negociado nos últimos meses.
O Ibovespa fechou com uma queda de 1,41%, aos 128.053 pontos, com volume de negócios de R$18 bilhões, acima da média de 50 pregões.
Mais cedo, no cenário local, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) encerrou o mês de março com alta de 0,16%, mostrando uma desaceleração em relação ao avanço de 0,83% em fevereiro. O indicador também veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,25%.
Na leitura interanual, o IPCA registrou alta de 3,93%, abaixo do teto da meta de 4,5%. e em desaceleração ante a leitura de 12 meses registrada em fevereiro, de 4,5%.
De acordo com o head de renda variável da A7 capital, André Fernandes, um destaque negativo foi a inflação de serviços, que voltou a subir e isso pode sim voltar a pressionar a inflação, algo que o Banco Central vem batendo na tecla, com potencial de impactar o ritmo de cortes da Selic ao longo do ano. “Na minha opinião, as perspectivas do mercado de um corte de 0,50 pontos base em junho podem ser alteradas para 0,25 pontos base.”
Com o sentimento de “risk-off”, altamente correlacionado com a alta das Treasuries Yields nos Estados Unidos, as curvas de juros futuras apresentaram forte alta na sessão de hoje, subindo até 22 pontos-base. Ao fim da sessão, operadores precificavam a Selic terminal no atual ciclo de alívio monetário em 10%, ante 9,75% um dia atrás.
No âmbito corporativo, o destaque ficou com as ações da Petrobras, que avançaram na sessão de hoje, após a empresa comunicar ao mercado a descoberta de uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, próximo à divisa entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, as maiores detratoras do índice foram as ON da Vale, as PN do Itaú e as ON da B3, que recuaram 1,52%, 2,11% e 3,47%, na sequência.
Entre as maiores quedas percentuais do índice, destaque para as PN da Azul, as ON da Petz e da CSN Mineração, que cederam 6,93%, 6,19% e 6,08%, respectivamente.
Em uma sessão predominantemente negativa, apenas 5 das 86 empresas que compõem o Ibovespa encerraram no campo positivo. Destaques para as ON e PN da Petrobras e as ON da PRIO que avançaram 3,02%, 2,22% e 0,70%, respectivamente.
No mercado de commodities, os preços do petróleo Brent subiram mais de 1%, depois que três filhos de um líder do Hamas foram mortos em um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza, alimentando preocupações de que as negociações de cessar-fogo possam estagnar.
Os preços futuros do minério de ferro subiram na bolsa de Dalian pela terceira sessão consecutiva, sustentados pelas expectativas de que a atividade de construção está se recuperando na China.
Em Wall Street, os principais índices acionários encerraram em queda, enquanto os rendimentos do Tesouro americano dispararam, com os yields das Treasuries de dez anos atingindo maior nível desde novembro, após dados de inflação ao consumidor acima do esperado reforçarem a tese acidentada do processo de desinflação nos EUA.
Os índices Dow Jones, S&P500 e o Nasdaq 100 recuaram 1,09%, 0,95% e 0,84%, respectivamente. Ao fim do dia, os rendimentos das Treasuries de dez anos subiam 18 pontos-base, a 4,548%, e as de dois anos avançavam 22,2 pbs, a 4,969%.
Os preços ao consumidor nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em março, alimentando os temores sobre a possibilidade de o Fed postergar mais ainda o início do ciclo de corte de juros. O índice de preços ao consumidor aumentou 0,4% no mês passado, na comparação mensal, ante estimativa de 0,3%, tanto no índice cheio quanto no núcleo. Em termos anuais, o índice cheio avançou 3,5%, também acima do consenso, de 3,4%.
No final da tarde, os derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME) apontavam 83% de chances de manutenção da taxa-alvo Fed Funds na decisão de junho do FOMC, ante 42,6% de chances projetadas na véspera. Ontem, as apostas seguiam majoritárias para um corte de 25 pontos-base na decisão de junho. Agora as apostas para o início do ciclo de cortes se tornam majoritárias apenas para a reunião de setembro.
Durante a tarde, o Fed divulgou a ata da mais recente reunião de política monetária do FOMC, sinalizando que os recentes dados de inflação no início deste ano, que mostraram uma reaceleração da alta dos preços, não contribuíram para a confiança de convergência do processo desinflacionário em direção à meta de 2,0%.
No documento, os participantes citaram uma incerteza em torno da persistência da inflação em níveis altos. Eles reconheceram, porém, a continuidade do processo desinflacionário, ainda que sob um ritmo, de certa forma, “acidentado”. Pesa sobre a leitura da ata desta quarta a divulgação dos mais recentes dados de inflação, de março.
De acordo com o documento, no entanto, os dirigentes do FOMC entendem ser “apropriado” reduzir o custo de crédito na economia americana “em algum momento” neste ano.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
01/04/2024 | -0,87% | 126.990,45 | R$ 19,8 bilhões |
02/04/2024 | 0,44% | 127.548,52 | R$ 21,2 bilhões |
03/04/2024 | -0,18% | 127.318,39 | R$ 21,9 bilhões |
04/04/2024 | 0,09% | 127.427,53 | R$ 31,1 bilhões |
05/04/2024 | -0,50% | 126.795,41 | R$ 20,7 bilhões |
06/04/2024 | 1,63% | 128.857,16 | R$ 19,2 bilhões |
09/04/2024 | 0,80% | 129.890,37 | R$ 20 bilhões |
10/04/2024 | -1,41% | 128.053,74 | R$ 23,2 bilhões |
DESTAQUES DO IBOVESPA – (pregão à vista)
- ALTAS IBOVESPA
PETR3: +2,91% a R$ 40,99
RECV3: +1,98% a R$ 22,17
PETR4: +1,83% a R$ 39,56
PRIO3: +0,72% a R$ 50,19
TRPL4: +0,60% a R$ 26,69
- BAIXAS IBOVESPA
PETZ3: -6,86% a R$ 3,80
CVCB33: −5,75% a R$ 2,46
CMIN3: −5,73% a R$ 5,10
AZUL4: −5,57% a R$ 12,89
CSNA3: −5,22% a R$ 14,35
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
3R Petroleum (RRRP3)
A 3R Petroleum assinou Memorando de Entendimentos (MOU) junto à Enauta, conjuntamente designadas como “Partes”, e à Maha Energy Offshore Brasil. Saiba mais…
A 3R Petroleum produziu 51.540 barris de óleo equivalente por dia no primeiro trimestre, um crescimento de 90,6% frente aos 26.455 boed dos três primeiros meses de 2023, mas uma queda de 5,4% sobre o desempenho do trimestre anterior. Saiba mais…
Boa Safra (SOJA3)
A Boa Safra Sementes celebrou compromisso de compra e venda para a aquisição de terreno na cidade de Ribeirão Cascalheira, em Mato Grosso, objetivando a construção de um Centro de Distribuição (“CD”), tendo iniciado as obras para tanto em 08/04/2024. Saiba mais…
CCR (CCRO3)
A CCR listou as informações consolidadas de tráfego no mês de março de 2024 referentes às rodovias divulgadas na forma de eixos equivalentes, à mobilidade urbana em termos de passageiros transportados, e a aeroportos em número de passageiros embarcados. Saiba mais…
Cielo (CIEL3)
As vendas no Varejo em março de 2024 caíram 1,1%, descontada a inflaçãoem comparação com o mesmo mês de 2023. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Indice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou alta de 2,8%. Saiba mais…
Cyrela (CYRE3)
As vendas líquidas da Cyrela somaram R$ 2,147 bilhões no 1º trimestre de 2024 (1T24), 39% acima do valor registrado no 1T23 e 17% abaixo do 4T23. A participação da companhia nas vendas contratadas foi de 79% no 1T24, número superior aos 75% do mesmo trimestre do ano anterior e acima do 4T23 (72%). Saiba mais…
Gafisa (GFSA3)
A Gafisa informou que obteve decisão parcial positiva na primeira fase do procedimento arbitral que move contra a Esh Capital, administrada por Nelson Tanure. Saiba mais…
Gol (GOLL4)
A Gol recebeu aval da corte de Nova York hoje para acessar a terceira e última parcela do empréstimo na modalidade DIP, segundo fontes do Valor. Saiba mais…
JBS (JBSS3)
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu pela regularidade do apoio financeiro do BNDES à JBS por meio de compra de ações via BNDESPar, que geraram lucro de R$ 16,5 bilhões em valores nominais ao banco. Saiba mais…
Light (LIGT3)
A Light informou que o Juízo da 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro deferiu a prorrogação do stay period, pelo prazo de 90 dias contados a partir do dia 09 de abril de 2024 ou até a votação do Plano de Recuperação Judicial. Saiba mais…
Moura Dubeux (MDNE3)
A Moura Dubeux divulgou sua prévia operacional do primeiro trimestre de 2024 (1T24). Saiba mais…
Nexpe (NEXP3)
A Nexpe aprovou a captação de recursos no valor de R$ 5.500.000,00 por meio da emissão de nota comercial escritural, não conversível em ações, em série única, para distribuição privada (Financiamento DIP). Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultra profundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, da Concessão POT-M-762_R15. Saiba mais…
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que está ameaçado de deixar o cargo de CEO, desde a polêmica envolvendo a distribuição de dividendos extraordinários e atritos com membros do governo, vem lutando para se manter na cadeira da petroleira. Saiba mais…
Jean Paul Prates continuará como diretor-presidente da Petrobras, com a redução na pressão pela sua saída dentro do governo federal, segundo fontes da Bloomberg. Saiba mais…
PRIO (PRIO3)
A PRIO registrou produção diária de 88,326 mil barris de óleo equivalente (boe) no 1º trimestre de 2024, um crescimento de 44,7% frente a produção de 61,039 mil boepd do mesmo período do ano passado. Saiba mais…
Sanepar (SAPR11)
A Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar informou que o Conselho Diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar) decidiu homologar o Índice de Reajuste Tarifário Anual 2024 de 2,9577%, a ser aplicado sobre a tarifa de equilíbrio, resultando na tarifa média de R$ 6,6290/m³, conforme metodologia de reajuste vigente.
Vale (VALE3)
A Vale firmou um acordo para a venda de um volume total máximo de 16 mil toneladas de briquetes da controlada Vale Japan Limited (VJL) para a Mitsui, acionista com influência significativa na mineradora, por um valor estimado de US$ 323.000.000,00. Saiba mais…
A Vale informou que representantes da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais, da Defesa Civil do Estado, das Defesas Civis municipais, da Agência Nacional de Mineração e da empresa de auditoria que assessora o Ministério Público de Minas Gerais se reuniram na última segunda-feira (8) e terça-feira (9) com representantes da mineradora em uma seção técnica sobre a anomalia identificada na barragem Forquilha III. Saiba mais…
Vibra Energia (VBBR3)
A Moody’s Local atribuiu o rating AAA.br à proposta da 6ª emissão de debêntures de transição verde da Vibra. Saiba mais…
(Com informações da TC Mover e Momento B3)