Em alta de cerca de 40% em 2024, sendo a segunda maior alta do período no Ibovespa, as ações da BRF ainda têm espaço para subir? Os analistas da XP acreditam que sim e elevaram as estimativas para a dona da Sadia e Perdigão em relatório chamado “Nós estávamos errados. O momentum é muito melhor do que antecipávamos”. Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, analistas que assinam o relatório, apontam que, assim como o primeiro trimestre (bastante forte e que fez com que as ações saltassem após o balanço), o segundo trimestre deve ser outro catalisador para revisões de lucro, reforçando a BRF como “top pick” (preferida) do setor de proteínas.
A casa revisou suas estimativas para cima, com o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado agora está 21% e 12% acima do consenso para 2024 e 2025, respetivamente, elevando assim o preço-alvo de R$ 18,30 para R$ 21,80 por ação, o que corresponde a um potencial de valorização (upside) de 13% em relação ao fechamento de segunda-feira.
Para os analistas, os fundamentos do mercado permanecem robustos, mas a performance da BRF (BOV:BRFS3) não foi impulsionada apenas pelo momento positivo do ciclo, mas também por conta das iniciativas estratégicas implementadas pela nova administração, que impulsionaram os ventos favoráveis do setor, permitindo que a companhia superasse tanto o desempenho de seus pares quanto as expectativas do mercado.
“Os fundamentos de oferta, demanda e custo permanecem sólidos, uma visão apoiada por nossos channel checks. Projetamos que o segundo trimestre provavelmente servirá como outro catalisador para revisões de lucros, continuando o momentum que sustentou o forte desempenho das ações da BRF desde o quarto trimestre de 2023”, avalia a equipe de análise.
Para a XP, os fundamentos seguem robustos, com o alojamento de pintos de corte seguindo confortável no Brasil, uma vez que as empresas mostram maior racionalidade. Os EUA apresentam uma oferta controlada devido a problemas de eclodibilidade (pintos nascidos/ovos férteis incubados) e à recente diminuição da capacidade de alguns players. Além disso, os preços dos grãos permanecem confortáveis, e o milho da 2ª safra oferece oportunidades, apesar da volatilidade de curto prazo. Os canais de checagem sugerem que o momentum está garantido, apontam.
Além disso, Fonseca, Alencar e Isaak apontam que o turnaround da atual gestão é digno de nota.
“O nosso otimismo em relação à tese de investimento da BRF é principalmente sustentado por fundamentos de mercado favoráveis. No entanto, também reconhecemos os esforços significativos de turnaround da nova administração, que, em nossa opinião, é a principal razão pela qual a companhia tem consistentemente superado as expectativas do mercado (e as nossas). O envolvimento do novo acionista controlador e da administração catalisou uma reviravolta estratégica na BRF, provavelmente promovendo um histórico sustentável de lucros e geração de caixa no futuro”, avaliam.