O Goldman Sachs vê espaço para a Petrobras anunciar até US$ 19 bilhões em remuneração aos acionistas (dividendos e recompras) até o primeiro trimestre de 2025 (1T25), com base em cerca de US$ 8 bilhões em remuneração ordinária, apenas aplicando a política atual de distribuição de dividendos e recompras com base nos resultados dos próximos três trimestre, além de cerca de US$ 4 bilhões relativos à 2ª parcela dos dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023.
O banco também enxerga a possibilidade de até US$ 7 bilhões em dividendos extraordinários relativos ao exercício de 2024, que poderiam ser anunciados em fevereiro de 2025 junto com os resultados do 4T24.
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No entanto, os analistas do banco destacam que essa estimativa deve ser vista como um teto do valor potencial que a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) poderia anunciar. Considerando que a empresa estaria operando com o nível mínimo de caixa exigido pela gestão com a entrada de novas plataformas em 2025 (adições de leasing), isso poderia mover o endividamento mais próximo ao limite de US$ 65 bilhões; além disso, potenciais M&A (operações de fusões e aquisições) também poderiam limitar o espaço para a distribuição de dividendos extras.
A estatal deve anunciar os resultados do 2T24 em 8 de agosto, após o fechamento do mercado. A projeção do Goldman Sachs é de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de US$ 12,4 bilhões no 2T24, ligeiramente abaixo do consenso da Bloomberg (2%).
De acordo com a política de remuneração aos acionistas da empresa, isso implicaria no anúncio de US$ 2,7 bilhões em dividendos + recompras de ações.
Com relação à paridade de preços dos combustíveis, o Goldman Sachs assume que a Petrobras não fará um ajuste adicional nos preços dos combustíveis no 3T24 e estima que as margens de refino da Petrobras no trimestre (excluindo ganhos de estoque) ficarão próximas de US$ 1 por barril.
A partir do 4T24, o banco espera que a Petrobras cobrará preços de diesel e gasolina em dígitos baixos abaixo da paridade de importação (de cerca de 10% atualmente em ambos), beneficiando-se tanto da redução da diferença para a referência internacional, quanto do spreads de crack sequencialmente mais saudáveis globalmente, conforme implícito pelas curvas futuras. Assim, o banco espera que as margens nos próximos trimestres se recuperem dos possíveis mínimos vistos no 3º trimestre.
O Goldman Sachs reitera recomendação de compra Petrobras e preço-alvo de R$ 53 por ação ordinária e R$ 48 por papel preferencial.Por outro lado, o banco reforça preferência pela PRIO (BOV:PRIO3) na América Latina com base em uma avaliação atraente, rendimento de fluxo de caixa (FCFy) de cerca de 20% em 2025, embora reconheça que a ação pode não ser negociada puramente com base nos fundamentos, mas mais no fluxo de notícias, pelo menos no curto prazo, devido ao processo de licenciamento em andamento para o projeto Wahoo.
A petroleira deve anunciar seus resultados do 2T24 em 6 de agosto e as estimativas de analistas do banco estão 9% acima do consenso da Bloomberg no nível EBITDA para o trimestre.
PetroReconcavo (RECV3)
O Goldman Sachs mantém classificação neutra para PetroReconcavo (BOV:RECV3), mas elevou preço-alvo de R$ 22,60 para R$ 25,20, uma vez que o recente acordo anunciado entre a 3R e a companhia (para um possível acordo em que a 3R compartilharia sua infraestrutura de transporte e processamento de gás com a RECV) poderia reduzir a incerteza em torno da alocação de capital para a PetroReconcavo, pois poderia reduzir a probabilidade de Capex adicional para construir sua própria infraestrutura do zero, enquanto também potencialmente reduz os riscos operacionais.
No entanto, embora acredite que o acordo poderia abrir espaço para uma maior remuneração dos acionistas, os analistas acreditam que a empresa poderia acelerar o pagamento de dividendos independentemente do possível resultado do acordo, dada a alavancagem relativamente baixa que modelam para os próximos anos.
A PetroReconcavo divulgará seus resultados do 2T24 em 8 de agosto e o banco está 2% abaixo do consenso no nível EBITDA para o trimestre.
3R Petroleum (RRRP3)
Já para 3R (BOV:RRRP3, o Goldman Sachs mantém classificação neutra e elevou preço-alvo de R$ 35,20 para R$ 35,60, enquanto o foco permanece nas perspectivas para a nova companhia a ser criada a partir da fusão com a Enauta.
A 3R deve anunciar os resultados do 2T24 em 31 de julho. As estimativas do banco estão 6% acima do consenso da Bloomberg para o trimestre.