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Com queda de mais de 90% nas ações e prejuízo bilionário, Americanas realiza grupamento de ações

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Após meses de incertezas e esclarecimentos, a Americanas inaugura parte de nova fase nesta segunda-feira. O grupamento de ações aprovado em maio será efetivado hoje e, a partir de amanhã, as ações da companhia passam a ser negociadas agrupadas na proporção de 100 para 1.

A companhia negociava com alta de 16,66% na manhã de segunda, a R$ 0,07, após ter derretido nas últimas semanas. Caso o papel encerre a R$ 0,07, os ativos abririam a próxima sessão a R$ 7,00.

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Os papéis da companhia amargam quedas severas desde 5 de agosto. A principal delas aconteceu em 15 de agosto, logo após a apresentação do resultado e o cancelamento das projeções da companhia. As ações chegaram a cair 69,70% e encerraram a sessão com perda de 57,57%, cotadas a R$ 0,14. Hoje, valem metade disso.

O movimento foi antecipado por analistas, que consideravam que as vendas continuariam até que o mercado passasse, de fato, a acreditar na nova gestão e na governança da empresa. Um dos pontos de maior preocupação, de acordo com Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante, era justamente a retirada das orientações fornecidas anteriormente. O cenário ficaria ainda mais incerto e com pouca visibilidade para investidores.

A companhia também anunciou em fato relevante no final da noite de quarta-feira que decidiu cancelar previsões de desempenho publicadas no final do ano passado, citando como motivo apenas a necessidade da empresa de “reavaliar a expectativa de desempenho futuro em razão da divulgação dos resultados”.

Nas projeções, divulgadas em novembro passado, a Americanas (BOV:AMER3) estimava ter um lucro operacional medido pelo Ebtida maior que R$ 2,2 bilhões em 2025, com uma dívida bruta de entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão e alavancagem abaixo de 0,75 vez.

Mais espaço para quedas

O grupamento também incidirá sobre os bônus de subscrição, que também serão negociados na nova quantidade. Hoje, haverá também o início da negociação das novas ações emitidas no aumento de capital aprovado em 21 de maio.

Na visão de analistas, o grupamento dos papéis abre espaço para mais quedas. Na prática, o movimento significa que a quantidade de papéis em circulação diminui mas sem alteração no capital social ou no valor que as ações representam.

O lado negativo da operação é que, embora possa aumentar o preço unitário das ações e melhorar a negociação, pode gerar uma percepção negativa entre investidores.

Isso porque investidores podem interpretar o aumento do preço como uma tentativa da empresa de mascarar o baixo valor das ações, o que pode afetar a confiança no papel.

Informações Reuters

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