O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, após reverter os ganhos registrados durante a manhã, em linha com os índices americanos, que fecharam em firme queda, com investidores repercutindo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que não deu sinais de uma eventual retomada do ciclo de aperto monetário, e dados de desaceleração econômica nos Estados Unidos, os quais aumentam temores de pouso abrupto.
O índice Bovespa encerrou com queda de 0,20%, aos 127.395 pontos. O volume ficou em R$ 23,6 bilhões, acima da média de 50 pregões.
Os juros futuros encerraram a sessão sem direção definida, com a cauda curta recuando até 7,0 pontos-base, enquanto as caudas média e longa avançaram até 9,0 pbs. O dólar à vista fechou em forte alta de 1,43% a R$5,7364, enquanto o índice Dólar DXY operava ao fim da tarde em alta de 0,37%, aos 104,40 pontos.
O dólar à vista disparou na sessão, atingindo a máxima do dia em R$ 5,74, no maior patamar desde dezembro de 2021, em meio à deterioração do sentimento de risco externo e com investidores interpretando a mensagem do Copom como não tão dura quanto poderia ser. As moedas emergentes também foram pressionadas pelo temor de que o Federal Reserve possa ter demorado demais para iniciar cortes nos juros nos EUA, após dados do PMI abaixo do território de avanço em julho.
No cenário local, o comunicado do Copom pedindo cautela “ainda maior” na política monetária abriu diversas interpretações para o mercado, que em sua maioria enxergou um tom menos duro do que o BC poderia ter empregado, com balanço de riscos mantido assimétrico, embora o colegiado tenha passado a indicar três riscos altistas para a inflação e dois baixistas.
O Copom avaliou que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal e a depreciação cambial tem impactado preços de ativos e expectativas de mercado. Na avaliação do Goldman Sachs, o balanço de riscos do Copom agora parece assimétrico para cima, e o lado fiscal terá papel central para estabilizar expectativas inflacionárias.
De acordo com o BC, a atual conjuntura, com tendência de desinflação mais lenta, ampliação da desancoragem das expectativas para os preços e cenário global desafiador, demanda serenidade na condução da política monetária, o que para alguns analistas sinaliza manutenção da Selic no atual patamar por algum tempo.
Por outro lado, a Ibiuna pontuou em carta a cotistas que a sinalização pelo BC de uma postura reativa quanto ao impacto da depreciação cambial e da alta dos juros longos sobre projeções e expectativas de inflação sugere que altas de juros antes do fim do ano se tornarão inevitáveis, o que aponta para performance relativamente mais fraca dos ativos do país versus seus pares e segue orientando uma postura defensiva e cautelosa no posicionamento no Brasil.
No âmbito corporativo, investidores reagem a balanços divulgados entre a noite de ontem e a manhã de hoje, como Ambev, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Kepler Weber, EcoRodovias, entre outros.
Os principais índices acionários em Wall Street reverteram os ganhos da manhã e encerraram em queda, com investidores mudando a narrativa para um possível cenário de pouso abrupto nos Estados Unidos, após dados de atividade econômica abaixo do esperado.
Os índices Dow Jones, S&P500 e o Nasdaq 100 recuaram 1,21%, 1,37% e 2,30%, respectivamente. Os Treasuries yields de dois anos cederam 10,6 pbs e 5,5 pbs, a 4,150% e 3,978%, respectivamente, com ambos os vencimentos operando no menor patamar desde fevereiro.
Entre os indicadores econômicos, investidores reagiram pela manhã a novos dados de pedidos semanais de auxílio-desemprego, que atingiram 249 mil, acima do esperado e mostrando uma aceleração em relação ao último dado. O indicador corrobora com os dados do ADP e sinalizam que o mercado de trabalho americano segue desacelerando.
Operadores também reagiram ao Índice Gerente de Compras (PMI) industrial de julho medido pela ISM e pela S&P Global, que vieram abaixo das expectativas e mostrando uma desaceleração em relação ao mês passado, ficando abaixo do 50 – indicando retração da atividade econômica.
Dados fracos reportados nesta quinta-feira, alimentaram temores sobre uma possível recessão nos EUA, o que resultou em firme queda dos índices acionários na sessão, enquanto o “Índice do Medo” VIX, que mensura a expectativa de volatilidade dos investidores, opera no maior patamar desde abril.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
01/08/2024 | -0,20% | 127.395,10 | R$ 23,6 bilhões |
DESTAQUES DO IBOVESPA – (pregão à vista)
- ALTAS IBOVESPA
VIVT3: +4,41% a R$ 50,65
WEGE3: +4,22% a R$ 52,80
MRFG3: +3,63% a R$ 11,72
HAPV3: +3,44% a R$ 4,21
RAIL3: +3,07% a R$ 22,83
- BAIXAS IBOVESPA
EMBR3: -4,13% a R$ 42,00
DXCO3: −3,97% a R$ 7,02
CSNA4: −3,37% a R$ 11,46
COGN3: −3,29% a R$ 1,47
CMIN3: −2,73% a R$ 4,98
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Ambev (ABEV3)
A Ambev apresentou lucro líquido de R$ 2,452 bilhões no segundo trimestre de 2024, o que significa uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período de 2023. No indicador ajustado, o resultado da última linha foi de R$ 2,459 bilhões, com recuo de 8,3%. Saiba mais…
Arezzo (ARZZ3)
A Arezzo anunciou a conclusão da incorporação do Grupo Soma pela companhia. Dessa forma, a partir desta quinta-feira (1), a nova companhia passa a se chamar Azzas 2154 e seu código de negociação na B3 será AZZA3. Saiba mais…
Bradesco (BBDC4)
O Bradesco concluiu a incorporação da BRAM – Bradesco Asset aprovada em março deste ano. Saiba mais…
Ecorodovias (ECOR3)
A EcoRodovias registrou lucro líquido de R$ 272,5 milhões no segundo trimestre de 2024. O montante representa alta de 120,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. No semestre, a cifra atingiu R$ 510,1 milhões, crescimento de 115,5% ante igual intervalo de 2023. Saiba mais…
Eletrobras (ELET3/ELET6)
A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para prorrogar por mais 45 dias o prazo para a tentativa de conciliação com a Eletrobras na ação que discute o poder de voto da União no conselho da empesa, informa o Broadcast. Saiba mais…
Gerdau (GGBR3/GGBR4)
A Gerdau reportou lucro líquido de R$ 945 milhões para o segundo trimestre de 2024, apresentando uma redução de 55,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A siderúrgica relatou que a diminuição no lucro reflete a pressão sobre preços e volumes de venda. Saiba mais…
A Gerdau anunciou um programa de recompra de ações. Poderão ser adquiridas até 68 milhões de ações preferenciais, representando aproximadamente 5% das ações preferenciais e/ou de ADRs lastreados em ações preferenciais (GGB) em circulação e até 1.767.911 de ações ordinárias, representando 10% das ações ordinárias em circulação. Saiba mais…
A Gerdau anunciou ter recebido a certificação como empresa B para as operações na América do Norte, que inclui as suas fábricas produtoras de aços especiais e aços longos. Saiba mais…
Isa Cteep (TRPL3/TRPL4)
A Isa Cteep, concessionária paulista de transmissão de energia, registrou lucro líquido regulatório de R$ 425,6 milhões no segundo trimestre de 2024, cifra 62,9% maior que a obtida um ano antes. De acordo com a companhia, o resultado foi impulsionado por um incremento no desempenho operacional e um melhor resultado financeiro no período. Saiba mais…
JHSF (JHSF3)
A JHSF concluiu a 14ª emissão de debêntures simples, que serão utilizadas para lastrear a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), no montante de R$ 700 milhões, subscritas pela Opea Securitizadora S.A. Saiba mais…
Marisa (AMAR3)
O conselho de administração da Lojas Marisa homologou o aumento de capital da varejista, no valor de R$ 622,8 milhões. Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras informou que o navio-plataforma Almirante Tamandaré saiu nesta quarta-feira do estaleiro CMHI na China, rumo ao campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. Saiba mais…
Suzano (SUZB3)
A Suzano concluiu a aquisição da totalidade da participação societária das empresas Timber VII SPE e Timber XX SPE, sob gestão do BTG Pactual Timberland Investment Group, uma vez que foram cumpridas todas as condições precedentes e realizados todos os atos de fechamento conforme estabelecido nos contratos celebrados em 23 de dezembro de 2023. Saiba mais…
Vale (VALE3)
A Vale rejeitou a recomendação do Ministério Público Federal de Minas Gerais (MPF-MG) para suspender imediatamente a supressão de cavidades naturais na Cava da Divisa, na mina de Brucutu, entre os municípios de Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo, por discordar da classificação dos animais das cavernas locais, disse o órgão público. Saiba mais…
(Com informações da TC Mover e Momento B3)