A estimativa de agosto de 2024 para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas é de 296,4 milhões de toneladas, 6,0% menor que a obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas), redução de 19,0 milhões de toneladas.
Em relação ao mês anterior, houve declínio de 1.651.784 toneladas (-0,6%). A área a ser colhida foi de 78,6 milhões de hectares, apresentando aumento de 736 017 hectares frente à área colhida em 2023, crescimento de 0,9%. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou aumento de 8.807 hectares (0,0%).
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 91,9% da estimativa da produção e respondem por 87,3% da área a ser colhida. No que se refere à produção, ocorrem acréscimos de 11,2% para o algodão herbáceo (em caroço); de 2,1% para o arroz; de 5,2% para o feijão e de 16,1% para o trigo, bem como decréscimos de 4,4% para a soja, de 11,0% para o milho (reduções de 17,1% no milho de 1ª safra e de 9,4% no milho de 2ª safra) e de 11,3% para o sorgo.
Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 13,6% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 5,0% na do arroz em casca; de 6,0% na do feijão e de 3,2% na da soja, ocorrendo declínios de 3,3% na área do milho (reduções de 9,1% no milho 1ª safra e de 1,5% no milho 2ª safra); de 11,6% na do trigo e de 4,7% na do sorgo.
Para a soja, a estimativa de produção foi de 145,3 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 116,6 milhões de toneladas (23,0 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 93,6 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,5 milhões de toneladas; a do trigo em 9,0 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,6 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 3,8 milhões de toneladas.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para duas Grandes Regiões: a Sul (0,2%) e a Norte (12,0%). Houve variação anual negativa para as demais: a Centro-Oeste (-10,3%), a Sudeste (-11,7%) e a Nordeste (-4,1%). Quanto à variação mensal, apresentaram decrescimento a Norte (-0,3%), a Nordeste (-0,6%), a Sul (-1,6%) e a Sudeste (-0,5%). A Centro-Oeste apresentou estabilidade (0,0%).
Uma série de problemas climáticos derrubaram as estimativas da produção brasileira de grãos na safra 2024. Houve falta de chuvas e ocorrência de temperaturas elevadas durante o ciclo das culturas na safra de verão (1ª safra) e na 2ª safra na maior parte das Unidades da Federação produtoras. Contudo, o evento climático mais marcante foi o excesso de chuvas e enchentes ocorridos no Rio Grande do Sul, que pode ter retirado cerca de 5,0 milhões de toneladas da safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas desse ano. Os prejuízos somente não foram maiores porque a maior parte das lavouras gaúchas de arroz, soja e milho já estavam colhidas por ocasião do evento. O IBGE reuniu e está disponibilizando um conjunto de informações referentes a safra agrícola do Rio Grande do Sul, podendo ser acessadas em https://www.ibge.gov.br/singedlab/dados-apoio-rs.php.
Destaques na estimativa de agosto de 2024 em relação ao mês anterior
Em relação a julho, houve aumentos nas estimativas da produção da castanha-de-caju (4,1% ou 5.902 t), do algodão herbáceo – em caroço (0,4% ou 36.547 t), do feijão 3ª safra (0,4% ou 2.838 t), bem como declínios do trigo (-5,4% ou – 510.878 t), do feijão 1ª safra (-4,8% ou -47.014 t), do café canephora (-4,4% ou -48.618 t), da cevada (-2,9% ou -14.000 t), da aveia (-2,4% ou -29.557 t), do milho 1ª safra (-1,6% ou -382.803 t), do feijão 2ª safra (-0,9% ou -13.143 t), do milho 2ª safra (-0,6% ou – 536.610 t), do café arábica (-0,4% ou -10.606 t) e da soja (-0,1% ou -147.693 t).
O Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,8%, seguido pelo Paraná (13,0%), Rio Grande do Sul (11,9%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (7,1%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,0% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (48,8%), Sul (27,0%), Sudeste (9,1%), Nordeste (8,7%) e Norte (6,4%).
As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram em Roraima (21.596 t), na Bahia (15.006 t), no Amazonas (2.637 t) e no Rio de Janeiro (17 t). As variações negativas ocorreram no Paraná (-851.600t), em Santa Catarina (-450.538 t), em Minas Gerais (-129.711 t), no Piauí (-79.686 t), em Tocantins (-77.543 t), no Ceará (-66.020 t), em Pernambuco (-20.475 t), no Maranhão (-11.020 t), no Acre (-3.645 t), no Rio Grande do Norte (-735 t) e no Amapá (-67 t).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa para a produção de algodão é de 8,6 milhões de toneladas, acréscimo de 0,4% em relação ao mês anterior, devido ao crescimento de 0,4% na área plantada e na área colhida. Em relação a 2023, o aumento na produção é de 11,2%, com a área plantada crescendo 13,6%. A produtividade das lavouras deve retrair 2,1% em relação à safra passada. Com essa previsão, o País deve colher mais um recorde na produção de algodão em caroço.
CAFÉ (em grão) – A produção brasileira, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi estimada em 3,6 milhões de toneladas, ou 59,7 milhões de sacas de 60 kg, decréscimo de 1,6% em relação ao mês anterior. No comparativo com 2023, a produção cresceu 4,8%, em decorrência dos aumentos de 3,6% no rendimento médio e de 1,2% na área a ser colhida.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,5 milhões de toneladas, ou 42,0 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,4% em relação a julho e tendo crescimento de 6,5% em relação ao ano anterior. Em 2023, embora a safra do café arábica fosse de bienalidade negativa, a produção apresentou crescimento, quando comparado com 2022, uma vez que o clima beneficiou as lavouras, promovendo uma “inversão dessa bienalidade”. Dessa forma, a base de comparação é elevada. Para a safra do corrente ano, aguarda-se uma bienalidade positiva, portanto, um aumento natural da produção em relação ao ano anterior. Além disso, o clima tem beneficiado as lavouras em algumas Unidades da Federação produtoras até o presente momento, o que deve favorecer a produtividade dos cafezais
Para o café canephora, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas ou 17,7 milhões de sacas de 60 kg, decréscimo de 4,4% em relação ao mês anterior, com declínios de 3,3% na área colhida e de 1,1% no rendimento médio. A queda mensal é fruto de reavaliações que ocorreram em Rondônia, onde houve redução de 21,9% na produção.
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa de agosto para a produção de castanha-de-caju foi de 151,2 mil toneladas, indicando aumentos anual de 29,4% e mensal de 4,1%. O bom desempenho da cultura deve-se, sobretudo, ao ganho de rendimento médio, que aumentou 24,4% no ano e 4,3% no mês e, em parte, à maior área colhida com aumento anual de 4,2%, apesar da moderada redução no mês (-0,1%). O rendimento médio nacional foi de 337 kg/ha, sendo favorecido por condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da cultura. A área plantada, de 452,3 mil hectares, por vez, registrou aumento de 4,6% no ano, mantendo-se praticamente estável com relação ao mês de julho.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. Para o trigo (em grão), a produção estimada alcança 9,0 milhões de toneladas, declínio de 5,4% em relação ao mês anterior; e crescimento de 16,1% em relação a 2023, quando o Brasil, apesar de inicialmente aguardar uma safra recorde do cereal, teve sua expectativa frustrada em decorrência de uma série de problemas climáticos, prejudicando as lavouras na Região Sul.
A produção da aveia (em grão) foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, declínio de 2,4% em relação a julho e de 36,0% em relação a 2023. O rendimento médio apresentou redução de 3,0% em relação ao mês anterior e crescimento de 36,4% em relação a 2023, quando o clima adverso prejudicou as lavouras de inverno na Região Sul do País.
Para a cevada (em grão), a produção estimada foi de 467,9 mil toneladas, declínios de 2,9% em relação a julho e crescimento de 23,3% em relação ao ano anterior. A área plantada apresenta um declínio de 12,6%, enquanto o rendimento médio aumentou 41,0%. Em 2023, o clima adverso prejudicou as lavouras de inverno na Região Sul do País, reduzindo, portanto, a base de comparação da safra atual.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa de agosto para a produção de feijão, considerando-se as três safras, deve alcançar 3,1 milhões de toneladas, redução de 1,8% em relação a julho e aumento de 5,2% sobre a safra 2023. Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2024, provavelmente não havendo necessidade da importação do produto.
A produção da 1ª safra de feijão foi de 926,1 mil de toneladas, representando 29,8% de participação nacional dentre as três safras, sendo menor 4,8% frente à estimativa de julho.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, correspondendo a 44,7% de participação dentre as três safras. No comparativo com julho, houve queda de 0,9% da produção. Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção de agosto foi de 791,1 mil toneladas, aumento de 0,4% na estimativa da produção sobre o mês anterior.
MILHO (em grão) – A estimativa da produção do milho foi reajustada para 116,6 milhões de toneladas, quedas de 0,8% em relação a julho e de 11,0% em relação a 2023. A área plantada somou 21,5 milhões de hectares, queda mensal de 4.641 hectares (-0,0%) e anual de 778,2 mil hectares (-3,5%).
O milho 1ª safra apresentou uma produção de 23,0 milhões de toneladas, queda mensal de 1,6%. O milho 2ª safra apresentou uma produção de 93,6 milhões de toneladas, declínio mensal de 0,6%. Todas as Regiões do Brasil apresentaram reduções no balanço mensal, a exceção da Região Centro-Oeste, representando 72,6% da produção nacional, que manteve a estabilidade. Quando comparado ao ano de 2023, o cereal na sua 2ª safra, segue em queda de 9,4%, devido à perda de 8,0% no rendimento médio, principalmente.
SOJA (em grão) –A produção deve alcançar 145,3 milhões de toneladas, apresentando um decréscimo de 0,1% em relação a julho e de 4,4% em relação a 2023. A produção da oleaginosa deve representar quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País em 2024.