Os acionistas da Nike (NYSE:NKE) votaram contra uma proposta que buscava implementar acordos vinculativos com trabalhadores de sua cadeia de suprimentos, em um esforço para enfrentar questões de direitos humanos em países de alto risco. Segundo a Reuters, a proposta foi apresentada durante a reunião anual da empresa, liderada pelo Domini Impact Equity Fund, que junto com outros investidores, havia pressionado a Nike por melhorias trabalhistas.
A proposta foi motivada por uma carta assinada por mais de 60 investidores no ano passado, que pediam à Nike o pagamento de US$ 2,2 milhões em salários supostamente não pagos a trabalhadores no Camboja e na Tailândia. Uma petição semelhante, liderada por Tulipshare, também foi rejeitada, marcando o segundo ano consecutivo em que propostas relacionadas aos direitos dos trabalhadores foram recusadas pelos acionistas.
Embora o conselho da Nike tenha recomendado que os acionistas votassem contra as propostas, a empresa defendeu que já possui controles rigorosos para monitorar e solucionar problemas trabalhistas em sua cadeia de produção. A proposta de Domini pedia, ainda, um relatório da Nike sobre a adoção da responsabilidade social orientada pelo trabalhador (WSR), que inclui acordos vinculativos com empregados para garantir padrões de segurança.
Apesar de a proposta ter sido rejeitada, ela ganhou o apoio do fundo de investimento da Noruega, o nono maior acionista da Nike, que também se opôs à remuneração executiva da empresa, alegando que os valores eram excessivos. Ainda assim, os acionistas acabaram aprovando os pacotes de remuneração, incluindo os US$ 29,2 milhões pagos ao CEO John Donahoe no ano fiscal de 2024.
A Nike (BOV:NIKE34) enfrenta desafios crescentes, como atrasos em inovação e concorrência de marcas como On e Decker Outdoor. Com a previsão de uma queda na receita para o ano fiscal de 2025, analistas de Wall Street especulam sobre possíveis mudanças na gestão da empresa antes do seu dia do investidor em novembro.