O Ibovespa encerrou em leve queda na sessão desta quarta-feira, após recuar mais de 1,30% no pior momento do pregão, com investidores reagindo à vitória do republicano Donald Trump, que voltará à presidência dos Estados Unidos, em dia de forte alta dos índices acionários de Wall Street, com os papéis da Tesla, de Elon Musk, disparando.
O movimento nos mercados do Brasil, EUA e ao redor do mundo ocorreu em meio à percepção de que as políticas econômicas de Trump podem ser inflacionárias, entre elas a alta de tarifas de importação, o bloqueio a imigrantes e a redução de impostos, o que exigiria juros mais elevados e tenderia a valorizar o dólar, potencialmente pressionando moedas de países emergentes como o Brasil.
No entanto, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles avaliou que o Brasil será menos impactado que os países asiáticos por eventuais tarifas de Trump, por exportar principalmente commodities, e não bens industriais, em entrevista à TC News nesta tarde.
Operadores tambem aguardam a decisão do Comite de Política Monetária (Copom) enquanto avaliaram balanços corporativos trimestrais, com destaque para Gerdau, que superou as expectativas e registrou forte avanço na sessão. O Copom deve elevar a taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 11,25% ao ano, em cenário desafiador para a autoridade monetária.
O índice Bovespa terminou com recuo de 0,24%, aos 130.340 pontos. O volume ficou em R$ 24,2 bilhões, acima da média de 50 pregões.
Os vértices da curva de juros encerraram em alta de até 9,0 pontos-base, em linha com a alta dos rendimentos dos yields americanos. O dólar à vista reverteu os ganhos iniciais e fechou com recuo de 1,21% a R$5,6774. O índice Dólar DXY, que mede o desempenho deste ante outras moedas, operava ao fim da tarde em alta de %, aos 105, pontos, após chegar a registrar a maior alta intradiária desde junho 2016.
No cenário local, investidores avaliavam que a pressão dos mercados sobre emergentes após a vitória de Trump poderia eventualmente aumentar o senso de urgência do governo para anunciar um pacote de cortes de gastos. À nível global, investidores também se debruçam sobre um período de incerteza com o republicano à frente da Casa Branca novamente.
Hoje pela manhã, ao falar com jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que todos os ministros do governo estão “muito conscientes” da tarefa de reforçar o arcabouço fiscal, acrescentando que a rodada de reuniões pedida por Lula para discutir medidas fiscais foi concluída.
Haddad tambem pontuou que o próximo passo de Lula provavelmente será pedir uma conversa com os presidentes do Congresso, para que se discuta o envio das medidas fiscais para análise dos parlamentares. A equipe de política da XP divulgou relatório hoje pontuando que várias mudanças no pacote de gastos devem requerer emenda constitucional e o governo está colocando um “esforço relevante” para que essas emendas sejam aprovadas.
Os analistas da XP esperam corte na magnitude de R$32,7 bilhões em 2026 com as medidas a serem anunciadas, porém a redução das despesas não implica melhora no resultado primário, que por sua vez depende das receitas.
No âmbito corporativo, destaque para os resultados da Gerdau, que segundo a XP reportou resultados melhores do que o esperado, com um EBITDA ajustado de R$3,0 bilhões, alta de 15% em relação ao trimestre anterior, refletindo uma melhoria na rentabilidade da divisão do Brasil, apesar de um desempenho mais fraco (embora melhor do que o esperado) na América do Norte.
Além do balanço e dos dividendos acima das expectativas, o mercado está atento a efeitos da eleição de Donald Trump para a Gerdau. Na avaliação dos analistas da XP, a siderúrgica, com operações nos EUA, poderia ver uma valorização no preço do aço devido a tarifas sobre produtos chineses elevando a demanda local.
Entre as principais quedas do Ibovespa, destaque para as ON do Carrefour, da CSN e da Engie, que cederam 3,63%, 3,01% e 2,92%, respectivamente.
Na ponta positiva, destaque para as PN da Gerdau, da Gerdau Metalúrgica e as ON da Petz, que avançaram 9,61%, 9,15% e 7,73%, nesta ordem.
No mercado de commodities, os futuros do Brent operavam em queda de 0,41%, a US$75,22, no final do dia, impactado negativamente pela força do dólar após a eleição de Trump, que torna a commodity mais cara para outros países.
Os contratos futuros do minério de ferro caíram 0,76% na última madrugada em Dalian, com operadores mudando foco para os fracos fundamentos, em detrimento das expectativas de mais estímulos na China.
As bolsas em Wall Street fecharam em forte alta, com os principais índices de referência atingindo máximas recordes após a confirmação da vitória de Donald Trump na eleição presidencial deste ano. De acordo com a Bloomberg, o índice S&P500 registrou a melhor performance da história em um pregão pós-eleições.
Os índices Dow Jones, S&P500 e o Nasdaq 100 encerraram com ganhos de 3,57%, 2,53% e 2,95%, respectivamente. As Treasuries yields de dois anos e dez anos avançaram 9,5 pbs e 16,6 pbs, a 4,278% e 4,441%, na sequência.
Trump ultrapassou nesta manhã os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para vencer a disputa pela Casa Branca. O índice Russell 2000, de small caps, avançou 5,84%, com a leitura, entre agentes, de que as medidas de protecionismo de Trump devem favorecer companhias de menor capitalização de mercado. O índice chegou a subir mais de 5% mais cedo.
Entre as ações, destaque para o salto das ações da Tesla, que disparam mais de 14% após a vitória de Trump. O CEO da companhia, Elon Musk, participou ativamente da campanha do republicano, e deve ser convidado a atuar em uma comissão de eficiência governamental no futuro governo.
As ações de bancos também ganharam um impulso com Trump– JPMorgan Chase subiu 10% e o Wells Fargo saltou 12%. Os operadores apostam que as instituições financeiras irão se beneficiar de um corte de impostos prometido pelo republicano, em linha com uma menor regulação a ser adotada para os bancos.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
01/11/2024 | -1,23% | 128.120,75 | R$ 21,6 bilhões |
04/11/2024 | 1,87% | 130.514,79 | R$ 19,3 bilhões |
05/11/2024 | 0,11% | 130.660,75 | R$ 19,3 bilhões |
06/11/2024 | -0,24% | 130.340,92 | R$ 24,2 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Banco Mercantil (BMEB3/BMEB4)
O Banco Mercantil registrou lucro líquido de R$ 201 milhões no terceiro trimestre de 2024, cifra equivalente a uma alta de 97% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse é o nono resultado positivo consecutivo do banco. Saiba mais…
Blau Farmacêutica (BLAU3)
A Blau Farmacêutica registrou um lucro de R$ 70,5 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 29% em relação ao resultado positivo de R$ 99,4 milhões reportado no mesmo período do ano passado. Saiba mais…
CSN (CSNA3)
A Companhia Siderúrgica Nacional informou que seu Conselho de Administração aprovou a celebração do contrato para a venda de 589.304.801 ações ordinárias de emissão da CSN Mineração para a Itochu Corporation. Saiba mais…
Engie Brasil Energia (EGIE3)
A Engie Brasil Energia reportou lucro líquido de R$ 666 milhões no terceiro trimestre deste ano, redução de 28,2% em comparação com o observado em igual período de 2023. Saiba mais…
Gerdau (GGBR3/GGBR4)
A Gerdau reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,432 bilhão no terceiro trimestre de 2024. O montante, que representa um recuo de 10% em relação ao mesmo período de 2023, foi impactado, principalmente, pelo arrefecimento dos resultados operacionais, segundo a companhia. Saiba mais…
Gol (GOLL4)
A Gol informou que, juntamente com a Abra Group Limited, afiliadas e o comitê de credores quirografários designado no procedimento de Chapter 11, firmou um acordo de apoio ao Plano de Reestruturação (PSA), incluindo a conversão de aproximadamente US$ 950 milhões em dívida garantida da Abra em novas ações da Gol. Saiba mais…
GPA (PCAR3)
O prejuízo líquido consolidado do GPA no terceiro trimestre de 2024 foi de R$ 311 milhões, queda de 76% em relação ao mesmo período de 2023. O indicador que leva em consideração apenas as operações continuadas ficou negativo em R$ 253 milhões, frente a um lucro de R$ 805 milhões um ano antes. Saiba mais…
Iguatemi (IGTI11)
A Iguatemi reportou lucro líquido de R$ 101,2 milhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 69,4% em relação ao mesmo período de 2023. Saiba mais…
Marisa Lojas (AMAR3)
A Marisa Lojas informou que foi vítima de um ataque cibernético do tipo ransomware. O ataque ocasionou a indisponibilidade temporária de parte de seus sistemas. Saiba mais…
Prio (PRIO3)
A Prio registrou lucro líquido de US$ 165 milhões no 3T24, queda de 52% frente ao mesmo período do ano anterior. Saiba mais…
RD (RADL3)
O lucro líquido ajustado da RD Saúde somou R$ 336,8 milhões no terceiro trimestre de 2024, montante 25,5% acima do registrado no mesmo trimestre do ano passado. Sem ajustes, o lucro foi de R$ 362,1 milhões, alta de 22,1% na mesma comparação. Saiba mais…
A RD Saúde aprovou um novo programa de recompra de ações. Com o objetivo de reforçar seu Programa de Incentivo de Longo Prazo, que oferece ações restritas aos colaboradores, a empresa comprará até 3,23 milhões de suas próprias ações ao longo dos próximos 18 meses. Saiba mais…
Telefônica Brasil (VIVT3)
A Telefônica Vivo reportou lucro líquido de R$ 1,667 bilhão, uma variação de +13,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi influenciado pela sólida evolução do EBIT (+7,9% a/a) e pela redução da despesa financeira líquida (-7,2% a/a). Saiba mais…
A Telefônica Brasil, dona do Vivo, convocará assembleia geral extraordinária (AGE) para deliberar sobre uma redução de capital social da companhia no valor de R$ 2,0 bilhões, sem o cancelamento de ações e mediante a restituição de recursos aos acionistas. Saiba mais…
Vibra (VBBR3)
A Vibra registrou lucro líquido de R$ 4,201 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que corresponde a uma alta de 234,7% em relação a igual período em 2023, quando apurou R$ 1,255 bilhão. Saiba mais…
Vulcabras (VULC3)
A Vulcabras divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, reportando um lucro líquido societário de R$ 172,2 milhões, uma variação positiva de 35,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou um lucro de R$ 127,6 milhões. Saiba mais…
(Com informações da TCMover e Momento B3)