O universo cripto está no centro de uma disputa judicial envolvendo o cofundador da Solana, Stephen Akridge, e sua ex-esposa Elisa Rossi. O caso tramita no Tribunal Superior de São Francisco, e é interessante por sua complexidade da propriedade digital em contextos pessoais, especialmente em situações de divórcio.
Rossi acusa Akridge de ter utilizado seu conhecimento avançado em tecnologia blockchain para se beneficiar indevidamente de suas recompensas de staking, geradas pela validação de transações na rede Solana (COIN:SOLUSD). Segundo a denúncia, a suposta má conduta ocorreu entre março e maio de 2023, logo após o casal oficializar a separação.
Rossi alega que Akridge teria redirecionado para si mesmo os lucros obtidos com o staking dos tokens Solana, valores que podem alcançar milhões de dólares. Além disso, ela afirma que ele se recusou a responder às suas perguntas sobre os fundos, zombando de suas tentativas de recuperar o controle dos ativos. Documentos judiciais indicam que Rossi solicitou confidencialidade para proteger informações financeiras sensíveis.
O staking é a peça central do conflito. O Staking é uma prática que remunera investidores por bloquearem seus tokens em uma rede blockchain, promovendo a segurança e descentralização do sistema. A rede Solana especificamente, utiliza o mecanismo de proof-of-stake (PoS), que oferecem retornos competitivos para os participantes.
No entanto, a falta de regulamentação clara sobre a propriedade de recompensas de staking pode gerar disputas legais complexas, como a enfrentada por Rossi e Akridge, especialmente em divórcios que envolvem significativos portfólios digitais.
O caso também lança uma sombra sobre a Solana, apesar de seu desempenho expressivo em 2024, com o token SOL alcançando recordes de valorização e a rede mantendo posição de destaque em DeFi e NFTs. No entanto, o processo traz potenciais riscos à reputação de Akridge e pode impactar seus empreendimentos, como a empresa de blockchain Cyber Grant Inc.
Segundo especialistas, o caso é um exemplo das lacunas existentes no tratamento jurídico de ativos digitais, podendo estabelecer precedentes importantes para futuras disputas relacionadas à propriedade de criptomoedas em processos legais.