A Natura&Co vai retomar os estudos sobre “alternativas estratégicas” para a Avon fora da América Latina, que podem incluir uma potencial separação, venda ou parcerias.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:NTCO3) nesta quarta-feira (04).
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A retomada dos estudos, interrompidos em agosto quando a Avon Products entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, está em linha com a estratégia do grupo de “simplificar sua estrutura societária e proporcionar maior autonomia a seus negócios”, disse a Natura&Co.
A Avon Products é uma unidade não-operacional adquirida pela Natura em 2020 como parte da compra da Avon.
O grupo fez a declaração, no qual informa a aprovação, por um tribunal norte-americano que supervisiona o processo de recuperação judicial da Avon Products, do acordo de transação global entre a companhia e o comitê de devedores quirografários da Avon e da venda das operações da Avon fora dos EUA para a Natura&Co por meio de uma oferta de crédito no valor de US$ 125 milhões.
As aprovações ainda estão sujeitas à formalização das decisões nos autos, disse a fabricante de cosméticos.
Segundo o grupo, embora o fechamento da venda de determinados mercados das operações da Avon fora dos EUA permaneça sujeito a aprovações regulatórias, seus resultados serão reconsolidados nas demonstrações financeiras da Natura&Co a partir de 4 de dezembro de 2024.
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(BOV:NTCO3) tem:
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VISÃO DO MERCADO
O Bradesco BBI avalia que a decisão reduziu ainda mais o risco da tese, limitando os passivos relacionados aos credores da Avon e permitindo a companhia avançar com seus esforços de simplificação corporativa.
Segundo BBI, as principais áreas de foco agora incluem (i) a próxima rodada de simplificação corporativa com uma potencial venda, cisão ou parcerias para a Avon International, (ii) conclusão da integração da Avon na América Latina e (iii) normalização dos fundamentos da Natura&Co pós-simplificação corporativa.
Sendo assim, o BBI reiterou sua perspectiva positiva sobre o valor potencial que a Natura&Co pode gerar a partir dessas iniciativas estratégicas e, como resultado, manteve classificação equivalente à compra com um preço-alvo de R$ 20 ao final de 2025.
Com a conclusão do processo, a XP Investimentos comenta que a Natura “deve contar não apenas com um P&L mais leve, mas também com um modelo de negócios muito mais limpo”.
Além disso, analistas permanecem otimistas com a implementação da Onda 2 e o aumento dos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), o que deve suportar resultados sólidos na varejista na América Latina.
O time de análise vê o valuation da Natura como atrativo, com um múltiplo de 12,5 vezes Preço/Lucro para 2025 e um rendimento de fluxo de caixa (FCF yield) de aproximadamente 9%, enquanto enxerga espaço para um pagamento extraordinário de dividendos em 2025.
Na avaliação do Itaú BBA, o desafio agora é encontrar uma solução estratégica para a Avon Internacional, pois está muito claro que o foco da administração está na operação da Améria Latina.
Segundo BBA, a reconsolidação da API enfraquece (ou atrasa) um pouco a tese daqueles que estavam contando com uma “vida após o Capítulo 11” que seria 100% centrada nos mercados latinos.
Os negócios da América Latina continuam sólidos, na visão do BBA, com forte geração de caixa, embora a queima de caixa da API (estima da em US$ 120 milhões por ano nas margens EBITDA atuais) deva continuar sendo um obstáculo por algum tempo até que uma solução estratégica seja encontrada — esse seria o próximo gatilho importante para as ações.