O Ibovespa fechou em alta a sessão desta segunda-feira, em um pregão de maior apetite ao risco não somente no mercado local, mas também nos Estados Unidos. Operadores monitoravam desenvolvimentos da política comercial do presidente americano eleito, Donald Trump, a partir de 20 de janeiro, enquanto no Brasil papéis do setor financeiro subiram em bloco, com firme queda dos vértices da curva de juros.
O Ibovespa encerrou em firme alta de 1,26%, aos 120.021 pontos – com volume de R$ 19 bilhões, ainda abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$17,0 bilhões, em meio a um começo de ano ainda morno nos mercados.
Os vértices longos da curva de juros encerraram em queda, com ênfase na cauda longa, que perdeu até 24,0 pontos-base nos futuros para vencimento em janeiro de 2035.
Já o dólar futuro operava ao fim do dia em sólida queda de 1,20%, a R$6,140, com a fraqueza da divisa norte-americana em âmbito global, à medida que operadores repercutiam notícia de que Trump pode adotar política de tarifas menos agressiva que pensado antes, focando “áreas estratégicas”, embora o republicano tenha negado, via publicação na rede social TruthSocial, a reportagem, publicada no Washington Post.
Em sessão sem grandes catalisadores econômicos à nível local, operadores avaliaram desidratação dos prêmios de risco adicionados nos vértices da curva de juros. Investidores também lançaram “stops” sobre posições compradas em dólar no início deste ano.
No mercado local, a mediana de projeções do Focus, divulgada nesta segunda, mostrou avanço para a estimativa da Selic ao fim de 2025, a 15,0%, ante previsão anterior de 14,75%. Economistas também elevaram estimativa para a inflação ao fim deste ano, a 4,99%, de 4,96% anteriormente.
Já a balança comercial de 2024 registrou superávit de US$74,6 bilhões – segundo maior saldo, em termos anuais, desde o início da série histórica, em 1989, de acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O MDIC passou a projetar superávit entre US$60 bilhões a US$80 bilhões para 2025.
No front político, o Congresso só votará o Orçamento de 2025 após o feriado do Carnaval, de acordo com o relator da matéria, senador Angelo Coronel, em entrevista à Bloomberg. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a prioridade no momento é votar o Orçamento deste ano.
Haddad também descartou mudanças no IOF para conter saídas de dólar, e disse que há uma “acomodação natural” do câmbio. O ministro da Fazenda falou a jornalistas após antecipar volta de férias e reunião com o presidente Lula. Segundo ele, foram discutidos despachos legislativos e planejamento do ano, e medidas de cortes de gastos não estiveram na pauta.
No cenário corporativo, Eneva teve mais uma forte alta, após governo ajustar regras de leilão de energia agendado para junho, o que na prática permitirá à empresa disputar com usinas do Parnaíba.
Já de acordo com O Globo, BTG Pactual anunciará, nesta semana, que comprou a unidade brasileira do banco suíço Julius Baer, que possui cerca de R$70 bilhões sob gestão.
Nos mercados acionários, ao fim da sessão, as principais contribuidoras do Ibovespa eram as PN de Itaú, Itaúsa e ON de B3, que subiam 4,49%, 3,28% e 2,77%, respectivamente.
Já entre as principais altas percentuais do Ibovespa, destacaram-se as PN de Azul, ON de Yduqs e Carrefour, que avançaram 14,67%, 10,32% e 9,98%, respectivamente.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/01/2025 | -0,13% | 120.125,39 | R$ 19,2 bilhões |
03/01/2025 | -1,33% | 118.532,68 | R$ 20,3 bilhões |
06/01/2025 | 1,26% | 120.021,52 | R$ 19,0 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Ambev (ABEV3)
A Ambev informou que sua marca de sucos Do Bem está em processo de venda para a Tial, que produz bebidas a base de frutas. Segundo a varejista, o acordo já foi assinado e aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Saiba mais…
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)
As ações da Azul e da Gol disparavam nesta segunda-feira, ainda embaladas por acordos das companhias aéreas com o governo para renegociação de débitos bilionários, divulgados na semana passada. Saiba mais…
Banrisul (BRSR6)
O banco gaúcho Banrisul concluiu perante a autoridade reguladora CIMA (Autoridade Monetária das Ilhas Cayman), o processo de encerramento voluntário das atividades de sua agência sediada em Grand Cayman, nas Ilhas Cayman. Saiba mais…
Eneva (ENEV3)
A Eneva concluiu com sucesso o processo de substituição da tubulação de conexão (riser) do FSRU (Floating Storage and Regaseification Unit) ao gasoduto marítimo que garante o suprimento de gás ao Hub Sergipe. Saiba mais…
A Eneva aprovou a criação de programa de aquisição de ações de sua própria emissão. Saiba mais…
Gol (GOLL4)
A companhia aérea Gol, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, registrou prejuízo líquido de R$ 176 milhões em novembro. Saiba mais…
JBS (JBSS3)
A JBS vai emitir bonds com prazos de 10 e 30 anos, disseram fontes ao Valor e ao Broadcast. A operação deve ser realizada por meio da JBS USA e ser concluída ainda hoje. Saiba mais…
JHSF (JHSF3)
A JHSF assinou memorando de entendimentos com parte do grupo dos atuais coproprietários do Shopping Ponta Negra, para a venda de participação de 18% no Shopping, pelo montante de R$ 82 milhões. Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras lança uma primeira chamada de propostas para aquisição de biometano. A estatal informou que a iniciativa vem em linha com seus objetivos de descarbonização e robustecimento do portfólio de gás. Em paralelo, o processo atende às previsões de criação de um mandato para biometano constante da Lei do Combustível do Futuro (14.993/2024), sancionada no ano passado. Saiba mais…
Vibra Energia (VBBR3)
A Vibra Energia tomou conhecimento de uma ação rescisória movida pela União, que quer anular uma decisão que reconheceu, à companhia, créditos de PIS/Cofins. Saiba mais…
(Com informações da TCMover e Momento B3)