Ibovespa fecha em queda, com maior aversão ao risco, em meio à expectativa por anúncio de tarifas de Trump

O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, na esteira de maior aversão ao risco nas bolsas globais, com investidores aguardando anúncio do plano de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ante parceiros comerciais na quarta-feira, em meio a notícias de que medidas poderiam ser mais agressivas do que vinha sendo sinalizado recentemente.

O Índice Bovespa encerrou com recuo de 1,25%, aos 130.259 pontos. Em termos mensais, no entanto, o Ibovespa acumula alta de 6,08%, com ganhos de 8,29% no primeiro trimestre, em descorrelação significativa ante mercados acionários dos EUA, com uma visão nos mercados de que Brasil pode ser menos impactado que outros países por uma eventual guerra comercial mundial.

O volume de negociação foi de R$ 20,3 bilhões, abaixo da média dos últimos 50 pregões, de R$ 16,5 bilhões.

Os vértices ao longo da curva de juros encerraram em queda de até 12,5 pontos-base. Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em queda de 0,94%, cotado a R$5,737, e o real tinha o melhor desempenho ante o dólar em uma cesta de 23 divisas observadas pela Mover, em dia de formação de Ptax para março e “carry-trade”, segundo operadores. O índice Dólar DXY avançava 0,18%, aos 104,18 pontos.

Mais cedo, diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, pontuou que autoridade está “convencida” de que juros encontram-se em nível restritivo, e que a variação cambial recente pode ser “ruído”, enquanto o BC olha a “tendência”. “Não se muda viés da política monetária por variação da moeda”, explicou.

Operadores também viram o discurso de David alinhado ao de Galípolo e Guillen, na última quinta-feira, notando que o diretor deu sinais de que o Comitê de Política Monetária estuda conter o ciclo de aperto monetário, deixando a Selic elevada por mais tempo para levar a inflação à meta de 3,0%.

“Isso prescreveria evitar exageros de alta (de juros) e excessos de corte também”, afirmou David, ao atentar para a estabilidade financeira e a oscilação dos ciclos econômicos como dois outros objetivos do BC além da meta de inflação.

Mais cedo, mediana de projeções do Focus mostrou estabilidade em variáveis macroeconômicas, com destaque para redução da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a 1,97%, ante 1,98%, em meio a sinais de desaceleração da atividade econômica.

Em meio ao imbróglio em relação às políticas tarifarias de Trump, após o recente anúncio da tarifa de 25% sobre importações de carros, o Santander diz acreditar que o pico do sentimento negativo em torno das questões comerciais ainda não foi alcançado.

“Este cenário pode ser favorável para mercados emergentes e Brasil, com continuidade do movimento de rotação dos ativos. O Brasil é uma economia relativamente fechada, o comércio representa 20% do PIB e com os EUA, apenas cerca de 2% do PIB”, afirmaram os analistas do banco.

A análise do Santander conversa com falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que disse em entrevista ao Financial Times, no sábado, que o Brasil está em “posição privilegiada” em uma guerra comercial, e minimizou preocupações com a situação fiscal do Brasil.

Nos mercados acionários, investidores reagiram ao relatório do JP Morgan, que rebaixou recomendação para BTG Pactual e Banco do Brasil a “neutra”, em meio à citação de maior pessimismo com tendência da indústria financeira, e limite altista para o segmento, de acordo com o analista Yuri Fernandes.

No noticiário corporativo, o empresário Nelson Tanure propôs reformulação no conselho do Pão de Açúcar, que será votada em assembleia, e revelou ter planos para geração de valor no grupo, após ter se tornado acionista.

No meio da tarde, Petrobras informou que reduzirá seus preços de venda de diesel para as distribuidoras a partir de terça-feira. O combustível passará ao valor médio de R$3,55 por litro, uma redução de R$0,17 por litro, ou 4,6%.

Ao fim da sessão, as principais detratoras da sessão foram as ON da Vale, as Units do BTG Pactual e as PN do Itaú, que recuaram 1,49%, 3,44% e 0,88%, respectivamente.

Os papéis ON da CVC, da Vamos e as PN da Marcopolo, lideraram entre as quedas percentuais, cedendo 6,19%, 6,00% e 5,26%, na mesma ordem.

Na ponta positiva, destaque para as ON do GPA, da Minerva e da Tim, que avançaram 13,60%, 1,77% e 1,29%, nesta ordem.

Fora do Ibovespa, ações do BRB, banco estatal de Brasília, dispararam 90,34%, com notícia de aquisição do Banco Master, divulgada na sexta à noite. Infracommerce disparou 20,09%, com notícia de que investidor Rafael Ferri comprou 7% da empresa, segundo Estadão E-Investidor.

Nos mercados de commodities, futuros do petróleo Brent para entrega em maio avançavam ao fim do dia 2,68%, a US$74,71 por barril, atingindo patamares mais altos desde fevereiro, devido a preocupações de que a oferta possa cair se o presidente dos EUA, Donald Trump, cumprir as ameaças de impor tarifas secundários sobre barris da Rússia e possivelmente atacar o Irã.

Outro ponto que tocou o mercado foram os dados da produção de petróleo bruto da EIA, que registraram queda de 305 mil barris por dia, para 13,15 milhões de bpd em janeiro, o menor nível desde fevereiro de 2024. Segundo Financial Times, a Casa Branca estaria buscando reduzir preços do petróleo a US$60 ou até US$50/barril, o que tem feito empresas postergarem investimentos.

Os contratos futuros do minério de ferro recuaram 1,47% na última madrugada em Dalian, com os investidores se preparando para uma nova onda de tarifas sobre importações a serem anunciadas pelos EUA nesta semana.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Americanas (AMER3)

   A Americanas separou parte do patrimônio da Ame Digital e o transferiu para outras duas subsidiárias do grupo, a Click Rodo Entregas e a Mesa Express, informa o Valor. Saiba mais…

   BTG Pactual (BPAC11) 

   A BTG Pactual Asset levantou R$ 750 milhões para seu novo fundo de investimento imobiliário (FII), o BTG Pactual Log AAA Cajamar FII (BTLA11), em oferta voltada a investidores qualificados, informa o Valor. Saiba mais…

   BRB (BSLI4) 

   O conselho de administração do BRB – Banco de Brasília aprovou a celebração de contrato com os acionistas controladores do Banco Master, relativo à aquisição pelo BRB de ações de emissão do Banco Master representativas de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master. Saiba mais…

   Casas Bahia (BHIA3)

   O Conselho de Administração da Casas Bahia aprovou a criação de sua subsidiária integral, a Globex Administradora de Consórcios Ltda. (GAC), com sede no Rio de Janeiro. A GAC será extinta após a aprovação. Saiba mais…

   CCR (CCRO3)

   A CCR informou que sua controlada Concessionária de Rodovias do Oeste de São Paulo – ViaOeste encerrou a operação do sistema rodoviário Castello-Raposo, que compreende as rodovias Castello Branco (SP-280) e Raposo Tavares (SP-270). Saiba mais…

   A CCR conclui a transação celebrada entre a Companhia e a Invepar para a aquisição de participação equivalente a 4,7273% na Concessionária do VLT Carioca e cessão da totalidade dos direitos creditórios detidos pela Invepar em relação à Concessionária. Saiba mais…

   Celesc (CLSC4) 

   A Celesc divulgou que sua subsidiária integral Celesc Distribuição aderiu à transação extraordinária da dívida ativa não tributária referente ao débito registrado perante o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Saiba mais…

   CPFL Energia (CPFE3)

   A CPFL Energia informou que as controladas RGE, CPFL Paulista e CPFL Piratininga protocolaram perante a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) os requerimentos para firmarem novos termos aditivos aos contratos de concessão de serviço público de distribuição de energia elétrica, com efeitos imediatos das cláusulas contratuais e efetivação da prorrogação da concessão por mais 30 anos a partir de 6 de novembro de 2027 para a RGE, 20 de novembro de 2027 para a CPFL Paulista, e 23 de outubro de 2028 para a CPFL Piratininga. Saiba mais…

   Ecorodovias (ECOR3)

   A EcoRodovias assumiu a operação e gestão do Sistema Rodoviário do Lote Nova Raposo a partir da zero hora de 30 de março de 2025. Saiba mais…

   GPA (PCAR3)

   O Conselho de Administração do GPA aprovou os termos do protocolo de incorporação da GPA Malls pela companhia. A incorporação será submetida à aprovação da assembleia geral. Saiba mais…

   Marfrig (MRFG3)

   A Marfrig, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, registrou um crescimento de 47% no score geral do Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW), o maior e mais importante ranking global de gestão do bem-estar dos animais da fazenda A companhia avançou de 28 para 41 pontos entre 2023 e 2024, consolidando sua posição no Tier 4. Saiba mais…

   Mobly (MBLY3) 

   A Mobly informou que seu conselho de administração está recomendando aos acionistas rejeitarem proposta da home24, acionista majoritária do grupo, de retirada da cláusula de “poison pill” do estatuto da companhia. Saiba mais…

   Oncoclínicas (ONCO3) 

   A Oncoclínicas do Brasil Serviços Médicos aprovou a abertura do programa de recompra de até 52 milhões de ações da companhia, que correspondem a até 8,78% do total de ações ordinárias de emissão da companhia em circulação no mercado. Saiba mais…

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A Petrobras informou que o seu conselho de administração nomeou Aloisio Macário Ferreira de Souza como conselheiro de administração da companhia, em substituição a Marcelo Gasparino da Silva, que havia apresentado sua renúncia ao colegiado. Saiba mais…

   A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou uma redução de 4,6% no preço do diesel praticado nas refinarias da estatal. Segundo Magda, isso equivale a uma redução de R$ 0,17 por litro de diesel A. Saiba mais…

   A Petrobras lançou licitação para a contratação de plataforma do tipo FPSO para o projeto de revitalização do campo de Albacora, na Bacia de Campos, no norte fluminense, segundo publicação no Diário Oficial da União (DOU). Saiba mais…

   Vale (VALE3)

   A Vale recebeu a indicação de Mauro Gentile Rodrigues da Cunha como candidato a membro do seu conselho de administração, por meio de uma carta do acionista Franklin Templeton Investments. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)