O Ibovespa encerrou em ligeira alta nesta sexta-feira, acumulando o maior avanço semanal desde outubro de 2023, em semana de maior apetite ao risco por investidores em níveis local e global, com sinalizações relevantes por dirigentes do Banco Central e do Federal Reserve, embora guerra de narrativas no conflito comercial entre Estados Unidos e China siga promovendo volatilidade.

O Índice Bovespa encerrou com avanço de 0,12%, aos 134.739 pontos. O volume de negociação foi de R$18,8 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões, de R$17,5 bilhões. Na semana, o Ibovespa registrou alta de 3,93%, maior em mais de um ano e meio, ficando a apenas 1,95% da máxima histórica.

Os vértices ao longo da curva de juros fecharam em alta de até 4,5 pontos-base. Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em leve alta de 0,07%, cotado a R$5,693 caminhando para a quinta sessão de queda consecutiva. O índice Dólar DXY avançava 0,33%, aos 99,62 pontos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou alta de 0,43% em abril, em linha com as expectativas do mercado e com desaceleração em relação a março. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,43% e, em 12 meses, de 5,49%, acelerando em relação aos 5,26% observados nos 12 meses anteriores.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Transportes apresentou variação negativa em abril. Nos demais, destacam-se Alimentação e bebidas, com a maior variação, seguido de Saúde e cuidados pessoais. Juntos, os dois grupos respondem por 88% do índice do mês.

Ao final do dia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que contas de luz terão bandeira amarela em maio, com aumento de custos para consumidores ante abril, quando estava no patamar verde, em notícia com impactos para inflação.

O mercado tem seguido de perto a inflação, tentando entender se o Copom terá condições de parar antes que o esperado o atual ciclo de altas de juros. O ex-diretor do BC, Tony Volpon, avaliou, em participação na TC News, que deve haver mais uma elevação da Selic, menor que na reunião anterior, para cumprir o ´guidance´ já dado, mas sem novos aumentos, diante da desaceleração e incertezas globais.

No âmbito corporativo, destaque para Vale, que reportou lucro líquido de US$1,39 bilhão no primeiro trimestre de 2025, queda de 17% frente um ano antes. A receita líquida de vendas ficou em US$8,11 bilhões, queda de 4% anual. O EBITDA ajustado ficou em US$3,11 bilhões, recuo de 9% na comparação anual.

De acordo com os analistas da Genial, a mineradora teve um “trimestre marcado pela desestocagem, com as vendas se estabilizando diante da produção mais fraca e da queda dos preços”, pressionada por “efeitos sazonais significativos”. A Vale também reportou um minério de ferro em US$103,6 a tonelada no primeiro trimestre, em queda de 16% no período interanual.

Além da queda nos resultados, incomodou o mercado a falta do anúncio de dividendos. Em teleconferência, o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, disse que o momento é “de esperar para ver inclusive no que diz respeito aos dividendos extraordinários”.

“Estamos acompanhando de perto o cenário global em relação às tarifas e não percebemos ainda o impacto nas operações e resultados financeiros da Vale. Vendemos pouco para os EUA e o níquel está isento das tarifas. O que nos interessa é o impacto no PIB global e o impacto nas commodities, focando sempre na eficiência de custos”, afirmou Pimenta.

Ao fim da sessão, as principais contribuidoras da sessão foram as ON da Weg, da JBS e da Localiza, que avançavam 2,68%, 2,46% e 2,91%, respectivamente.

Os papéis ON da Marfrig, da Minerva e da Auren, lideraram entre as altas percentuais, avançando 8,45%, 4,40% e 4,07%, na mesma ordem.

Na ponta negativa, destaque para as PN da Azul, as ON da Cyrela e da Yduqs, que recuaram 17,37%, 5,27% e 4,13%, nesta ordem.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Carrefour (CRFB3)

   A assembleia de acionistas do Carrefour Brasil aprovou proposta da matriz de reorganização societária da rede de supermercados e atacarejo, que terá sua base acionária unificada com a do grupo controlador francês. Saiba mais…

   CBA (CBAV3)

   A Companhia Brasileira de Alumínio aprovou a redução do capital social da companhia no valor de R$ 401 mihões para absorção dos prejuízos acumulados, sem o cancelamento de ações ou restituição de valores aos acionistas. Saiba mais…

   Cury (CURY3) 

   O conselho de administração da Cury aprovou a criação de programa de alienação de ações ordinárias de emissão da companhia mantidas em tesouraria. Saiba mais…

   Magazine Luiza (MGLU3)

   O Magazine Luiza acertou a captação de US$ 130 milhões com a International Finance Corporation (IFC), instituição financeira pertencente ao Banco Mundial, com a maior parte dos recursos sendo injetada em tecnologia. Saiba mais…

   Multiplan (MULT3) 

   A Multiplan – dona de uma rede com 20 shopping centers – teve lucro líquido de R$ 234,044 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 12,4% ante o mesmo período do ano passado, conforme balanço. Saiba mais…

   Petz (PETZ3)

   A Superintendência-Geral (SG) do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) admitiu que a Petlove acompanhe o processo sobre a fusão entre a Petz e a Cobasi dentro do órgão antitruste como “terceira interessada”. Ao solicitar essa participação ao Cade, a empresa afirmou que a operação tem racional anticompetitivo e vai gerar efeitos deletérios à concorrência no mercado pet brasileiro. Saiba mais…

   Prio (PRIO3) 

   A Prio informou que foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a anuência para workover dos poços no campo de Tubarão Martelo, incluindo os poços TBMT-10H e TBMT-4H, que estavam parados devido à falha na bomba centrifuga submersa. Saiba mais…

   Raízen (RAIZ4)

   A moagem de cana-de-açúcar pela Raízen somou 700 mil toneladas no quarto trimestre da safra 2024/25, ante o volume de 13,8 milhões de toneladas registrado no terceiro trimestre da safra 2024/45. Saiba mais…

   Sanepar (SAPR11)

   A Sanepar aprovou o registro contábil e recolhimento dos tributos por ocasião do registro da receita auferida, relativo ao processo da ação judicial movida contra a União sobre Imunidade Tributária Recíproca de IRPJ-Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Saiba mais…

   Vale (VALE3) 

   A Vale teve lucro US$ 1,394 bilhão de forma líquida (atribuível aos acionistas) no primeiro trimestre de 2025, queda de 17% frente um ano antes, quando o lucro havia sido de US$ 1,679 bilhão. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)