O Ibovespa encerrou em ligeira alta nesta terça-feira, impulsionado pelos papéis de blue chips, como Itaú, Bradesco, Ambev e Petrobras, e aproximando-se de nível recorde, com operadores avaliando como mais conservador o tom de falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em entrevista coletiva mais cedo, que puxou vértices curtos da curva de juros para alta.

Mercado também ponderava notícia de que Trump deve anunciar alívio em tarifas para montadoras de veículos hoje à noite, em evento em Michigan, coração da indústria automotiva americana.

O Índice Bovespa encerrou com avanço de 0,06%, aos 135.092 pontos. O volume de negociação foi de R$ bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões, de R$17,7 bilhões. O índice está a % de atingir a máxima histórica, vista em agosto de 2024.

Os vértices ao longo da curva de juros fecharam sem direção definida, com a cauda curta avançando até 5,5 pontos-base, e a longa recuando até 1,0 pontos-base. Além do discurso de Galípolo, mercado acompanhou mais um leilão de títulos públicos pós-fixados (NTN-B e LFT) pelo Tesouro Nacional, que elevou a oferta em relação à semana passada e teve quase colocação integral no mercado.

O Tesouro vendeu todas as 1,1 milhão de NTN-Bs e 749.200 de 800 mil LFTs no leilão. Na semana passada, foram colocadas 600 mil NTN-Bs e 900 mil LFTs.

Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em queda de 0,42%, cotado a R$5,633. O índice Dólar DXY avançava 0,29%, aos 99,23 pontos.

Mais cedo, Galípolo pontuou que o BC não possui “desconforto” com o centro da meta de inflação, de 3,0%, e que o juro ficará em patamar suficiente para alcançá-la. “O Banco Central está fazendo seu caminho para a meta de inflação de 3,0%. Não há nenhum tipo de ‘outlier’ em o Brasil ter uma meta de inflação de 3,0%”, afirmou, em entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF).

Galípolo também voltou a dizer que a comunicação do último Copom segue “vigente” – em linha com o discurso adotado na véspera, no Safra, que foi percebido como mais “hawkish” por agentes do mercado, antes as falas dos diretores Diogo Guillen e Nilton David, na semana anterior. Na última ata, o Copom sinalizou elevar juros na próxima reunião, embora dessa vez em menor magnitude.

“O BC responde à dinâmica da inflação, que é desafiadora. Estamos atentos ao que já foi feito, será sentido ao longo do tempo”, disse Galípolo, embora também tenha reconhecido que o ambiente de incerteza demanda “cautela” e “flexibilidade”. Também em sua visão, não há nenhum tipo de ameaça de risco sistêmico ao Sistema Financeiro Nacional, classificado como “sólido”.

Durante a tarde, o mercado avaliou os resultados do Governo Central, composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, que registrou um superávit primário em março no valor de R$1,09 bilhão. Foi o melhor resultado em março desde 2021, quando o governo registrou um saldo positivo de R$2,6 bilhões.

O desempenho se deu por conta do crescimento da arrecadação, especialmente de tributos como o Imposto de Renda, e queda nas despesas discricionárias, já que o orçamento deste ano só foi sancionado em abril, limitando os gastos livres.

No âmbito corporativo, destaque para Gerdau, que reportou EBITDA ligeiramente acima do esperado por analistas no primeiro trimestre, com resultado das operações nos Estados Unidos ajudando a compensar resultados mais fracos no Brasil.

A Gerdau registrou EBITDA ajustado de R$2,4 bilhões, superando expectativas, embora com queda de quase 15% na comparação anual. Já o lucro líquido ajustado atingiu R$758 milhões, recuo de 39% na mesma comparação.

A Gerdau disse que a maior demanda nos EUA foi em parte sazonal, “mas também pela reação dos clientes às mudanças na política comercial dos EUA, aumentando os níveis de estoque e favorecendo a compra de aço produzido internamente”.

De acordo com os analistas da XP, apesar do resultado ligeiramente melhores do que o esperado e uma melhora nos resultados operacionais da Gerdau, as incertezas sobre tarifas e comércio de aço seguem sendo um grande motivo de preocupação para o futuro da companhia.

Mercado também operou na expectativa por relatório de produção da Petrobras, que será divulgado nesta noite, assim como mais balanços corporativos do primeiro trimestre. Investidores aguardam balanços de Iguatemi, Kepler Weber, Marcopolo, Log e Isa Energia, que sairão após o encerramento do pregão.

Ao fim da sessão, as principais contribuidoras da sessão foram as PN do Itaú, as ON da Ambev e as PN do Bradesco, que avançavam 0,80%, 1,47% e 1,12%, respectivamente.

Os papéis ON do GPA, da Cogna e da PRIO, lideraram entre as altas percentuais, avançando 8,00%, 3,93% e 2,51%, na mesma ordem.

Na ponta negativa, destaque para as PN da Azul, as ON da Caixa Seguridade e da Natura, que recuaram 10,77%, 4,24% e 3,92%, nesta ordem.

Os futuros do petróleo Brent operavam em queda de 4,07%, aos US$63,18 por barril, na pior sessão desde 4 de abril, com os investidores na expectativa por decisão da Opep sobre aumento de produção, e com preocupações de que as tarifas do presidente Trump afetem a economia global e desacelerem a demanda por energia.

Analistas do Goldman Sachs sugeriram, em relatório sobre commodities, que investidoras façam um “hedge” contra riscos de recessão com compra de opções de venda de petróleo e compra de posições que apostam na alta do ouro.

Os futuros do minério de ferro fecharam em alta de 0,28% na última madrugada em Dalian. O minério segue operando próximo da região dos US$100 por tonelada e analistas apontam que a pressão sobre a commodity permanece, diante da necessidade de a China reduzir estoques por conta das incertezas criadas pela disputa tarifária com os EUA.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)

   A Fundação Procon-SP marcou uma audiência pública para o dia 16, com o objetivo de discutir os possíveis impactos da fusão entre as empresas Azul e Gol para os consumidores. Saiba mais…

   BRF (BRFS3)

   Um incêndio de grandes proporções atingiu uma fábrica de alimentos localizada no Bairro São José, Setor Norte de Uberlândia. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 10h desta terça-feira (29) e as chamas foram controladas cerca de 40 minutos após o chamado. Ainda não se sabe a causa do incêndio. Saiba mais…

   Gerdau (GGBR3/GGBR4) 

   A Gerdau teve uma queda de 39% no lucro líquido ajustado entre janeiro e março de 2025, para R$ 758 milhões. Saiba mais…

   Eletrobras (ELET3/ELET6)

   A Eletrobras obteve em assembleia nesta terça-feira a aprovação de seus acionistas para o acordo que amplia a participação da União na empresa e encerra disputa sobre o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF). Saiba mais…

   Os acionistas da Eletrobras, reunidos em assembleia realizada na tarde desta terça-feira, 29, aprovaram a alteração no critério de desempate de matérias deliberadas no Conselho de Administração. Saiba mais…

   Eletromídia (ELMD3) 

   A Eletromidia informou a conclusão do leilão da oferta pública unificada para aquisição (OPA) da totalidade de suas ações ordinárias, realizado pela Globo Comunicação e Participações. A operação marca mais um passo para o fechamento de capital da empresa de mídia exterior. Saiba mais…

   Metalúrgica Gerdau (GOAU4) 

   A Metalúrgica Gerdau atingiu lucro líquido ajustado de R$ 756 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 39% frente o mesmo período do ano passado, quando havia sido de R$ 1,247 bilhão.

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reuniu-se na China com empresários, investidores e representantes do governo chinês na segunda-feira, para apresentar e propor novas parcerias na indústria naval, informou a companhia. Saiba mais…

   Vibra Energia (VBBR3)

   A Vibra Energia informou a saída definitiva da Companhia da sociedade ZEG Biogás e Energia. Saiba mais…

   Zamp (ZAMP3) 

   A Zamp elegeu 2 novos membros para compor a Diretoria Estatutária da Companhia. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)