A Intel (NASDAQ:INTC) reportou lucro ajustado de US$ 0,13 por ação no primeiro trimestre de 2025, superando com folga a expectativa de US$ 0,01. A receita totalizou US$ 12,7 bilhões, também acima dos US$ 12,3 bilhões esperados. Apesar disso, os números positivos não foram suficientes para conter a reação negativa do mercado.

As ações da empresa negociadas em Nova York recuavam até 8% durante a manhã de sexta-feira (25), na última verificação. A Intel também é negociada na B3 através da BDR (BOV:ITLC34), que recuavam simultaneamente 2,7%.

Perspectivas

A previsão para o segundo trimestre frustrou analistas. A empresa projeta receita entre US$ 11,2 bilhões e US$ 12,4 bilhões, abaixo da estimativa de consenso de US$ 12,8 bilhões. O lucro por ação ajustado foi estimado em zero, inferior à expectativa de US$ 0,07.

A empresa atribuiu parte da fraqueza nas projeções à antecipação de compras no primeiro trimestre por causa das incertezas tarifárias. Clientes temem a inclusão de chips em novas tarifas comerciais anunciadas por Trump.

Segmentos

No trimestre, a unidade de PCs da Intel caiu 8% na base anual, para US$ 7,6 bilhões. A divisão de data centers avançou 8%, alcançando US$ 4,1 bilhões, o melhor desempenho desde 2022. A divisão de fundição registrou US$ 4,7 bilhões em receita, impulsionada por vendas internas.

Novo CEO

A nova gestão de Lip-Bu Tan marcou o início de uma reestruturação. A Intel cortará US$ 500 milhões em despesas operacionais, reduzindo a projeção para 2025 de US$ 17,5 bilhões para US$ 17 bilhões. Também vai enxugar investimentos de capital, com meta de US$ 18 bilhões em vez dos US$ 20 bilhões anteriormente estimados.

Tan também anunciou uma reformulação cultural: cortes de cargos de gestão, menos reuniões, mais decisões rápidas e retorno de quatro dias presenciais no escritório. A meta é reduzir a burocracia e melhorar a eficiência interna da companhia.

A Intel não divulgou o número exato de demissões, mas sinalizou que haverá cortes com foco em cargos gerenciais. A previsão é que os desligamentos comecem ainda neste segundo trimestre.

Visão dos analistas

A ação da Intel acumula queda de cerca de 40% nos últimos 12 meses. Analistas de mercado mantêm cautela. A Bernstein classificou a recuperação como uma “tarefa hercúlea”, enquanto a Evercore e a Jefferies destacaram que esperam mais evidências de execução antes de voltar a recomendar o papel.