Após iniciar a sessão com perda de mais de 40% nos ADRs e de 10% na Bolsa logo na abertura, os papéis da Azul chegaram a operar no positivo durante parte da manhã desta quarta-feira (28). A oscilação é fruto de reações do Chapter 11 pedido pela companhia antes da abertura do mercado. Os papéis da companhia já perdem 89% nos últimos 12 meses, dos quais 70% apenas em 2025.
Após o susto inicial, o que acalmou investidores, a ponto de o papel chegar a ensaiar uma recuperação e reduzir as perdas?
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Para analistas, a reestruturação já era esperada e, pelo que indicado, a formalização de acordos com credores e parceiros seria o principal objetivo da movimentação, mais do que a proteção em si da justiça. Pesou positivamente também a participação de parceiros como United Airlines e American Airlines, uma vez que ambas parecem comprometidas e devem realizar aporte conjunto de até US$ 300 milhões.
“Tínhamos muitas dívidas no balanço, principalmente devido à Covid. Agora temos a oportunidade de limpar tudo”, disse o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, em entrevista à Reuters.
Para o Bradesco BBI, a redução significativa da alavancagem da Azul é um dos principais pontos positivos, com a maior liquidez proporcionada para a empresa. Vale destacar que a necessidade de reestruturação já era esperada pelo mercado, em especial pelo atraso no financiamento com garantia do Governo.
Na análise do banco, a demora na votação da proposta de estruturação de garantias para compra de combustível de aviação pode ter sido um fator que contribuiu para o pedido de recuperação judicial da Azul.
” Azul espera sair do Capítulo 11 com uma alavancagem líquida de 3 vezes, reduzindo para 2,2 vezes até o final de 2026, contra cerca de 5,1 vezes antes do pedido. Além disso, embora o processo do Capítulo 11 não invalide diretamente um possível acordo de combinação de negócios com a GOL (UP, R$ 0,50), esperamos que essa discussão fique congelada até que a Azul saia do processo (o que a empresa espera que ocorra entre 6 e 9 meses)”, afirma o relatório.
O banco reforça, também, que a eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas deve levar a uma diluição material do patrimônio dos acionistas atuais.
No curto prazo, para analistas, é possível ver movimentos de recuperação nos resultados da companhia. Segundo, João Daronco, analista da Suno Research, a possível boa gestão dos passivos aliada a postergações de pagamentos podem melhorar o panorama no momento. Contudo, Daronco considera que o nome ainda deve apresentar turbulências.
“No longo prazo, eu sou bastante cético com a companhia, principalmente por atuar num setor complexo, com baixos diferenciais competitivos, competindo por preço, em um negócio onde você tem custos dolarizados e receitas atreladas ao real, além de ser bastante intensivo em capital”, afirma.
Após forte oscilação na sessão, a ação era negociada em queda de 2,80% às 15h51, a R$ 1,04 – apagando os ganhos que chegou a ter ao longo do dia, mas ainda bem melhor do que a forte queda no começo do dia lá fora, logo após a notícia sobre a reestruturação vir à tona, preconizava para o papel.
Informações Infomoney
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