Os Estados Unidos e a China anunciaram um corte temporário nas tarifas recíprocas, surpreendendo analistas com um acordo mais amplo do que o previsto. As novas medidas, válidas por 90 dias, reduzem as tarifas americanas de 145% para 30% e as chinesas de 125% para 10%.
O acordo, divulgado após reuniões em Genebra, trouxe alívio imediato aos mercados. Os índices acionários da Europa e Ásia subiram, com destaque para o Stoxx 600 (+1%), o DAX alemão em máxima de um ano e a bolsa de Hong Kong fechando em alta de 2,98%. Nos EUA, os futuros do Dow Jones subiam 1.044 pontos ou 2,5%, do S&P 500 177 pontos ou mais de 3% e do Nasdaq 800 pontos ou 4,0%.
Analistas descreveram o pacto como “cenário dos sonhos”. O JPMorgan (NYSE:JPM) destacou que a escala da redução tarifária superou as expectativas, mas alertou que os 90 dias são curtos para resolver divergências estruturais entre as potências. Mesmo assim, o sentimento de risco nos mercados foi reacendido.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicou que o objetivo é alcançar um comércio mais equilibrado e sustentável. Ele destacou que a China pode ampliar a compra de produtos americanos, especialmente em setores como agricultura e tecnologia.
A trégua também inclui a suspensão de algumas medidas não tarifárias chinesas, como as restrições à exportação de terras raras. Isso era uma prioridade para os EUA, por conta do impacto em cadeias de suprimento de tecnologia e defesa.
A valorização do dólar, o salto dos rendimentos dos Treasuries e a alta nos preços do petróleo apontam para expectativa de maior crescimento global. A Maersk, gigante do transporte marítimo, viu suas ações saltarem mais de 12% com a perspectiva de recuperação no comércio transoceânico.
O Deutsche Bank (NYSE:DB) e o Barclays (NYSE:BCS) preveem desempenho superior das ações americanas, especialmente nos setores impactados por tarifas, como indústria e tecnologia. Defensivas podem dar lugar a uma rotação para ativos mais arriscados, caso a trégua se prolongue.
Muitos analistas lembram da experiência frustrada da “Fase Um” em 2020. Embora o atual acordo represente avanço, ainda há ceticismo sobre a possibilidade de um pacto duradouro. Ainda assim, o momento representa um respiro para a economia global. Os mercados apostam que o pior da guerra comercial pode ter ficado para trás com as negociações em andamento.
A suspensão das tarifas ocorre após meses de escalada, com os EUA impondo tarifas recordes em abril e a China retaliando com barreiras a produtos e insumos.
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