A Moody’s (NYSE:MCO) rebaixou a classificação de crédito dos Estados Unidos de Aaa para Aa1, destacando o aumento persistente da dívida pública e os custos crescentes com juros. A decisão marca o fim da nota máxima por todas as grandes agências e acende alertas sobre a sustentabilidade fiscal do país.
A medida veio em meio a um déficit anual próximo de US$ 2 trilhões e projeções de que a dívida atingirá 107% do PIB até 2029. A agência também estima que os déficits federais cheguem a 9% do PIB até 2035, impulsionados por despesas obrigatórias e arrecadação abaixo do esperado.
Com o rebaixamento, os rendimentos dos títulos do Tesouro dispararam. O papel de 30 anos subiu para 5,02% e o de 10 anos para 4,54%, refletindo o prêmio de risco exigido pelos investidores diante da deterioração fiscal. O dólar também caiu frente a moedas do G10, ampliando o nervosismo do mercado.
A “classificação de teto-país” de Aaa aos EUA era atribuída pela Moody’s (BOV:MCOR34) desde 1949. Ela foi a última entre as três principais agências a remover a nota máxima dos EUA. A S&P rebaixou em 2011 e a Fitch em 2023.
Analistas afirmam que o impacto imediato nos mercados deve ser limitado considerando que muitos fundos já haviam se adaptado às revisões anteriores de classificação.
No entanto, os futuros dos índices dos EUA operam em baixa acentuada na manhã de segunda-feira, 19 de maio de 2025. Os futuros do Dow recuam 0,8%, do S&P 500 desvalorizam 1,2% e do Nasdaq perdem 1,6%, no momento da escrita.
Hoje a agenda econômica conta com discursos de autoridades do banco central dos EUA. Discursa o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, e a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan.
O tema da “desdolarização” gera preocupações de que os títulos americanos estejam perdendo seu status de porto seguro global. Investidores estarão ainda mais atentos ao Congresso e à aprovação de um novo pacote fiscal, que pode ampliar ainda mais os déficits.
O mercado monitora o avanço do projeto e as sinalizações do Congresso sobre contenção fiscal ou expansão do endividamento. A proposta de Donald Trump para cortes tributários e aumento de gastos pode adicionar entre US$ 3,3 trilhões e US$ 5,2 trilhões à dívida até 2034.
A desconfiança investidores ficou evidente nos rendimentos das T-bills com vencimento em agosto, mais altos que os de vencimentos próximos, apontando receio quanto à chamada “data X”, quando o Tesouro poderá ficar sem recursos para honrar obrigações, caso o teto da dívida não seja elevado.
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