Os principais índices dos Estados Unidos enfrentaram novamente volatilidade ao longo do pregão de quinta-feira, 5 de junho de 2025, alternando entre ganhos e perdas para fecharem o dia em território negativo.

O Dow Jones caiu 108,00 pontos, ou 0,25%, para 42.319,72. O S&P 500 recuou 31,51 pontos, ou 0,53%, para 5.939,30. O Nasdaq cedeu 162,04 pontos, ou 0,83%, para 19.298,45.

As ações mostraram alguma força no início do dia, após o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmar em uma publicação na Truth Social que teve uma ligação telefônica de aproximadamente 90 minutos com o presidente chinês Xi Jinping.

Trump descreveu a conversa com Xi como “muito boa” e disse que ela “resultou em uma conclusão muito positiva para ambos os países”.

Ele também afirmou que as equipes dos dois países “se reunirão em breve em um local a ser definido” e observou que a conversa foi focada “quase inteiramente” em comércio.

A ligação entre Trump e Xi ocorreu após sinais recentes de aumento nas tensões entre os EUA e a China em relação ao acordo comercial firmado no mês passado.

No entanto, os investidores mostraram-se cautelosos para tomar decisões mais significativas antes da divulgação do aguardado relatório mensal de empregos do Departamento do Trabalho, prevista para sexta-feira.

Economistas esperam atualmente um aumento de 130 mil empregos em maio, após uma alta de 177 mil em abril, enquanto a taxa de desemprego deve permanecer em 4,2%.

Os dados podem ter grande impacto sobre as perspectivas da economia, especialmente após os relatórios mais fracos do que o esperado sobre o emprego no setor privado e a atividade do setor de serviços divulgados ontem.

Com a proximidade da divulgação do relatório mensal mais relevante, o Departamento do Trabalho publicou na manhã desta quinta-feira que os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA aumentaram inesperadamente na semana encerrada em 31 de maio.

Os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA subiram para 247.000, contrariando as projeções de queda para 235.000. A média móvel de quatro semanas também aumentou, atingindo 235.000.

No comércio exterior, o déficit dos EUA encolheu em abril, recuando para US$ 61,6 bilhões, frente aos US$ 138,3 bilhões revisados de março. A queda se deveu principalmente a uma redução de 16,3% nas importações, para US$ 351,0 bilhões, enquanto as exportações cresceram 3,0%, alcançando US$ 289,4 bilhões.

Em relação à produtividade, o Departamento do Trabalho revisou negativamente os dados do primeiro trimestre de 2025. A produtividade do trabalho recuou 1,5%, pior que a estimativa anterior de -0,8%.

Os custos unitários do trabalho subiram 6,6% no 1T, superando os 5,7% previamente divulgados, contrariando os economistas que esperavam que o dado não fosse revisado.

Setores

Refletindo o desempenho morno dos mercados em geral, a maioria dos principais setores encerrou o dia com movimentos apenas modestos.

Ações de companhias aéreas e do setor de redes mostraram fraqueza, enquanto papéis de telecomunicações e ouro avançaram.

Outros mercados

Nos mercados acionários da Ásia-Pacífico, o desempenho foi misto nesta quinta-feira. O índice Nikkei 225 do Japão caiu 0,5%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong subiu 1,1%.

Os principais mercados europeus também fecharam sem direção única. O índice CAC 40 da França recuou 0,2%, o FTSE 100 do Reino Unido subiu 0,1%, e o DAX da Alemanha avançou 0,2%.

No mercado de títulos, os Treasuries passaram para território negativo após um início mais forte. Com isso, o rendimento da nota de dez anos, que se move em sentido oposto ao seu preço, subiu 2,9 pontos-base, para 4,394%, após atingir uma mínima intradiária de quase um mês, de 4,318%.

Olhando pra frente

O relatório mensal de empregos do Departamento do Trabalho deve ser o destaque da sexta-feira, embora novos desdobramentos nas negociações comerciais também possam atrair a atenção do mercado.