Dow Jones oscila com cautela após perdas causadas por novos anúncios de tarifas de Trump

Os principais índices dos Estados Unidos abriram com cautela nesta terça-feira, 08 de julho de 2025, após a turbulência causada pelo anúncio das novas tarifas comerciais feitas pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Às 10h32 (horário de Brasília), o Dow Jones mostrava leve recuo de 0,10%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq apresentavam altas modestas de 0,04% e 0,23%, respectivamente. A taxa de retorno dos títulos do Tesouro americano de 10 anos subiu para 4,431%.

Investidores permanecem cautelosos, mesmo após o recente afrouxamento no cronograma das tarifas, que agora podem ser ajustadas até 1º de agosto.

Analistas avaliam que os efeitos das tarifas podem ser menos severos do que o esperado inicialmente, deixando aos investidores o desafio de identificar quais empresas serão, de fato, impactadas pelas novas medidas.

A atenção do mercado também está voltada para a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será divulgada amanhã.

Em verificação feita às 09h46, as ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) subiam 1,1%, depois de uma queda de 6,79% na segunda-feira motivada pelo anúncio de Elon Musk sobre a criação de um novo partido político, preocupando os investidores.

A montadora fez o anúncio após ofensas trocadas com Trump em redes sociais, depois uma nova lei sancionada que removeu subsídios de US$ 7.500 a veículos elétricos.

As ações da Amazon (NASDAQ:AMZN) subiam 0,2%, com impulso do Prime Day, agora com duração inédita de quatro dias em 20 países. Analistas do BofA projetam que o evento pode gerar US$ 21 bilhões em valor bruto de mercadorias, um salto de 60% na comparação com o ano passado.

As ações da Exxon Mobil (NYSE:XOM) caíam 0,4%, após a empresa prever impacto negativo de até US$ 1,2 bilhão nos lucros do segundo trimestre, devido à queda nos preços do petróleo e gás. A projeção considera entre US$ 800 milhões e US$ 1,2 bilhão em perdas relacionadas ao petróleo e até US$ 700 milhões com gás.

O setor solar foi pressionado após o anúncio de Trump de que pretende eliminar subsídios à energia verde. Sunrun (NASDAQ:RUN) recuava 8,0%, Enphase Energy (NASDAQ:ENPH) -4,2% e First Solar (NASDAQ:FSLR) -4,6%. Apesar disso, houve uma divergência no mercado, já que a recomendação da Sunrun foi elevada pela KeyBanc e a Enphase foi rebaixada pela TD Cowen.

As ações da Datadog (NASDAQ:DDOG) caíam 3,3%, após ser rebaixada de Neutra para Venda pelo Guggenheim, com preço-alvo em US$ 105. O banco alerta que a OpenAI, maior cliente da Datadog, pode desenvolver soluções próprias, reduzindo a dependência da empresa de observabilidade em nuvem.

Nvidia (NASDAQ:NVDA) tinha recuperação de 0,7% após queda de 0,69% na sessão anterior. Vertiv Holdings (NYSE:VRT) subia 2,4% com upgrade da Melius Research, que vê recuperação da demanda por infraestrutura de IA.

Uber Technologies (NYSE:UBER) subia 0,3%, depois de atingir recorde histórico de US$ 96,68 na véspera, com alta de 3,26%. O Wells Fargo manteve sua recomendação de “overweight” e elevou o preço-alvo das ações de US$ 100 para US$ 120. A Uber acumula alta de aproximadamente 60% em 2025.

A Merit Medical Systems (NASDAQ:MMSI) subia 3,1% após divulgar expectativa de receita entre US$ 380 milhões e US$ 384 milhões no segundo trimestre, acima das estimativas. Martha Aronson foi nomeada CEO e presidente, substituindo o fundador Fred Lampropoulos. Notícia completa

Perto da divulgação dos balanços do 2º trimestre, os bancos JPMorgan Chase (NYSE:JPM), Goldman Sachs (NYSE:GS) e Bank of America (NYSE:BAC) operavam em baixa após rebaixamentos do HSBC.

Por outro lado, a KeyCorp (NYSE:KEY) tinha alta de 0,6% após o UBS elevar sua recomendação para “compra”, citando forte capital, crescimento em empréstimos e potencial de ganhos em receita líquida de juros.

Ações da Shake Shack (NYSE:SHAK) caíam 1,7% após rebaixamento da Loop Capital, que passou de “comprar” para “manter”, citando que a valorização de 60% nos últimos meses já reflete os fundamentos da empresa.

Por fim, a Coinbase (NASDAQ:COIN) subia 1% após o KULR Technology (AMEX:KULR) garantir uma linha de crédito de US$ 20 milhões na plataforma.

Commodities

O contrato de minério de ferro mais negociado de setembro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou o pregão diurno com alta de 0,14% a US$ 102,21 a tonelada métrica.

Às 10h21 (de Brasília), o ouro (PM:XAUUSD) caía 0,33% a US$ 3.332,40.

O petróleo bruto West Texas Intermediate para agosto operava em baixa de 0,28%, para US$ 67,74 por barril, enquanto o Brent para setembro recuava 0,14%, para US$ 69,48 por barril.

Os preços do petróleo se mantinham estáveis enquanto o mercado avaliava o impacto das novas ameaças tarifárias de Trump e ataques Houthi no Mar Vermelho.

As tensões geopolíticas e a demanda sazonal nos EUA ajudam a sustentar o mercado no curto prazo. Apesar do aumento na produção da OPEP+, os estoques seguem baixos, mas analistas alertam que tarifas mais duras podem reduzir a demanda e pressionar os preços, caso a oferta continue elevada.

Dados econômicos

Na agenda econômica de hoje, às 7h00 (horário de Brasília), foi divulgado o índice de otimismo das pequenas empresas (NFIB) referente a junho.

Às 14h, o Departamento do Tesouro deve anunciar os resultados do leilão deste mês de US$ 58 bilhões em notas de três anos.

Às 16h, será apresentado o dado de crédito ao consumidor de maio, com expectativa de expansão de US$ 11,5 bilhões, após um avanço de US$ 17,9 bilhões registrado em abril.

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Balanços trimestrais

Após o fechamento, são aguardados os números da Kura Sushi USA (NASDAQ:KRUS), Saratoga Investment Corp. (NYSE:SAR), Aehr Test Systems (NASDAQ:AEHR), e Penguin Solutions (NASDAQ:PENG).

Fechamento dos EUA de segunda-feira

As bolsas de Nova York abriram e fecharam em queda expressiva na segunda-feira, revertendo parte dos ganhos acumulados recentemente. O Dow Jones caiu 422,17 pontos (-0,94%) e fechou aos 44.406,36. O S&P 500 recuou 49,37 pontos (-0,79%) para 6.229,98, enquanto o Nasdaq perdeu 188,59 pontos (-0,92%), encerrando em 20.412,52.

A correção nos mercados foi impulsionada pela realização de lucros e agravada por temores geopolíticos. A divulgação de cartas por Donald Trump, prevendo tarifas de até 70% sobre produtos de países como Japão, Coreia do Sul, Laos e África do Sul, ampliou o nervosismo. Setores como hardware, petróleo, aviação e semicondutores lideraram as perdas.