O Ibovespa encerrou a quarta-feira (23) em forte alta, encerrando o pregão próximo das máximas do dia, impulsionado pelo otimismo nos mercados globais. O avanço refletiu o aumento do apetite por risco, após sinais de que Estados Unidos e União Europeia estariam próximos de firmar um acordo comercial, segundo informações do Financial Times.

No lado negativo, as ações da Weg se destacaram como as maiores quedas do dia, após a empresa divulgar resultados trimestrais que decepcionaram o mercado.

O principal índice da B3 subiu 0,99%, aos 135.368 pontos, em um dia de volume financeiro abaixo da média, somando R$ 12,6 bilhões — ante a média de R$ 15,7 bilhões dos últimos 50 pregões.

No mercado de juros, a curva teve comportamento misto: enquanto os vértices curtos recuaram até 2 pontos-base, os mais longos avançaram até 9 pontos-base, acompanhando o movimento das Treasuries norte-americanas e refletindo um leve steepening da curva.

No câmbio, o dólar futuro caiu 0,76%, para R$ 5,532, acompanhando o recuo do índice DXY (que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas), que fechou em baixa de 0,20%, aos 97,2 pontos. O real foi a moeda com melhor desempenho do dia entre 23 divisas monitoradas pela Mover.

Analistas observaram que os investidores seguem minimizando os riscos políticos internos, influenciados pela melhora do humor global, estimulada pelo recente acordo entre EUA e Japão e pela aproximação entre EUA e UE.

No cenário doméstico, as atenções também estão voltadas para o fim do prazo de negociações com os EUA sobre o novo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, previsto para entrar em vigor em oito dias. Segundo o jornal O Globo, o governo Lula considera “remota” a chance de adiamento. Pela manhã, a ministra Gleisi Hoffmann criticou a postura dos americanos, dizendo que “falta humildade do outro lado” e classificou como “injustas” as acusações de que Lula estaria politizando a questão.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo trabalha em um plano para mitigar os impactos das tarifas e avalia o envio de representantes aos EUA para reforçar as tratativas. A equipe econômica ainda aguarda resposta oficial à carta enviada aos americanos em 16 de maio, solicitando a abertura formal de negociações.

Outro ponto de atenção foi o cenário político, com expectativa de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre as alegações apresentadas pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A depender da análise, Moraes poderá determinar a prisão do ex-presidente ou ajustar as medidas cautelares já impostas.

No mercado de ações, mesmo com o dia positivo para o índice, a Weg pesou sobre o desempenho geral. A companhia reportou lucro de R$ 1,59 bilhão no segundo trimestre, alta de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, mas 7% abaixo das expectativas do mercado, segundo o Itaú BBA. O Ebitda somou R$ 2,25 bilhões (alta de 4%), também abaixo do consenso, com queda na margem Ebitda para 22,1%.

Analistas alertaram para uma possível revisão nas estimativas de lucro da empresa para 2025 e 2026, citando o impacto de incertezas geopolíticas na demanda por equipamentos industriais.

Entre as ações que mais contribuíram para a alta do Ibovespa, destacaram-se Petrobras (PETR4 +2,04%; PETR3 +2,23%) e Itaú Unibanco (ITUB4 +1,11%). Em termos de maiores altas percentuais, Raízen (RAIZ4) subiu 5,48%, seguida por CVC (CVCB3) com 4,74% e Natura (NTCO3) com 4,27%.

Na ponta oposta, além da Weg (-8,01%), BRF (BRFS3) e Vamos (VAMO3) também recuaram, com quedas de 1,85% e 1,52%, respectivamente.

No exterior, os contratos futuros do petróleo Brent subiram 0,20%, para US$ 68,73 por barril, revertendo perdas anteriores após a EIA divulgar queda significativa nos estoques de petróleo dos EUA na última semana.

Já o minério de ferro fechou com queda de 0,61% na bolsa de Dalian, após dez sessões de alta. A correção foi atribuída à realização de lucros, após o anúncio da construção da maior hidrelétrica do mundo na China — projeto de quase US$ 170 bilhões, visto como gerador de demanda por aço.

Mesmo com o otimismo, analistas do BTG Pactual avaliaram a notícia com cautela, ponderando que a demanda adicional não deve ser suficiente para alterar significativamente o cenário do minério de ferro. A Genial Investimentos também alertou para o caráter especulativo do recente rali da commodity.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Banco do Brasil (BBAS3) 

   O Banco do Brasil anunciou a indicação de Gilson Alceu Bittencourt para assumir a vice-presidência de Agronegócios e Agricultura Familiar, em substituição a Luiz Gustavo Braz Lage. Saiba mais…

   Gol (GOLL54)

   A Gol comunicou que a B3 concedeu, de maneira excepcional, prazo estendido até 18 de janeiro de 2027 para que a companhia possa se adequar às regras de free float, após a finalização do seu aumento de capital. Saiba mais…

   Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)

   Marfrig e BRF apresentaram um pedido formal ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que seja rejeitado o recurso movido pela Minerva contra a fusão entre as duas companhias, segundo apuração do jornal Valor Econômico. No documento, as empresas reforçam seus argumentos em defesa da operação e pedem a continuidade do processo de aprovação. Saiba mais…

   Neoenergia (NEOE3) 

   A Neoenergia reportou um forte desempenho financeiro no segundo trimestre de 2025, com lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,631 bilhão — mais que o dobro dos R$ 815 milhões registrados no mesmo período de 2024. No acumulado do primeiro semestre, o lucro somou R$ 2,632 bilhões, representando um avanço de 36% em relação aos R$ 1,942 bilhão apurados no mesmo intervalo do ano anterior. Saiba mais…

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A Petrobras comunicou que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou o Acordo de Individualização da Produção (AIP) da jazida compartilhada de Jubarte, situada no pré-sal da Bacia de Campos. Saiba mais…

   Sabesp (SBSP3) 

   A Sabesp divulgou um balanço preliminar sobre o primeiro ano desde sua privatização, destacando investimentos expressivos de R$ 10,6 bilhões no período. Saiba mais…

   Vale (VALE3) 

   A Vale registrou crescimento de 3,7% na produção de minério de ferro no segundo trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 83,6 milhões de toneladas entre abril e junho. O resultado foi impulsionado por um desempenho sólido na planta de Brucutu (MG) e por um novo recorde trimestral na mina S11D, no Pará. Saiba mais…

   WEG (WEGE3)

   A WEG encerrou o segundo trimestre de 2025 com um lucro líquido de R$ 1,592 bilhão, resultado 10,4% superior ao do mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, o valor ficou abaixo da expectativa do mercado, que estimava R$ 1,76 bilhão segundo o consenso da LSEG. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)