A Positivo Tecnologia, uma das principais empresas brasileiras de tecnologia, segue tentando equilibrar crescimento de receita, rentabilidade e retorno aos acionistas. Fundada em 1989 e sediada em Curitiba, a companhia atua nos segmentos de Varejo, Governo e Servidores, oferecendo uma linha variada de produtos como computadores, tablets, smartphones e softwares educacionais.
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Nos números mais recentes, a Positivo (BOV:POSI3) reportou uma receita anual de R$ 3,41 bilhões, com uma margem de lucro líquido bastante apertada de apenas 0,1%. Isso revela um desafio importante para a empresa em termos de rentabilidade, especialmente quando olhamos que o lucro por ação diluído (EPS) caiu a uma média de 39,5% ao ano nos últimos cinco anos. Por outro lado, a receita nesse mesmo período apresentou crescimento médio de 11,9% ao ano, mostrando uma base sólida de vendas, ainda que pressionada por custos e margens comprimidas.
Apesar do desempenho misto, a Positivo ainda possui alguns indicadores que chamam a atenção dos investidores. Um deles é o Dividend Yield de 8,9%, atrativo num cenário de juros ainda elevados no Brasil. Além disso, a empresa apresenta uma margem bruta de 25,1%, o que mostra capacidade de gerar valor sobre seus produtos, embora as margens operacionais e líquidas ainda sejam bastante limitadas.
Do lado do caixa, a empresa conta com R$465,4 milhões em caixa e equivalentes, embora esse montante tenha recuado 23,5% no último trimestre. A trajetória histórica de caixa mostra oscilações, com picos em 2020 (R$544,16 milhões) e 2023 (R$591,38 milhões), mas o TTM atual (últimos 12 meses) sugere uma redução no colchão de liquidez da empresa, o que pode limitar decisões estratégicas mais agressivas, como investimentos maiores ou recompra de ações.
No campo do valuation, os múltiplos da Positivo geram um sinal duplo: o P/E (preço sobre lucro) de 221,0 indica um valuation bastante elevado em relação aos lucros atuais — o que, isoladamente, poderia afastar investidores. No entanto, o P/B (preço sobre valor patrimonial) de apenas 0,4 sinaliza que a empresa está sendo negociada com grande desconto sobre o valor contábil dos seus ativos, o que pode sugerir uma distorção de mercado — ou uma oportunidade para os mais arrojados.
Com esse perfil, analistas ponderam: as ações da POSI3 estão caras ou baratas? A resposta depende da perspectiva de recuperação da rentabilidade. Se a empresa conseguir ajustar suas margens, a baixa relação P/B e a geração de caixa poderiam impulsionar o papel. Caso contrário, o alto P/E pode continuar afastando compradores.
A recompra de ações também surge como um tema possível. A empresa até teria caixa suficiente para executar uma recompra relevante, mas, para um fechamento de capital completo, seria necessário um montante superior aos R$644 milhões de valor de mercado atual. Essa hipótese depende de uma leitura estratégica mais agressiva da própria companhia e de um cenário de melhoria consistente dos resultados.
No fim das contas, a Positivo Tecnologia é um caso típico de empresa com bons ativos, receita crescente, mas que ainda luta para traduzir tudo isso em lucro. Para o investidor, o papel pode ser uma aposta de recuperação ou um alerta de prudência. Tudo vai depender da evolução das margens nos próximos trimestres — e da capacidade da empresa de se reinventar diante da competição acirrada do setor de tecnologia.
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