A Raízen, referência nos setores de açúcar, etanol e distribuição de combustíveis, firmou um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Açúcar, da Alimentação e Afins de Sertãozinho e Região nesta quarta-feira (16), após o anúncio do desligamento de cerca de dois mil funcionários na Usina Santa Elisa.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:RAIZ4) nesta quinta-feira (17).

A medida foi tomada após a empresa decidir suspender as atividades da unidade por tempo indeterminado, conforme noticiado pelo g1.

O acordo prevê o pagamento integral das verbas rescisórias e de abonos aos trabalhadores, além da manutenção de benefícios por um período determinado, garantindo uma transição menos abrupta para os colaboradores afetados. A negociação ocorreu em reunião entre representantes da empresa e do sindicato, buscando mitigar os impactos sociais da paralisação.

Desinvestimento e venda de ativos

Com a decisão de descontinuar temporariamente as operações da Usina Santa Elisa, a Raízen também anunciou a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar — entre produção própria e contratos de fornecimento cedidos — por cerca de R$ 1,045 bilhão. O valor será pago à vista no fechamento da transação e será utilizado para reduzir o endividamento da companhia. O preço médio da operação ficou em aproximadamente US$ 53 por tonelada de cana, desconsiderando os ativos industriais da usina.

Entre os compradores da cana estão a Usina Alta Mogiana, Usina Bazan, Usina Batatais, São Martinho, Pitangueiras Açúcar e Álcool, e Viralcool – Açúcar e Álcool. A São Martinho (BOV:SMTO3), inclusive, informou em fato relevante que adquiriu cerca de 10.600 hectares de contratos de cana da Santa Elisa por até R$ 242 milhões. A empresa estima uma produção de 600 mil toneladas na safra 2026/27, com potencial de atingir 800 mil toneladas a partir da safra 2028/29.