O presidente norte-americano Donald Trump reforçou sua política tarifária com medidas setoriais agressivas, ampliando a aplicação da Seção 232 para impor tarifas elevadas sobre produtos como aço, alumínio e agora também cobre. A proposta de uma alíquota de 50% sobre o cobre fez o preço do metal disparar 13% em um único dia, maior salto desde 1989.
Além do cobre, Trump anunciou tarifas iminentes sobre produtos farmacêuticos, sem detalhar percentuais, mas prometendo taxas “muito altas”. Essa é a tática da Casa Branca de usar tarifas específicas para pressionar parceiros comerciais e proteger setores da economia americana, mesmo diante de críticas internas e externas.
Em paralelo, um pacote de tarifas sobre importações de 14 países entra em vigor em 1º de agosto, atingindo nações como Japão, Coreia do Sul, Cazaquistão e África do Sul. Esses países são grandes exportadores de aço e alumínio, cujos produtos agora enfrentam tarifas duplicadas em relação ao primeiro mandato de Trump.
As tarifas setoriais tendem a ser mais resilientes legalmente do que as tarifas recíprocas por país. Segundo especialistas, a Seção 232 oferece base jurídica mais sólida, o que explica sua preferência por Trump, inclusive em meio a disputas judiciais que envolvem outras medidas comerciais unilaterais, como as amparadas na IEEPA.
A política tarifária também tem gerado turbulência diplomática. No Japão, por exemplo, as tarifas sobre automóveis e arroz, somadas a declarações polêmicas de Trump sobre a aliança militar, abalaram a confiança pública e prejudicaram a imagem do primeiro-ministro Ishiba, colocando o partido governista sob risco às vésperas das eleições.
O impacto não se limita ao Japão. No Sudeste Asiático, tarifas pesadas sobre países da ASEAN, como Malásia, Camboja e Indonésia, coincidem com a visita do secretário de Estado Marco Rubio à região. A tensão econômica prejudica os esforços diplomáticos dos EUA para conter a influência crescente da China no Indo-Pacífico.
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Na arena doméstica, cresce a confusão entre eleitores e empresários americanos.
Pesquisa da Economist/YouGov mostra que 30% dos entrevistados não sabem quantas tarifas anunciadas por Trump foram efetivamente implementadas. Apenas 21% acreditam que a maioria já entrou em vigor. A percepção varia conforme a filiação partidária.
Por fim, os efeitos colaterais das tarifas são sentidos tanto na economia quanto na política externa dos EUA. Enquanto Trump busca usar sua autoridade para proteger interesses nacionais e pressionar parceiros comerciais, o resultado tem sido uma combinação de inflação, insegurança jurídica e alianças fragilizadas.
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