A WEG encerrou o segundo trimestre de 2025 com um lucro líquido de R$ 1,592 bilhão, resultado 10,4% superior ao do mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, o valor ficou abaixo da expectativa do mercado, que estimava R$ 1,76 bilhão segundo o consenso da LSEG.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia totalizou R$ 2,260 bilhões, registrando alta de 6,5% na comparação anual. A margem Ebitda, no entanto, recuou 0,8 ponto percentual, ficando em 22,1% entre abril e junho.
A receita líquida alcançou R$ 10,207 bilhões no trimestre, avanço de 10,1% em relação ao mesmo intervalo de 2024, refletindo o bom desempenho das operações mesmo em um cenário de maior exigência por capital de giro.
O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) ficou em 32,9%, uma redução de 4,5 pontos percentuais frente ao segundo trimestre do ano anterior e de 0,3 ponto percentual na comparação com os três primeiros meses de 2025.
No acumulado até junho, as atividades operacionais da WEG geraram R$ 1,97 bilhão em caixa, sustentadas pelo aumento da receita e pela consistência das margens operacionais.
As despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A) consolidadas totalizaram R$ 1.215,3 milhões no 2T25, um aumento de 20,2% sobre o 2T24 e aumento de 0,7% sobre o 1T25. O aumento em relação ao mesmo período do ano anterior é explicado principalmente pela consolidação dos negócios adquiridos da Marathon, Rotor e Cemp, cuja integração está acontecendo de acordo com o planejado, e do aumento nas despesas de fretes. Quando analisadas em relação à receita operacional líquida, elas representaram 11,9%, 1,0 ponto percentual maior em relação ao 2T24 e 0,1 ponto percentual abaixo do valor apresentado no 1T25.
Os investimentos realizados no segundo trimestre somaram R$ 583,4 milhões, direcionados principalmente à expansão da capacidade produtiva, aquisição de novos equipamentos e modernização de processos, além de softwares. Do total investido, 63,4% foram destinados às unidades no Brasil e 36,6% às operações no exterior.
Proventos
A WEG aprovou a distribuição de dividendos intermediários no valor total de R$ 719,35 milhões. O montante é correspondente a R$ 0,1714503823 por ação.
Os resultados da WEG (BOV:WEGE3) referentes às suas operações do segundo trimestre de 2025 foram divulgados no dia 23/07/2025. Confira o Press release na íntegra!
VISÃO DO MERCADO
Mais uma vez, o mercado reagiu negativamente aos resultados trimestrais da WEG (WEGE3). Logo na abertura do pregão desta quarta-feira (23), as ações da companhia chegaram a cair mais de 5%, refletindo a frustração com os números apresentados no segundo trimestre. Por volta das 10h50, os papéis recuavam 3,82%, negociados a R$ 39,74.
A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,592 bilhão entre abril e junho, alta de 10,4% na comparação anual, mas abaixo das estimativas do mercado. O Ebitda somou R$ 2,26 bilhões, avanço de 6,5% em um ano, também inferior à projeção da LSEG, que indicava R$ 2,49 bilhões.
A receita líquida foi de R$ 10,21 bilhões, crescimento de 10,1% sobre o mesmo período do ano anterior, mas ficou aquém dos R$ 11,16 bilhões esperados.
Apesar do avanço anual, os números vieram abaixo do consenso e aumentaram a cautela dos investidores, especialmente diante das incertezas com tarifas anunciadas nos EUA — ainda não comentadas oficialmente pela empresa. Atualmente, a América do Norte representa 48% da receita externa da WEG.
As ações acumulam queda de cerca de 20% em 2025, movimento atribuído em parte à insegurança gerada pelas medidas comerciais norte-americanas.
- Reações dos analistas
O Goldman Sachs destacou que o Ebitda veio 4% abaixo da sua estimativa e 6% abaixo do consenso Bloomberg. O lucro líquido também ficou 5% aquém da projeção do banco. Embora a margem Ebitda tenha surpreendido positivamente (22,1%, acima da estimativa de 21,7%), o resultado geral ficou abaixo do esperado em receita, lucro e Ebitda. O banco projeta um segundo semestre mais desafiador, com menor crescimento de receita e maior pressão nas entregas de projetos de ciclo longo, especialmente na divisão de motores elétricos — que responde por metade da receita do período.
Já o Itaú BBA apontou que, apesar de já prever um desempenho mais fraco, os números vieram cerca de 6% abaixo de suas estimativas de receita bruta e Ebitda. A instituição atribui o resultado principalmente à redução de projetos solares em comparação ao 1T25. Um ponto positivo foi a menor alíquota de imposto de renda, de 17%. Sem essa diferença, o lucro teria sido 9% inferior à média do mercado. Para o BBA, os dados do 2T25 reforçam a necessidade de revisão para baixo nas projeções de 2025 e 2026.
Apesar disso, o banco avalia que, caso as ações fechem em baixa de 5% hoje, o múltiplo preço/lucro da WEG em 2026 cairia para cerca de 23 vezes — já considerando um corte de 6% no resultado estimado do ano — o que pode representar uma oportunidade para investidores de longo prazo.
- Visão do JPMorgan
O JPMorgan também viu o Ebitda 8% abaixo de sua estimativa, puxado pela fraqueza das receitas no mercado doméstico. Por outro lado, destacou pontos positivos: crescimento de 8% nas receitas em dólar no mercado externo (ainda que abaixo da previsão), margem bruta de 33,7%, margem Ebitda acima da expectativa e uma alíquota efetiva de imposto em 16,6%.
Os pontos negativos, no entanto, pesaram mais: a receita ficou de 7% a 10% abaixo das estimativas, o crescimento nas receitas internas foi de apenas 1% (contra 13% esperados), e o lucro líquido de R$ 1,59 bilhão veio de 6% a 8% abaixo do previsto.
Apesar dos resultados fracos, o JPM acredita que o impacto na sessão poderia ser limitado, considerando o desempenho acumulado negativo da ação no ano (-22%). Atualmente, o papel é negociado a 14,4 vezes o EV/Ebitda para 2026, frente a 13,3 vezes dos pares globais do setor industrial.
Recomendações
JPMorgan: Recomendação overweight (compra), com visão de que margens devem continuar melhorando nos próximos trimestres.
Itaú BBA: Recomendação outperform (compra), com preço-alvo de R$ 65.
Goldman Sachs: Recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 44,60, indicando cautela com o cenário para o segundo semestre.
Expectativas para a teleconferência
- O Goldman Sachs espera que a teleconferência agendada para quinta-feira (24), às 11h, traga esclarecimentos sobre três pontos principais:
- Impacto das tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras;
- Pipeline de projetos solares para o segundo semestre;
- Perspectivas de crescimento diante do atual cenário macroeconômico global.
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