Dívida pública do Brasil cresce em julho e déficit primário supera projeções do mercado

A dívida bruta do Brasil voltou a subir em julho, ultrapassando as expectativas do mercado. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central, o setor público consolidado também apresentou déficit primário acima do projetado pelos economistas.

O indicador de dívida bruta como proporção do PIB alcançou 77,6%, contra 76,6% em junho. Já a dívida líquida do setor público avançou para 63,7%, frente aos 62,9% do mês anterior. As projeções da pesquisa da Reuters indicavam 77,0% para a dívida bruta e 63,4% para a líquida.

No campo fiscal, o setor público consolidado registrou em julho um déficit primário de R$ 66,566 bilhões, resultado pior do que a expectativa de saldo negativo de R$ 60,2 bilhões. Dentro desse número, o governo central apresentou rombo de R$ 56,361 bilhões, Estados e municípios acumularam déficit de R$ 8,148 bilhões e as estatais tiveram resultado negativo de R$ 2,058 bilhões.

O aumento da dívida e o déficit acima das projeções reforçam a pressão sobre os ativos brasileiros. A percepção de risco fiscal pode impactar diretamente os contratos futuros de Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT), de dólar (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT) e de juros (BMF:DI1FUT), além de influenciar o câmbio, com reflexos sobre a paridade Dólar Americano e Real Brasileiro (FX:USDBRL).

No contexto atual do mercado financeiro, em que investidores monitoram atentamente a condução da política fiscal, a divulgação de um déficit mais robusto e de dívida em alta tende a alimentar preocupações com a sustentabilidade das contas públicas, ampliando a volatilidade dos ativos e exigindo maior cautela por parte dos investidores.