O dólar à vista registrou uma leve queda frente ao real nesta segunda-feira, mesmo com a moeda americana se recuperando no mercado internacional após as fortes perdas recentes.

O cenário favoreceu o real, apoiado pelo “carry trade”: a expectativa de redução dos juros nos Estados Unidos, combinada à manutenção da Selic em patamar elevado por mais tempo, contribuiu para a valorização da moeda brasileira.

O dólar à vista encerrou o dia em R$ 5,4147, recuando 0,20%, após oscilar entre R$ 5,4017 e R$ 5,4367. No mercado futuro, o dólar para setembro caía 0,25%, sendo negociado a R$ 5,4235 às 17h08.

No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas, avançava 0,76%, a 98,463 pontos. Entre as principais divisas, o euro registrava queda de 0,87%, a US$ 1,1615, enquanto a libra caía 0,52%, a US$ 1,3456.

O que influenciou o dólar hoje?

O dólar continuou em queda nesta segunda-feira, dando sequência ao movimento registrado na última sexta, quando a moeda recuou quase 1% após o discurso de Jerome Powell no simpósio econômico de Jackson Hole. Na ocasião, o presidente do Federal Reserve sinalizou a possibilidade de cortes na taxa de juros a partir de setembro, provocando forte reação do mercado.

Nesta segunda, entretanto, foram fatores domésticos que sustentaram a valorização do real. Pela manhã, os investidores reagiram positivamente a uma nova pesquisa Focus, que mostrou a redução das expectativas de inflação projetadas por analistas consultados pelo Banco Central.

O levantamento indicou que a projeção para o IPCA de 2025 caiu para 4,86%, ante 4,95% na pesquisa anterior, marcando a 13ª semana consecutiva de recuo. Para 2026, a expectativa passou de 4,40% para 4,33%, a sexta queda semanal seguida.

Apesar de a previsão para 2025 permanecer acima do teto da meta do Banco Central — 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual —, o movimento constante de redução das projeções sinaliza ao mercado um cenário de maior controle da inflação, considerado positivo pelos agentes financeiros.

Outro fator que chamou atenção dos investidores foram declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em evento com empresários na capital paulista. Cotado como um dos principais nomes da direita para a eleição presidencial, Tarcísio é visto pelo mercado financeiro como um candidato de perfil favorável.

“Cenário externo seria contrário hoje a uma queda do dólar. A moeda até abriu em alta, mas virou após as falas do Tarcísio, que sinalizou uma possível candidatura à Presidência”, comentou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Na mínima do dia, o dólar à vista caiu a R$ 5,4019 (-0,38%) às 11h51. A máxima foi de R$ 5,4359 (+0,24%), registrada logo após a abertura do mercado.

No cenário internacional, o dólar ganhava força frente à maioria das moedas, especialmente emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas, avançava 0,62%, a 98,447 pontos.

O movimento refletiu o ajuste das posições tomadas na semana passada, quando a moeda norte-americana despencou globalmente após o discurso de Powell.

Ao longo da semana, os investidores acompanharão a segunda estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o segundo trimestre, prevista para quinta-feira, e os dados do índice PCE de julho — indicador de inflação preferido do Fed —, na sexta-feira.

Pela manhã, o Banco Central realizou a venda de 25.500 contratos de swap cambial tradicional, destinados à rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.

Book de ofertas: a mais completa do mercado financeiro, acompanhe as ofertas de compra e venda de um ativo e todos os negócios realizados no dia.

💵 Está pensando em viajar? Faça a conversão de moedas gratuitamente!

🇧🇷 – US$ 1 = R$ 5,41

🇪🇺 – US$ 1 = €$ 0,86

🇬🇧 – US$ 1 = £$ 0,74