O dólar à vista encerrou a terça-feira praticamente estável frente ao real, refletindo o comportamento contido da moeda americana no cenário internacional, onde também operava sem tendência definida diante de outras divisas.
Pela manhã, o dólar chegou a registrar leve alta, impulsionado pelas incertezas políticas após a notícia da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, com o passar do dia, o mercado esfriou e os investidores adotaram postura de cautela, aguardando novidades sobre o possível agravamento da guerra tarifária promovida por Donald Trump.
Outro fator no radar foi o indicador abaixo do esperado da atividade no setor de serviços dos Estados Unidos (ISM), que contribuiu para reforçar as apostas de que o Federal Reserve pode iniciar o ciclo de cortes de juros já em setembro.
No fechamento, o dólar à vista ficou praticamente inalterado, com leve variação negativa de 0,01%, cotado a R$ 5,5060. Ao longo do pregão, oscilou entre R$ 5,4996 e R$ 5,5356. No mercado futuro, o contrato para setembro recuava 0,23%, negociado a R$ 5,5425 por volta das 17h07.
No exterior, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes — também mostrava estabilidade, com variação de -0,02%, aos 98,766 pontos. Já o euro subia 0,03%, a US$ 1,1574, enquanto a libra avançava 0,09%, cotada a US$ 1,3295.
O que influenciou o dólar no pregão de hoje?
O dólar à vista subiu frente ao real nesta terça-feira (5), em um movimento de recuperação após as fortes quedas registradas nas duas sessões anteriores. A alta foi impulsionada tanto por ajustes técnicos no mercado quanto pela cautela dos investidores diante do agravamento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com a moeda americana tendo recuado expressivamente nos últimos dias, participantes do mercado aproveitaram o momento para reposicionar suas carteiras, o que trouxe pressão adicional sobre o real ao longo do pregão.
“O movimento reflete uma correção técnica após a forte queda da véspera. A desaceleração do mercado de trabalho nos EUA aumentou as apostas em uma mudança de postura do Fed, o que tem pressionado o dólar globalmente nos últimos dias”, explicou João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.
Além disso, o mercado segue atento à disputa comercial entre Brasil e EUA. Nesta quarta-feira, deve entrar em vigor a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump. Embora alguns itens tenham sido excluídos da medida, as negociações do governo brasileiro para ampliar a lista de isenções ainda não surtiram efeito.
Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, demonstrou interesse em uma reunião, mas até o momento não houve avanço nas tratativas.
A situação ganhou contornos mais delicados após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por descumprir medidas cautelares. A medida elevou o risco de retaliações diplomáticas, já que, na ocasião do anúncio das tarifas, Trump havia associado diretamente sua decisão ao tratamento recebido pelo ex-presidente brasileiro na Justiça.
“Com a agenda econômica internacional mais leve, o câmbio deve seguir oscilando ao ritmo das negociações entre Brasil e EUA. A reação da Casa Branca nas próximas horas será crucial para determinar o rumo do real no restante da semana”, avaliou Duarte.
No campo da política monetária, a ata divulgada nesta terça pelo Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a expectativa de que a taxa Selic será mantida em níveis elevados por um período prolongado, especialmente diante das incertezas trazidas pelo cenário externo — incluindo as tarifas dos EUA.
Para a Ativa Investimentos, o Banco Central deixou claro que a trajetória da Selic projetada pelo boletim Focus não garante, por si só, o cumprimento das metas de inflação.
“Com a perspectiva de estabilidade da taxa básica de juros devido à estratégia explicitada, reafirmamos nossa projeção de que a Selic permanecerá estável por um período suficientemente prolongado, o que, na nossa visão, significa até meados de 2026”, pontuou a casa.
Enquanto isso, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, participou nesta manhã do 2º Encontro do Centro de Política Fiscal e Orçamento Público (CPFO), no Rio de Janeiro.
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