Fed apontou que uso de stablecoin pode crescer após aprovação do Genius Act

A ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) trouxe novos sinais sobre a forma como a autoridade monetária enxerga o avanço das stablecoins de pagamento. O documento destacou que “muitos participantes discutiram desdobramentos recentes e prospectivos relacionados a stablecoins de pagamento e possíveis implicações para o sistema financeiro”.

Segundo o registro, alguns dirigentes chamaram a atenção para o fato de que a utilização dessas moedas digitais pode ganhar tração após a recente aprovação do GENIUS Act nos Estados Unidos.

Na visão do Fed, o uso de stablecoins de pagamento tem potencial para aprimorar a eficiência do sistema financeiro e, ao mesmo tempo, “aumentar a demanda pelos ativos necessários para lastreá-las, incluindo títulos do Tesouro”.

Contudo, o banco central também ponderou que o avanço dessas moedas digitais “pode ter implicações mais amplas para os sistemas bancário e financeiro, assim como para a implementação da política monetária”. Por isso, a ata reforça que os dirigentes “consideraram que o tema merecia atenção cuidadosa”, sobretudo no acompanhamento dos ativos usados como lastro.

No mercado financeiro, a expansão das stablecoins pode gerar impactos relevantes. Por um lado, pode fortalecer a liquidez e aumentar a demanda por Treasuries norte-americanos (CCOM:USTREASURY), considerados o principal ativo de lastro dessas moedas. Por outro, pode trazer novas pressões sobre bancos tradicionais, que podem perder espaço em determinados segmentos de pagamentos. Além disso, a política monetária pode enfrentar desafios adicionais, já que parte da liquidez pode circular fora do alcance direto do sistema bancário.

Embora não haja cotação direta para stablecoins no mercado tradicional, o debate em torno delas ganha força em um momento em que investidores buscam alternativas de liquidez e segurança diante de um cenário de política monetária ainda incerto nos Estados Unidos. O tema é particularmente relevante no contexto atual, já que movimentos regulatórios e tecnológicos podem redefinir a dinâmica do sistema financeiro global.