Com lucro de R$426 milhões entre abril e junho, farmacêutica surpreende o mercado mesmo em queda. Ebitda também recua, mas vem acima do esperado; ação HYPE3 reage com forte baixa na B3.
Data e hora da publicação: Quarta-feira (07/08/2025), às 12h05
A farmacêutica Hypera Pharma (BOV:HYPE3) divulgou nesta quarta-feira (07/08) seus resultados do segundo trimestre de 2025, reportando um lucro líquido de operações continuadas de R$ 426 milhões — uma queda de 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da retração, o número veio acima da expectativa média de analistas, que projetavam R$ 368 milhões, de acordo com dados da LSEG.
Além disso, o Ebitda das operações continuadas totalizou R$ 725 milhões, representando queda de 4% na comparação anual, mas também superando a estimativa do mercado, que esperava R$702,6 milhões. Os dados mostram resiliência operacional, mesmo diante de um ambiente macroeconômico mais desafiador e pressões no setor de saúde.
A Receita Líquida totalizou R$ 2.153,9 milhões, e ainda foi impactada pelo processo de otimização de capital de giro concluído em abril desse trimestre, que busca incremento da geração de caixa pela redução dos estoques nos clientes e a consequente redução do prazo médio de recebimento, e pela redução da Receita Líquida no Mercado Institucional.
O Lucro Bruto alcançou R$1.295,1 milhões no trimestre, com Margem Bruta de 60,1%, ou 0,8 ponto percentual inferior ao 2T24. A redução da Margem Bruta é consequência principalmente da alteração do mix de produtos vendidos em razão do processo de otimização de capital de giro concluído nesse trimestre, que reduziu as vendas de produtos em categorias que possuem Margem Bruta superior à média da Companhia.
As Despesas com Vendas diminuíram 9,9% na comparação com o 2T24, resultado sobretudo das sinergias operacionais com a alteração promovida pela Companhia em sua estrutura de vendas no 1T25, que buscou maior alinhamento com o novo modelo comercial implementado junto aos clientes durante o processo de otimização de capital de giro. Nesse trimestre, assim como no 2T24, a Companhia não registrou benefício com a Lei do Bem em Despesas com Pesquisa e Desenvolvimento.
As Despesas Gerais e Administrativastotalizaram R$ 72,9 milhões no 2T25, ante R$ 96,7 milhões no 2T24, e apresentaram redução de 5,2% no primeiro semestre. A redução das Despesas Gerais e Administrativas é consequência principalmente da diminuição das despesas com as equipes administrativas e serviços de assessoria e consultoria.
O Resultado Financeiro foi negativo em R$ 212,7 milhões no 2T25, patamar R$ 4,4 milhões inferior ao 2T24, resultado principalmente do impacto positivo da variação cambial nos saldos de fornecedores e das despesas financeiras adicionais registradas no 2T24 com o pré-pagamento de debêntures.
A Dívida Líquida pós Hedge encerrou o trimestre em R$ 7.614,6 milhões, ante R$7.493,7 registrados no 1T25, e correspondeu a 2,6x o EBITDA das Operações Continuadas do 2T25 anualizado.
A companhia não detalhou em seu comunicado os fatores que impactaram os resultados, nem trouxe comentários de executivos até o momento da publicação.
Apesar da surpresa positiva frente às projeções, as ações HYPE3 operavam em forte queda na B3 nesta quarta-feira. Por volta das 11h50, os papéis recuavam 4,01%, negociados a R$ 24,15. O ativo abriu o pregão cotado a R$ 25,45, chegou à máxima de R$ 25,56 e atingiu mínima de R$ 23,89. A queda pode refletir uma leitura mais cautelosa dos investidores quanto à tendência de lucros da companhia.
A Hypera Pharma é uma das maiores empresas farmacêuticas do Brasil, com atuação em medicamentos isentos de prescrição (MIPs), produtos de prescrição médica e dermocosméticos. Entre suas marcas mais conhecidas estão Benegrip, Engov, Buscopan, Epocler e Coristina.
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Durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre, os executivos da Hypera (HYPE3) destacaram que a principal prioridade da companhia no curto prazo é a redução do endividamento, em um cenário ainda marcado por juros elevados e sem sinal de alívio no horizonte.
“O cenário de juros altos, sem perspectiva de queda no curto prazo, reforça a necessidade de priorizarmos a desalavancagem”, afirmou o CEO da farmacêutica, Breno Oliveira, acompanhado pelo diretor financeiro, Ramon Silva.
A estratégia da empresa, a partir do terceiro trimestre, será combinar crescimento e rentabilidade operacional com menor necessidade de capital de giro. Além disso, os executivos estão otimistas com a chegada de novos produtos, especialmente com a perspectiva da queda da patente da semaglutida — substância utilizada em tratamentos para perda de peso, como o conhecido Ozempic.
Segundo Oliveira, a Hypera está pronta para lançar sua versão genérica do GLP-1 assim que a patente expirar no Brasil, o que deve ocorrer em 2026. “O lançamento será feito assim que tiver a queda da patente”, garantiu o executivo.
O tema também foi abordado recentemente por Renato Raduan, CEO da Raia Drogasil (RADL3), que alertou para uma possível transformação no setor de genéricos com a liberação da semaglutida a partir do próximo ano.
Além das apostas no segmento de emagrecimento, a Hypera prepara uma nova leva de produtos voltados para áreas estratégicas. “Acreditamos que a partir de 2026 a gente começa a colher os frutos. A gente deve ter o nosso primeiro medicamento oncológico saindo aqui em 2026”, destacou Oliveira.
No segundo trimestre de 2025, a Hypera reportou lucro líquido de R$ 426 milhões com as operações continuadas, resultado que representa uma queda de 13,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.
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