Jalles Machado registra prejuízo no 1T25/26, mas Ebitda ajustado mantém estabilidade

Açúcar e etanol impulsionam vendas da Jalles Machado (JALL3), mas aumento de custos e tarifas norte-americanas pressionam lucro líquido; ação opera em alta de 1,05% na B3

A Jalles Machado S.A. (BOV:JALL3) registrou um prejuízo líquido de R$ 14 milhões no segundo trimestre da safra 2025/26, revertendo ligeiramente o resultado negativo de R$ 2,4 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Apesar da queda no lucro, o Ebitda ajustado da companhia se manteve estável em R$ 269,6 milhões, impulsionado pelo aumento nas vendas de ATR, açúcar e etanol.

O resultado reflete o impacto de custos mais elevados, que pressionaram o Ebitda unitário em 11%, e das tarifas do governo norte-americano, que reduziram a competitividade do açúcar orgânico no mercado internacional. Entre 15 e 20 mil toneladas de açúcar originalmente destinadas à exportação precisaram ser reclassificadas como açúcar cristal para o mercado interno, com menor valor agregado, gerando perda estimada entre R$ 20 e 25 milhões.

O consumo de caixa livre da Jalles Machado atingiu R$ 87 milhões, elevando a alavancagem para 2,4x dívida líquida/Ebitda. A companhia também revisou seu guidance, projetando moagem de 7,5 milhões de toneladas (-5% na base anual e abaixo da previsão anterior), refletindo menor mix de açúcar e queda nas métricas de produtividade.

A companhia destacou que o ganho não caixa de R$ 232 milhões com hedge contribuiu para mitigar o prejuízo líquido, reforçando a importância de estratégias de gestão de risco diante da volatilidade do mercado internacional.

No pregão desta sexta-feira (15/08), JALL3 opera em R$ 2,88, alta de 1,05% em relação ao preço de abertura de R$ 2,89, oscilando entre R$ 2,82 e R$ 2,90. O volume negociado até o momento é de 481.100 ações. O mercado parece reagir positivamente à estabilidade do Ebitda ajustado, apesar do prejuízo líquido reportado.

A Jalles Machado S.A. atua no setor sucroenergético, com foco na produção de açúcar e etanol. Seus principais concorrentes incluem Cosan (CSAN3) e São Martinho (SMTO3), e a companhia tem forte presença em mercados internos e exportação, especialmente nos Estados Unidos.

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