Preços do petróleo operam praticamente estáveis antes das negociações de paz entre EUA e Rússia

Os mercados de petróleo tiveram uma recuperação modesta na segunda-feira (11) após as quedas acentuadas da semana passada, enquanto os investidores aguardavam uma cúpula de alto nível entre EUA e Rússia com o objetivo de resolver o conflito na Ucrânia.

Às 15h29 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent para outubro subiam 0,06%, para US$ 66,72 o barril, enquanto os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) subiam 0,27%, para US$ 64,11 o barril. Ambas as referências haviam caído mais de 4% na semana anterior.

Foco na Cúpula de 15 de agosto

O próximo encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, agendado para 15 de agosto, tornou-se um ponto focal para os mercados que esperam um avanço para pôr fim à guerra na Ucrânia.

Isso ocorre em um momento em que Washington intensifica as sanções contra as exportações de petróleo da Rússia, pressionando especificamente os principais compradores, China e Índia.

Trump impôs recentemente tarifas de até 50% sobre as importações indianas para impedir a compra de petróleo russo e ameaçou medidas semelhantes contra a China.

“Com a Rússia exigindo que a Ucrânia ceda territórios ocupados para encerrar a guerra, é difícil vislumbrar uma solução rápida”, afirmaram analistas do ING em nota.

“É improvável que a Ucrânia concorde em ceder seu próprio território. Se observarmos algum nível de distensão, isso eliminaria o risco de sanções no mercado de petróleo. Isso provavelmente derrubaria os preços, dados os fundamentos pessimistas.”

Na semana passada, ameaças tarifárias deram suporte limitado aos preços do petróleo em meio a preocupações de que tarifas mais amplas dos EUA sobre os principais parceiros comerciais poderiam prejudicar a demanda.

Dados de inflação da China decepcionam, foco no IPC dos EUA

A inflação de preços ao consumidor na China em julho permaneceu estável, enquanto os preços ao produtor caíram mais acentuadamente do que o previsto, ressaltando as pressões deflacionárias em andamento no maior importador de petróleo do mundo.

Os dados mais recentes dão continuidade a uma tendência de sinais econômicos mistos da China, refletindo o impacto moderado do estímulo e o alívio das tensões comerciais com os EUA. Além disso, o clima severo em julho parece ter desacelerado a atividade econômica.

Os mercados agora se voltam para os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA, que serão divulgados na terça-feira, com os investidores atentos a quaisquer sinais de arrefecimento da inflação que possam aumentar as expectativas de um corte nas taxas do Federal Reserve em setembro.

Especuladores reduzem posições compradas em Brent

Apesar das sanções e dos riscos tarifários, os traders estão mais cautelosos. Os números mais recentes revelam uma redução de 20.375 contratos longos líquidos em contratos futuros de Brent da ICE, deixando um total de 240.977 contratos na última terça-feira, em grande parte devido à liquidação de contratos longos.

A atividade das plataformas de petróleo dos EUA aumentou ligeiramente pela primeira vez desde abril, com uma plataforma adicional entrando em operação na semana passada, totalizando 411 plataformas ativas, de acordo com a Baker Hughes (NASDAQ:BKR).

“A atividade de sondas diminuiu significativamente nos últimos meses em meio à fraqueza dos preços e à perspectiva de baixa do mercado. No entanto, a estabilidade de preços mais recente ajudou a desacelerar o declínio na contagem de sondas”, observou o ING.

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