Dois dias após encontrar Vladimir Putin no Alasca, Donald Trump recebeu Volodymyr Zelensky na Casa Branca em uma reunião acompanhada de perto por sete líderes europeus. O encontro ocorre em meio a pressões crescentes para que Kiev aceite concessões no conflito com a Rússia, especialmente depois de Trump ter dito que “Zelensky pode encerrar a guerra quase imediatamente”.
O clima em Washington foi bem diferente do observado no Alasca. Se na recepção a Putin houve gestos de proximidade e tapete vermelho, a chegada de Zelensky foi marcada por forte aparato de segurança e semblantes mais sérios. O presidente ucraniano tenta reforçar sua posição, destacando que não aceitará a perda de território em troca da paz, mesmo diante da pressão internacional.
Trump voltou a repetir que a responsabilidade agora está em Kiev. “A Rússia é uma potência muito grande e eles não são. Cabe ao presidente Zelensky tomar essa decisão”, declarou, em linha com a posição apresentada após o encontro com Putin. A fala aumentou o temor entre diplomatas europeus de que os EUA possam reduzir o nível de apoio incondicional à Ucrânia.
Por sua vez, Zelensky aproveitou a ocasião para insistir na necessidade de garantias de segurança. Reforçou que a Ucrânia precisa de compromissos equivalentes aos da Otan para que um eventual acordo não deixe o país vulnerável a novas ofensivas russas. Também cobrou que a Europa e os EUA mantenham firme o fornecimento de armamentos e recursos financeiros.
Nos bastidores, fontes diplomáticas afirmam que Putin condicionou qualquer cessar-fogo ao controle total do Donbass, região que se tornou o epicentro da guerra desde 2014. A exigência russa representa um desafio direto a Zelensky, que já declarou publicamente não estar disposto a abrir mão de nenhuma parte do território ucraniano.
O encontro contou com a presença de líderes de França, Alemanha, Reino Unido, Polônia, Itália, Espanha e Canadá. Todos reforçaram apoio à Ucrânia, mas também demonstraram preocupação com o impasse. Segundo analistas, cresce no bloco europeu a sensação de que Trump pode tentar costurar uma cúpula tripartite ainda esta semana, envolvendo Rússia e Ucrânia.
Enquanto isso, a guerra segue sem perspectiva clara de encerramento. O contraste entre as duas reuniões — com Putin e depois com Zelensky — expôs o papel central de Trump como mediador improvisado, mas também revelou a fragilidade da posição ucraniana diante da pressão internacional por resultados rápidos.
A expectativa agora é se Trump conseguirá transformar os encontros em uma rodada mais ampla de negociações ou se o impasse continuará. Para Zelensky, cada declaração ambígua do ex-presidente americano pode significar perda de terreno, tanto no campo diplomático quanto no campo de batalha.
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