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Ibovespa rompe recorde histórico acima de 164 mil pontos em dia de PIB fraco e apostas em juros menores

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O Ibovespa cravou um feito histórico nesta quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, ao subir 1,67% e fechar aos 164.455,61 pontos, furando pela primeira vez a barreira dos 164 mil pontos. Foi o terceiro recorde consecutivo da semana, em um pregão marcado por forte apetite por risco e leitura de que os juros podem cair mais cedo do que se imaginava.

Dólar calmo, bolsa em festa

Enquanto a Bolsa renovava máximas, o câmbio andou de lado. O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,04%, cotado a R$ 5,3103, após recuar com mais força ao longo do dia. Com isso, a moeda acumula queda de 0,46% na semana e no mês, e perda expressiva de 14,07% no ano, reforçando o ganho relativo dos ativos locais. Notícia completa

PIB fraco gera imaginação para a Selic

O dado que comandou o pregão foi o PIB do terceiro trimestre, que avançou apenas 0,1% na comparação com o trimestre anterior, abaixo da expectativa de 0,2% e de um crescimento anterior de 0,3%. Em valores correntes, a economia movimentou R$ 3,2 trilhões. Os números consolidaram uma leitura de desaceleração e geraram a tese de corte de juros em 2026, com a Selic parada em 15% ao ano.

Serviços e famílias pisam no freio

O retrato por setores mostrou uma economia mais heterogênea. A Indústria cresceu 0,8% e a Agropecuária avançou 0,4%, mas o setor de Serviços, que responde pela maior fatia do PIB, subiu apenas 0,1%. O consumo das famílias também ficou praticamente estável, com alta de 0,1%, pressionado pelo crédito caro e pelas dívidas mais pesadas, apesar do mercado de trabalho ainda aquecido.

Investimento, governo e exportações seguram a atividade

Do lado da demanda, o consumo do governo cresceu 1,3%, ajudando a sustentar a economia, enquanto os investimentos voltaram ao terreno positivo, com alta de 0,9% após queda no trimestre anterior. No setor externo, as exportações dispararam 3,3% e as importações subiram 0,3%, com commodities como soja, carne e minério ganhando protagonismo e compensando parte dos efeitos do tarifaço.

Revisões do PIB e posição do Brasil no G-20

As novas séries do IBGE, com ano-base atualizado para 2021, reforçam a ideia de crescimento moderado, mas ainda positivo. O PIB de 2025 passou a mostrar avanços um pouco maiores no começo do ano: alta anual revisada de 3,1% no primeiro trimestre e 2,4% no segundo. A Secretaria de Política Econômica estima expansão de 2,16% em 2025, com carry-over em torno de 2,2% e o Brasil ocupando posições intermediárias no ranking do G-20.

Bolsa olha para o PIB, mas também para o social

O pano de fundo macroeconômico inclui a queda consistente da pobreza. Em 2024, 48,9 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha de pobreza, ou 23,1% da população, o menor nível da série iniciada em 2012. A extrema pobreza recuou para 3,5%. Ainda assim, persistem fortes desigualdades regionais e raciais, e o Índice de Gini, embora tenha caído para 0,504, continua evidenciando grande concentração de renda.

Um estudo atribuiu a melhora a dois vetores principais: um mercado de trabalho mais aquecido e o reforço dos programas de transferência de renda, especialmente a transição do Auxílio Brasil para um Bolsa Família mais robusto, com piso de R$ 600 a partir do segundo semestre de 2022.

Sem esses programas, o IBGE estima que o Índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, seria de 0,542, bem acima dos 0,504 registrados em 2024, o menor patamar da série. Entre idosos, a ausência de benefícios previdenciários elevaria a extrema pobreza de 1,9% para mais de 35%, mostrando o peso do Estado na sustentação da renda.

Haddad vende o “melhor dos dois mundos”

Em meio ao rali da Bolsa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a narrativa de que o país vive um ciclo raro de inflação e desemprego em baixa. Ele afirmou que, considerando os quatro anos de mandato, o governo registrará a menor inflação da história, com o IPCA-15 em torno de 4,5% em 12 meses até novembro, desemprego em 5,4% e investimento em infraestrutura recorde, na casa de R$ 261 bilhões.

LDO 2026, meta fiscal e o ano eleitoral

No campo fiscal, o Congresso aprovou a LDO de 2026, definindo meta central de superávit de cerca de R$ 34,3 bilhões, com faixa de tolerância que vai de déficit zero a superávit de R$ 68,5 bilhões. Uma mudança importante foi a autorização para excluir até R$ 10 bilhões em gastos com planos de reestruturação de estatais do cálculo da meta, alívio que tende a beneficiar principalmente os Correios.

Emendas, fundos e a política do caixa

A LDO também consolidou o peso da política em ano eleitoral. O governo terá de pagar mais da metade das emendas parlamentares até o fim do primeiro semestre, incluindo 65% dos recursos para saúde e assistência social e reforçando o calendário das chamadas “emendas PIX”. Ao mesmo tempo, foram aprovadas regras que ampliam o fundo partidário e blindam valores de fundos partidário e eleitoral de contingenciamento.

Tensão entre Poderes e ruído institucional

Essas definições orçamentárias ocorrem em meio a crescente atrito entre STF e Congresso. A decisão do ministro Gilmar Mendes, restringindo à PGR o pedido de impeachment de ministros da Corte, irritou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e levou a AGU a pedir reconsideração. Em paralelo, Alcolumbre sinalizou que a sabatina de Jorge Messias para o STF deve ficar para 2026, deixando a pauta política ainda mais carregada.

Recordes na B3 e o peso dos “blue chips”

No pregão, quem puxou o índice foram justamente os papéis de maior peso na carteira teórica do Ibovespa.

Vale (BOV:VALE3) subiu para R$ 71,99, alta de 1,84%. Petrobras (BOV:PETR4) avançou 0,93%, a R$ 32,61, enquanto Itaú Unibanco (BOV:ITUB4), Bradesco (BOV:BBDC4) e Itaúsa (ITSA4) registraram ganhos entre 1,4% e 2,8%, respondendo por cerca de 30% da composição do índice. O ETF IBOV11 (BOV:IBOV11) também fez agitou a festa, com alta de 1,53%, a 164.093 pontos.

Dividendo gordo, bolsa pensa em renda

O anúncio de R$ 1 bilhão em dividendos pela Cyrela (BOV:CYRE3), equivalentes a R$ 2,7299212050 por ação, com data-base em 9 de dezembro e pagamento em 12, intensificou o apelo das ações ligadas ao setor imobiliário em um ambiente de juros potencialmente mais amigáveis adiante. A combinação de renda recorrente, possível alívio monetário e forte fluxo para a Bolsa ajuda a explicar por que, mesmo com um PIB de “economia de lado”, o Ibovespa segue escrevendo novos capítulos na sua sequência de recordes.

Varejo entre a euforia e a realização

O fluxo também passou pelas varejistas, tradicionais sensíveis à curva de juros. Casas Bahia (BOV:BHIA3), por sua vez, subiu 0,59% a R$ 3,43. Já outras recuaram, como a C&A (BOV:CEAB3), que caiu 1,06%, a R$ 16,84, e despontando no ranking de volume, com mais de 73,5 milhões de ações negociadas. Lojas Renner (BOV:LREN3) recuou 2,65%, a R$ 15,05, enquanto Grupo SBF (BOV:SBFG3) caiu 3,51%, a R$ 15,10.

Outras quedas pontuais e sinais de rotação

Do lado negativo, Arandu Investimentos (BOV:ARND3) afundou 30,38%, a R$ 1,10, liderando as perdas percentuais, em movimento típico de baixa liquidez. Empresas ligadas a consumo e imóveis também apareceram entre as maiores quedas, caso de São Carlos (BOV:SCAR3), com baixa de 5,58%, e Log-In (BOV:LOGN3), que perdeu 7,08%. Embraer (BOV:EMBJ3) recuou 2,21%, a R$ 84,55.

Volume fervente e liquidez espalhada

A B3 registrou grande volume, na casa de R$ 30,3 bilhões em ações, com forte concentração em nomes de grande capitalização e alguns cases de varejo. Além de C&A e Grupo SBF, papéis como RNI (BOV:RDNI3), Azul (BOV:AZUL4), Pet Center (BOV:PETZ3), Dasa (BOV:DASA3) e Paranapanema (BOV:PMAM3) tiveram altos volumes, indicando rotação entre setores cíclicos e reprecificação de empresas mais alavancadas à queda futura da Selic.

Mercados internacionais

No exterior, o dia foi mais morno, mas ainda favorável ao apetite por risco. Em Nova York, o Dow Jones recuou 0,07%, aos 47.850,94 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,11%, a 6.857,12 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,22%, aos 23.505,14 pontos. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego caíram de 216 mil para 191 mil, com uma leitura de desaceleração gradual da economia e alimentando a expectativa de corte de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve na “Super Quarta” da próxima semana.

Na Europa, o clima foi mais positivo. O Stoxx 600 avançou 0,51%, a 579,17 pontos, com destaque para montadoras, enquanto investidores monitoram possíveis avanços em negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. O DAX subiu 0,85%, o CAC 40 ganhou 0,52% e o FTSE 100 avançou 0,30%. Fechamento europeu

Na Ásia, o Nikkei disparou 2,33%, a 49.864 pontos, e o Hang Seng subiu 0,68%, mas a China continental mostrou fraqueza, com o SSEC em leve queda de 0,06%, em meio a preocupações com serviços e risco de deflação. Fechamento asiático

BRB, Banco Master e o risco de crédito em evidência

Enquanto a Bolsa mira novos recordes, o noticiário de crédito lembra que o ambiente local ainda é permeado por riscos idiossincráticos, com o setor financeiro sob lupa das agências.

A Moody’s (NYSE:MCO) retirou todas as classificações do Banco de Brasília (BRB), incluindo ratings de depósitos em moeda local e estrangeira e notas de risco de contraparte, que estavam em revisão para possível rebaixamento. As notas de longo prazo passaram do status “em revisão” para simplesmente “retiradas”, gerando a percepção de incerteza em torno do perfil de risco da instituição em meio às investigações que cercam o Banco Master e um ambiente regulatório mais atento.

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Agenda verde, agro, ruídos setoriais, e … apostas e riscos para o sistema

No agronegócio, o governo suspendeu temporariamente a inclusão da tilápia na Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, aliviando o setor produtivo que temia restrições a um dos peixes mais cultivados do país. A decisão dialoga com o discurso oficial de incentivo a cadeias produtivas e energia limpa, tema reforçado pelo presidente Lula ao destacar a alta participação de renováveis na matriz brasileira e a produção de veículos elétricos em novas plantas industriais.

Ainda no noticiário regulatório, o TCU cobrou do Ministério da Fazenda reforço estrutural da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), responsável por regular o mercado de bets. A Corte alertou que a falta de pessoal, tecnologia e orçamento torna a regulação meramente formal e aumenta o risco de uso das apostas para ilícitos financeiros. O movimento dialoga com o maior escrutínio sobre instituições financeiras, como evidenciam a Operação Compliance Zero, envolvendo o Banco Master, e decisões recentes do STF que trazem essas investigações para a esfera da Corte.

Perspectivas: bolsa entre o social, o fiscal e o eleitoral

No fim do dia, o Ibovespa que marca recordes acima de 164 mil pontos é o mesmo que precifica, ao mesmo tempo, PIB fraco, juros ainda em 15%, deterioração fiscal, queda da pobreza, avanço das energias renováveis, tensão entre Poderes e uma eleição potencialmente binária em 2026. É essa mistura de risco e oportunidade, como explica por que o JPMorgan vê espaço para o índice ir a 190 mil pontos no cenário base e até 230 mil pontos em um cenário de mudança de rota fiscal. Certamente, como sabemos, o caminho até lá não deve ser em linha reta.

Este conteúdo é apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento financeiro, de investimento ou de qualquer outra natureza profissional. Não deve ser considerado uma recomendação de compra ou venda de quaisquer valores mobiliários ou instrumentos financeiros. Todos os investimentos envolvem riscos, incluindo a potencial perda do principal. O desempenho passado não é indicativo de resultados futuros. Você deve conduzir sua própria pesquisa e consultar um consultor financeiro qualificado antes de tomar qualquer decisão de investimento. Algumas partes deste conteúdo podem ter sido geradas ou assistidas por ferramentas de inteligência artificial (IA) e revisadas por nossa equipe editorial para garantir precisão e qualidade.

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