Ambev: queda na produção de cerveja pressiona ações na bolsa de valores

Dados do IBGE mostram retração de 15% nos volumes de cerveja em julho de 2025; ações da Ambev (ABEV3) caem quase 2% e refletem cenário de consumo mais fraco no Brasil.

As ações da Ambev (BOV:ABEV3) recuam nesta quarta-feira (03/09) após a divulgação dos dados de produção industrial do IBGE referentes a julho de 2025. Os números mostram uma queda significativa de 15% nos volumes de cerveja em relação ao mesmo período do ano anterior, sinalizando fraqueza na demanda do consumidor brasileiro.

O resultado reforça a percepção de analistas de que a indústria de bebidas enfrenta um ambiente desafiador. Segundo o Bradesco BBI, mesmo considerando a volatilidade dos dados mensais, o acumulado do ano já aponta queda de 3,6% em relação a 2024, e o recuo nos últimos 12 meses foi de 3%. A avaliação é de que o espaço para novos reajustes de preços está cada vez mais limitado em um mercado de consumo enfraquecido.

O enfraquecimento não afeta apenas a Ambev. A Heineken, em evento recente com consumidores, também destacou que a demanda brasileira perdeu força desde o segundo trimestre. O Goldman Sachs, por sua vez, atribui o resultado fraco a fatores como concorrência acirrada, condições macroeconômicas desfavoráveis e mudanças nos hábitos de consumo. O banco mantém recomendação de venda para ABEV3.

“O setor de cerveja no Brasil historicamente apresenta volatilidade, mas desta vez a queda é mais estrutural, com impacto direto nas margens da Ambev”, destacou o BBI. Já o Goldman Sachs projeta volumes ainda mais pressionados em agosto, o que pode comprometer o crescimento anual da companhia no terceiro trimestre.

Às 11h25 (horário de Brasília), os papéis da Ambev (ABEV3) recuavam 1,97%, cotados a R$ 11,92, após abrirem o pregão a R$ 11,90. No dia, a mínima foi de R$ 11,75 e a máxima de R$ 11,96. No acumulado das últimas 52 semanas, a ação variou entre R$ 10,72 e R$ 15,03.

A Ambev é uma das maiores fabricantes de bebidas do mundo, com atuação em cervejas, refrigerantes, energéticos e águas. Líder no mercado brasileiro, a companhia disputa espaço com grupos como Heineken e Coca-Cola Femsa, além de enfrentar crescente concorrência de marcas regionais.

O desempenho da Ambev (ABEV3) chama a atenção de investidores que acompanham o setor de bebidas na bolsa de valores.