Banco da Rússia corta taxas em 1 ponto-base para 17% e projeta inflação controlada até 2026

O Banco da Rússia anunciou nesta sexta-feira (12/09) um corte de 1 ponto percentual em sua taxa de juros básica, reduzindo-a para 17%. A autoridade monetária espera que a inflação caia para um intervalo entre 6% e 7% em 2025, retorne ao patamar de 4% em 2026 e se mantenha na meta a partir desse período. Atualmente, a inflação anual está em 8,2%, medida em 8 de setembro.

De acordo com o banco central, as condições monetárias restritivas continuam desempenhando papel relevante no processo de desinflação, ainda que as expectativas de inflação sigam em níveis elevados. Segundo a instituição, “uma nova queda na taxa de crescimento da economia global e dos preços do petróleo em caso de intensificação das disputas comerciais pode ter efeitos pró-inflacionários por meio da dinâmica da taxa de câmbio do rublo”. A autoridade também descreveu a atividade empresarial como “irregular”, destacando uma “desaceleração significativa” nos setores voltados para a exportação.

Esse corte de juros pode trazer impactos relevantes para o mercado financeiro russo. Uma taxa básica mais baixa tende a estimular o crédito e o consumo interno, mas também pode pressionar a taxa de câmbio do rublo (FX:USDRUB), que já reflete a sensibilidade às oscilações do petróleo (CCOM:OILBRENT | CCOM:OILCRUDE). O movimento pode gerar volatilidade tanto no mercado de câmbio quanto nos títulos públicos da Rússia.

No cenário internacional, a decisão reforça a percepção de que os bancos centrais de economias emergentes estão buscando equilibrar inflação e crescimento em meio a um ambiente global de incertezas. Para investidores, isso significa atenção redobrada à trajetória do rublo e aos preços das commodities energéticas, que seguem como termômetro da economia russa.

Embora não haja cotações diretas anexadas, o corte da taxa de juros se insere em um contexto de mercados globais atentos às mudanças de política monetária. Para investidores, a decisão sinaliza que o Banco da Rússia busca calibrar o equilíbrio entre inflação e atividade econômica, o que pode impactar fluxos de capitais e a percepção de risco no curto prazo.