Dow Jones Futuros caem com dados econômicos no radar, Nestlé em queda após saída de CEO e ouro em máxima histórica

Os futuros de ações dos EUA recuaram no início de uma semana encurtada pelo feriado, com os investidores acompanhando de perto os próximos comunicados econômicos que podem sinalizar a direção futura das taxas de juros americanas.

A gigante suíça de alimentos Nestlé caiu após a saída abrupta de seu CEO, enquanto o ouro atingiu máximas históricas em meio a expectativas de cortes de juros e incertezas comerciais.

Retiro de Futuros

Os contratos futuros dos principais índices dos EUA recuaram na terça-feira, com a volta dos investidores do recesso do Labor Day (Dia do Trabalho).

Às 04h37 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones recuavam 113 pontos (0,3%), os futuros do S&P 500 recuavam 15 pontos (0,2%) e os futuros do Nasdaq 100 recuavam 65 pontos (0,3%).

Apesar de agosto ser historicamente volátil, o S&P 500 subiu 1,9% no mês, elevando os ganhos acumulados no ano para cerca de 10% e mantendo o índice próximo de máximas históricas. A alta dá continuidade à recuperação das ações desde abril, quando preocupações com tarifas amplas dos EUA causaram uma liquidação do mercado.

Dados Econômicos em Foco

Os investidores aguardam um conjunto importante de indicadores econômicos, incluindo o relatório de folha de pagamento não agrícola dos EUA, divulgado na sexta-feira.

Analistas sugerem que o crescimento do emprego em agosto, mais fraco do que o esperado — após um julho fraco e revisões para baixo em relação aos meses anteriores — pode reforçar as apostas em um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de política monetária de 16 e 17 de setembro.

As projeções atuais preveem cerca de 74.000 novos empregos, ligeiramente acima dos 73.000 de julho.

Terça-feira também traz o índice de manufatura do ISM para agosto, projetado em 49,0, acima dos 48,0 em julho, mas ainda sinalizando contração, pois permanece abaixo do limite de expansão de 50 pontos.

Saída do CEO da Nestlé

As ações da Nestlé (LSE:0RR6) caíram mais de 3% depois que o CEO Laurent Freixe foi removido após uma investigação do conselho que encontrou uma violação da política da empresa relacionada a um relacionamento romântico não revelado com um subordinado.

Philipp Navratil, executivo de longa data que anteriormente liderou a divisão Nespresso da Nestlé, assume imediatamente. A mudança de liderança aumenta a pressão sobre uma empresa que já enfrenta vários anos de crescimento lento e uma mudança anterior de CEO, com o presidente Paul Bulcke planejando deixar o cargo em 2026.

Ouro atinge máxima histórica

O ouro atingiu níveis recordes na terça-feira, com o aumento da demanda por ativos de refúgio em meio a expectativas de juros mais baixos nos EUA e incertezas comerciais.

O ouro à vista subiu 0,8%, para US$ 3.508,54 a onça, enquanto os futuros para dezembro atingiram US$ 3.578,20. Às 04h27 (horário de Brasília), os preços à vista recuaram ligeiramente para US$ 3.482,28 a onça.

Metais preciosos como prata e platina também registraram ganhos, com a prata perto do pico em 14 anos e a platina perto do máximo em 11 anos.

O dólar caiu para a mínima em cinco semanas, impulsionando a demanda por ativos sem rendimento em relação aos títulos do governo.

A incerteza jurídica em torno das tarifas americanas, após uma decisão judicial considerar certas medidas da era Trump ilegais, mas permitir que permanecessem até meados de outubro, também contribuiu para a volatilidade do mercado.

Aumento dos preços do petróleo

O petróleo bruto ampliou os ganhos, com os contratos futuros do Brent para novembro subindo 0,9%, para US$ 68,74 o barril, e o petróleo WTI, 1%, para US$ 65,24 o barril.

Os traders avaliaram o risco de interrupções no fornecimento por parte da Rússia e da Ucrânia em relação ao aumento da produção dos países da OPEP+. A recente intensificação dos ataques aéreos e as potenciais sanções ao petróleo russo aumentaram as preocupações com a oferta, enquanto o aumento da produção da OPEP+ aumentou os temores de excesso de oferta.

Os participantes do mercado estão atentos à reunião da OPEP+ de 7 de setembro para obter mais orientações sobre as políticas de produção.

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