Ouro se mantém firme perto de níveis recordes em meio a comentários de Powell e dados fracos dos EUA

Os preços do ouro permaneceram praticamente inalterados nas negociações asiáticas na quarta-feira, 24 de setembro de 2025, ficando próximos dos recordes recentes após comentários do presidente do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell, despertarem preocupações do mercado sobre crescimento, inflação e taxas de juros.

A demanda por ouro e outros metais preciosos por ativos de refúgio aumentou, enquanto o dólar americano persistentemente fraco manteve os metais apoiados. Os investidores também mostraram cautela antes dos principais relatórios econômicos desta semana, juntamente com os resultados decepcionantes do índice de gerentes de compras (PMI) dos EUA.

O ouro à vista subiu 0,3%, para US$ 3.776,20 a onça, enquanto os futuros do ouro recuaram 0,2%, para US$ 3.808,50 a onça, às 02h39 (horário de Brasília).

Powell destaca a incerteza econômica

O ouro à vista atingiu o recorde de US$ 3.791,10 a onça na terça-feira, mantendo seus níveis elevados após uma forte alta na semana passada.

O presidente do Fed, Powell, alertou na terça-feira à noite que a economia dos EUA enfrenta uma incerteza crescente, enfatizando que não há um “caminho livre de riscos” para cortar as taxas de juros e, ao mesmo tempo, manter a inflação sob controle e sustentar o crescimento do emprego.

Ele também observou que o mercado de trabalho enfraqueceu significativamente nos últimos meses, enquanto a inflação permanece persistente, complicando os esforços para flexibilizar a política monetária.

Esses comentários foram feitos apenas uma semana após o Fed reduzir as taxas de juros em 25 pontos-base, sinalizando que mais flexibilização pode estar a caminho. O ouro disparou após o corte da taxa, já que rendimentos mais baixos tendem a tornar ativos sem rendimento, como metais, mais atraentes.

As expectativas do mercado, monitoradas pelo CME FedWatch, sugerem pelo menos dois cortes adicionais de 25 pontos-base neste ano. Novos sinais de fraqueza econômica nos EUA podem levar o Fed a estender o afrouxamento monetário, com o dólar permanecendo próximo das mínimas em três anos.

Fraqueza do PMI dos EUA aumenta cautela

As leituras do PMI de setembro indicaram uma expansão mais lenta do que o esperado tanto na indústria quanto nos serviços, já que as empresas enfrentaram tarifas comerciais mais altas, inflação persistente e gastos moderados do consumidor.

Outros metais sobem

Outros metais preciosos subiram na quarta-feira, com a platina à vista subindo 0,6%, para US$ 1.485,41 a onça, e a prata à vista subindo 0,5%, para US$ 44,2495 a onça.

Os metais industriais também tiveram ganhos modestos, com os futuros de cobre da London Metal Exchange subindo 0,1%, para US$ 9.999,95 por tonelada, e os futuros de cobre da COMEX subindo para US$ 4,6430 por libra.

O foco muda para dados importantes dos EUA

Os investidores estão acompanhando de perto os próximos lançamentos econômicos dos EUA, incluindo a leitura final do PIB do segundo trimestre na quinta-feira, que deve confirmar um crescimento mais forte do que o previsto.

O índice de preços PCE, a medida de inflação preferida do Fed, será divulgado na sexta-feira, e analistas esperam que a inflação permaneça elevada em agosto. Vários membros do Fed também devem se pronunciar nos próximos dias, fornecendo comentários adicionais que podem influenciar o mercado.

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