Produção de veículos recua 4,8% em agosto

A produção de veículos no Brasil registrou retração de 4,8% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2024, totalizando 247 mil unidades. Apesar do recuo anual, o setor conseguiu apresentar uma alta de 3% em relação a julho deste ano, considerando carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.

O balanço divulgado nesta terça-feira (09/09) pela Anfavea, associação que representa as montadoras, mostra que, no acumulado entre janeiro e agosto, foram montados 1,743 milhão de veículos, avanço de 6% frente ao mesmo período de 2024.

As vendas internas, por outro lado, recuaram. Em agosto, 225,4 mil unidades foram comercializadas, queda de 5,1% em relação a agosto de 2024. Na comparação mensal, o desempenho também foi negativo, com baixa de 7,3% frente a julho. Ainda assim, no acumulado do ano, há crescimento de 2,8% em relação a 2024.

As exportações, entretanto, foram o ponto de destaque do relatório. O setor embarcou 57,1 mil veículos em agosto, aumento de 49,3% sobre agosto de 2024 e de 19,3% frente a julho deste ano. No acumulado dos oito primeiros meses de 2025, as exportações alcançaram 378,2 mil unidades, alta expressiva de 55,9% ante igual período do ano anterior. A Argentina se mantém como principal destino, sendo o motor desse crescimento.

O levantamento da Anfavea também indicou a criação de 700 novas vagas de emprego em agosto. Ao todo, as montadoras empregam agora 110,1 mil trabalhadores.

Esse desempenho misto — queda na produção e vendas internas, mas forte alta nas exportações — tende a impactar as expectativas para as ações de montadoras listadas na bolsa de valores, como Volkswagen, Stellantis, General Motors e Toyota, além de influenciar fornecedores e empresas ligadas à cadeia automotiva. O destaque para o mercado externo pode ajudar a sustentar margens e dar fôlego às companhias diante da fraqueza da demanda doméstica.

No contexto atual da bolsa de valores brasileira, os números da indústria automotiva reforçam a relevância do mercado externo como motor de crescimento para o setor. Esse movimento pode trazer volatilidade às ações de montadoras e fabricantes de autopeças, que tendem a acompanhar tanto os dados de produção interna quanto a evolução das exportações.

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