Dow Jones futuros recuam após encontro entre Trump e Xi e alerta do Fed sobre confiança excessiva

Os futuros dos EUA permaneceram estáveis ​​na quinta-feira, 30 de outubro de 2025, enquanto os investidores avaliavam uma série de desenvolvimentos cruciais — desde a mais recente decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros até um raro encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, e os resultados financeiros extraordinários de grandes empresas de tecnologia que estão expandindo suas ambições em inteligência artificial.

Wall Street faz uma pausa após sessão volátil

Às 08h16 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones recuavam 118 pontos (-0,25%), enquanto os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 apresentavam quedas marginais.

O início cauteloso seguiu um fechamento misto na quarta-feira: o Dow Jones Industrial Average caiu 0,2%, o S&P 500 fechou estável e o Nasdaq Composite subiu 0,6%, impulsionado pela valorização recorde da Nvidia (NASDAQ:NVDA), que a tornou a primeira empresa avaliada em US$ 5 trilhões.

O bom momento dos resultados financeiros também continuou a influenciar o sentimento do mercado. A Caterpillar (NYSE:CAT) apresentou resultados do terceiro trimestre melhores do que o esperado, o que fez com que suas ações subissem 11,6%, proporcionando um impulso incomum para as empresas do setor industrial.

O Fed reduz as taxas de juros novamente, mas alerta contra o excesso de confiança

O Federal Reserve reduziu sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, para uma faixa entre 3,75% e 4,00%, na quarta-feira, marcando seu terceiro corte de juros em 2025. A medida era amplamente esperada, mas as autoridades ofereceram pouca clareza sobre os próximos passos em meio à falta de dados causada pela paralisação do governo dos EUA.

As divisões dentro do banco central tornaram-se evidentes: o membro do Conselho de Governadores do Fed, Stephen Miran, indicado por Trump, pressionou por um corte de 50 pontos-base, enquanto o presidente do Fed de Kansas City, Jeffery Schmid, argumentou pela manutenção das taxas inalteradas.

Em sua coletiva de imprensa após a reunião, o presidente Jerome Powell enfatizou que outra alteração na taxa de juros em dezembro estava “longe de” ser garantida, levando os investidores a reduzirem as expectativas de um novo corte — precificando uma probabilidade de 71%, abaixo dos 90% anteriores.

Powell também confirmou que o Fed encerraria seu programa de aperto quantitativo, interrompendo a liquidação de títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas devido às tensões nos mercados de financiamento overnight.

Em outros lugares, o Banco do Japão manteve sua política monetária inalterada, mas reiterou os planos de aumentar gradualmente as taxas de juros, caso as condições o justifiquem. Enquanto isso, espera-se que o Banco Central Europeu mantenha as taxas estáveis ​​em 2%, com Christine Lagarde observando no mês passado que o BCE estava “em uma boa posição”.

Trump e Xi chegam a um entendimento comercial cauteloso

A política comercial voltou ao centro das atenções quando o presidente norte-americano Donald Trump se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping em Busan, na Coreia do Sul, pela primeira vez em seis anos. Trump classificou as conversas como “incríveis” e disse que os dois lados chegaram a um acordo de um ano que abrange terras raras e minerais críticos, além de uma redução de 10% nas tarifas relacionadas ao fentanil.

Em troca, Pequim prometeu combater a exportação de produtos químicos usados ​​na produção de fentanil e suspender as restrições aos minerais de terras raras, um insumo essencial para as indústrias de veículos elétricos e semicondutores. Trump acrescentou que a China começaria a comprar “quantidades enormes” de soja e produtos agrícolas dos EUA “imediatamente”.

O Ministério do Comércio da China confirmou a suspensão por um ano das restrições às terras raras e um entendimento mútuo sobre o comércio de fentanil e produtos agrícolas.

Trump afirmou que o chip de IA Blackwell da Nvidia não foi discutido, esclarecendo que o futuro da empresa na China — um mercado de US$ 50 bilhões — permanece “nas mãos da empresa”.

Após a reunião de 90 minutos, analistas da Vital Knowledge observaram que “os resultados não alteram o status quo” da dinâmica comercial entre EUA e China.

Os resultados financeiros das gigantescas empresas de tecnologia reforçam o boom de gastos com IA.

Os investidores também voltaram sua atenção para uma série de resultados das maiores empresas de tecnologia dos EUA, com a Meta Platforms (NASDAQ:META) , Alphabet (NASDAQ:GOOG) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) divulgando seus resultados na noite de quarta-feira, e a Apple (NASDAQ:AAPL) e a Amazon (NASDAQ:AMZN) divulgando os seus em seguida.

As ações da Meta despencaram mais de 7% após o fechamento do mercado, depois que a empresa anunciou que aumentaria “agressivamente” os investimentos no desenvolvimento de inteligência artificial capaz de superar a inteligência humana. O anúncio assustou os investidores, que já estavam receosos com o aumento dos custos. Embora a receita tenha atingido um recorde histórico, a empresa não alcançou as previsões de lucro devido a uma obrigação tributária decorrente da legislação orçamentária de Trump.

A Alphabet, empresa controladora do Google, registrou receita trimestral recorde e um aumento de 33% no lucro, para US$ 35 bilhões, impulsionado por fortes resultados em computação em nuvem e publicidade digital. As ações subiram 7% no pregão estendido.

A Microsoft também relatou uma forte demanda por seus serviços de nuvem e IA, revelando planos para dobrar a capacidade de seus data centers nos próximos dois anos. No entanto, a administração alertou que as despesas relacionadas à IA excederão as estimativas anteriores, o que fez com que as ações caíssem 2% após o fechamento do mercado.

Analistas de mercado alertaram que o ciclo agressivo de gastos do setor pode eventualmente desencadear uma bolha de valorização impulsionada por IA, semelhante ao boom da internet.

OpenAI almeja IPO recorde

Para impulsionar ainda mais o setor, a Reuters noticiou que a OpenAI está se preparando para uma oferta pública inicial (IPO) em 2027, que poderá avaliar a empresa em até US$ 1 trilhão, tornando-se potencialmente o maior IPO da história.

A empresa planeja captar pelo menos US$ 60 bilhões, com um pedido formal de abertura de capital previsto para o segundo semestre de 2026, segundo o relatório. Tal oferta proporcionaria ao CEO Sam Altman recursos substanciais para avançar com sua visão de inteligência artificial geral.

A OpenAI, criadora do ChatGPT, já investiu centenas de bilhões de dólares em chips e infraestrutura de IA. No início desta semana, a empresa finalizou um acordo com a Microsoft, sua maior investidora, permitindo a transição para uma estrutura com fins lucrativos para financiar sua expansão futura.

Crédito da foto: Canva

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