Fluxo cambial do Brasil volta ao positivo em outubro. Comércio puxa saldo enquanto canal financeiro segue negativo

O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 501 milhões em outubro até o dia 10, impulsionado pela entrada de recursos na via comercial, conforme informou o Banco Central nesta quarta-feira (15/10). Os dados são preliminares e fazem parte das estatísticas de câmbio contratado.

No canal financeiro, que reúne investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucros e pagamentos de juros, o saldo foi negativo em US$ 2,778 bilhões no período. Já pelo canal comercial — onde são registradas as operações de exportação e importação —, o resultado foi positivo em US$ 3,279 bilhões até o dia 10.

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Na semana de 6 a 10 de outubro, o fluxo cambial total permaneceu positivo, somando US$ 738 milhões. Apesar da recuperação parcial observada neste início de mês, o saldo acumulado do ano até 10 de outubro continua negativo em US$ 16,841 bilhões, refletindo a maior saída de capitais no mercado financeiro.

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O desempenho mostra um contraste entre o vigor das exportações e a fraqueza do fluxo financeiro, que segue pressionado por fatores externos, como juros altos no mercado norte-americano (CCOM:US500 | CCOM:US30 | CCOM:US100) e menor apetite de investidores estrangeiros por ativos emergentes.

Em termos de impacto, a melhora do fluxo cambial pode ajudar a aliviar a pressão sobre o câmbio, favorecendo o real frente ao dólar (FX:USDBRL). No entanto, a continuidade das saídas financeiras limita o espaço para uma valorização mais consistente da moeda brasileira e pode manter os juros futuros (BMF:DI1FUT) em níveis elevados, diante da incerteza global.

No contexto atual da economia, o resultado positivo do início de outubro traz algum alívio para o mercado de câmbio, mas ainda não altera de forma estrutural a tendência de volatilidade observada no dólar (FX:USDBRL), que segue sensível às movimentações externas e à percepção de risco doméstico.

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