
Apesar da redução de 1,8% no lucro líquido, Marcopolo (POMO4) registra aumento de 8,2% na receita operacional líquida no 3º trimestre, impulsionada pelo desempenho internacional e expansão de exportações.
A Marcopolo S.A. (BOV:POMO4) divulgou nesta quinta-feira (30/10) seus resultados do terceiro trimestre de 2025, registrando lucro líquido de R$ 329,6 milhões, uma queda de 1,8% frente ao mesmo período de 2024. O Ebitda totalizou R$ 419,8 milhões, com margem de 16,8%, 3,3 pontos porcentuais menor que no ano anterior. Em contrapartida, a receita operacional líquida avançou 8,2%, alcançando R$ 2,505 bilhões, sustentada principalmente pelas operações internacionais e aumento das exportações.
O desempenho revela um cenário misto para a Marcopolo. Enquanto as operações externas mostraram robustez, refletindo melhor mix de vendas e ampliação de volumes, o mercado interno sofreu queda, especialmente na produção e venda de ônibus no Brasil. A dinâmica evidencia a importância crescente das vendas internacionais para o crescimento da empresa.
A produção consolidada da Marcopolo foi de 4.127 unidades no trimestre, praticamente estável (-0,1%) em relação a 2024. No Brasil, a fabricação caiu 5,1%, totalizando 3.298 unidades, enquanto no exterior houve crescimento expressivo de 26,2%, com 829 unidades produzidas. A produção brasileira de carrocerias atingiu 7.253 unidades, com 6.545 destinadas ao mercado interno e 1.140 para exportação, uma redução anual de 2,2%.
O resultado financeiro líquido ficou positivo em R$ 33 milhões, ante R$ 23 milhões no 3º trimestre de 2024. O endividamento financeiro líquido encerrou setembro em R$ 1,278 bilhão, sendo R$ 1,208 bilhão do segmento financeiro (Banco Moneo) e R$ 69,5 milhões do segmento industrial, mantendo a companhia em posição confortável para investimentos e operações.
No pregão desta sexta-feira (31/10), as ações POMO4 caíam 7,37%, sendo negociadas a R$ 8,17, após abertura em R$ 8,33 e máxima do dia de R$ 8,33. O movimento reflete o impacto imediato do lucro levemente menor sobre a percepção dos investidores, enquanto o mercado analisa a robustez da receita internacional e o cenário doméstico desafiador.
Fundada no Brasil, a Marcopolo é líder na fabricação de carrocerias para ônibus, atuando nos mercados interno e externo, com concorrentes como Neobus, Comil e Volare. A empresa oferece soluções completas de transporte coletivo e é reconhecida pela qualidade e inovação em seus produtos.
VISÃO DO MERCADO
As ações da Marcopolo (POMO4) registravam forte queda na manhã desta sexta-feira (31), após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre mostrar uma receita abaixo do esperado pelo mercado. Por volta das 11h56 (horário de Brasília), os papéis recuavam 7,03%, negociados a R$ 8,20.
De acordo com análise da XP, os números operacionais do período trouxeram sinais mistos. A demanda no mercado doméstico veio aquém do previsto, enquanto as operações internacionais, sobretudo as exportações, apresentaram desempenho mais forte. Ainda assim, a receita líquida de R$ 2,5 bilhões ficou cerca de 7% abaixo tanto da projeção da corretora quanto do consenso do mercado.
A XP também destacou que a rentabilidade do trimestre foi influenciada por fatores específicos: um impacto negativo já esperado da equivalência patrimonial da NFI e, em contrapartida, um efeito positivo ligado ao programa Mover. Considerando o resultado sem a equivalência patrimonial, a margem EBITDA ajustada alcançou 19,3%, sustentada por um portfólio com maior valor agregado — movimento que, segundo a corretora, deve continuar favorecendo o desempenho no quarto trimestre.
“Mesmo com pontos positivos, entendemos que os números podem não corresponder ao nível elevado de expectativas do mercado”, afirmou a XP. A casa avalia que a receita abaixo das projeções pode intensificar a percepção de uma possível desaceleração do ciclo à frente.
O Itaú BBA segue na mesma linha. Para o banco, a atenção dos investidores tende a recair justamente sobre o desempenho mais fraco da receita e sobre sinais de menor ritmo no mercado doméstico, o que pode levar a revisões negativas para as estimativas de 2026. Apesar disso, o Itaú manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 13 por ação.
Já o Bradesco BBI classificou o resultado como levemente negativo, destacando que a receita ficou 5% a 6% abaixo das expectativas, enquanto a margem EBITDA ajustada com equivalência patrimonial foi robusta, em 19,6%, e o lucro líquido veio em linha. Segundo o banco, o principal ponto de pressão foi a queda de 15% na receita no mercado brasileiro, sobretudo no segmento de ônibus interurbanos. A administração atribuiu o recuo às taxas de juros ainda elevadas, que levam empresas de transporte a adiar novos investimentos — movimento que o BBI acredita que pode permanecer por alguns trimestres.
Já o BTG Pactual ressaltou que a margem ajustada de 19,6% no trimestre superou as expectativas, beneficiada pelo avanço das exportações, por um mix doméstico mais favorável, pela estabilidade das entregas no programa Caminho da Escola e pelo avanço dos ônibus elétricos. O banco também manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 12.
QUER SABER COMO GANHAR MAIS?
A ADVFN oferece algumas ferramentas bem bacanas que vão te ajudar a ser um trader de sucesso
- Monitor - Lista personalizável de cotações de bolsas de valores de vários paíeses.
- Portfólio - Acompanhe seus investimentos, simule negociações e teste estratégias.
- News Scanner - Alertas de notícias com palavras-chave do seu interesse.
- Agenda Econômica - Eventos que impactam o mercado, em um só lugar.
Recursos principais