Na Bolsa de Dalian (DCE), o contrato futuro mais negociado para janeiro de 2026 encerrou o pregão cotado a 791,5 iuanes (US$ 111,03) por tonelada métrica, registrando uma alta de 1,09% em relação ao fechamento pré-feriado. O avanço foi atribuído à retomada das operações industriais e à necessidade de recompor estoques estratégicos de minério após uma semana de paralisação das negociações. Apesar disso, operadores destacaram que o volume de negociações ainda não retornou ao ritmo observado antes da Golden Week.
Na Bolsa de Cingapura (SGX), o contrato de referência do minério de ferro com teor de 62% também apresentou avanço, embora de menor intensidade. A cotação subiu 0,14%, alcançando US$ 104,35 por tonelada, refletindo o mesmo movimento de recomposição de estoques na China, principal compradora global da commodity. Analistas avaliam que o mercado de Singapura tende a reagir de forma mais contida enquanto os investidores aguardam novos indicadores sobre a produção de aço chinesa e políticas de estímulo ao setor imobiliário.
Apesar da recuperação dos contratos futuros, as ações da Vale (BOV:VALE3) recuaram 0,24%, encerrando o pregão a R$ 59,06 na bolsa de valores brasileira (B3). No mercado norte-americano, os recibos de ações (NYSE:VALE) acompanharam a direção negativa, com queda de 0,54%, a US$ 11,04. O movimento reflete tanto a cautela dos investidores estrangeiros em relação às margens de exportação da mineradora quanto a valorização recente do dólar, que tende a pressionar o preço das commodities.
Entre as mineradoras globais, o desempenho foi misto. A Rio Tinto (LSE:RIO) teve leve alta de 0,04%, cotada a £5.049,00, enquanto sua ação listada em Nova York recuou 0,52%, para US$ 67,35. Já a BHP (ASX:BHP) encerrou o dia praticamente estável, com variação de -0,04%, a US$ 56,04, após oscilar entre ganhos e perdas durante o pregão. A Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF) destoou do grupo ao subir 2,52%, impulsionada por projeções mais positivas para o consumo doméstico de aço nos Estados Unidos.
A ArcelorMittal (EU:MT) teve uma das quedas mais expressivas do setor, com retração de 3,44%, refletindo preocupações sobre o enfraquecimento das margens na Europa e a menor competitividade do aço europeu frente ao produto asiático. Por outro lado, a CSN Mineração (BOV:CMIN3) registrou leve alta de 0,18%, para R$ 5,69, acompanhando o movimento dos preços do minério e o avanço nos embarques de setembro.
Fatores que influenciaram o minério de ferro hoje:
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Reabertura da China: retomada das atividades industriais após o feriado impulsionou recomposição de estoques.
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Demanda contida: siderúrgicas ainda operam com margens comprimidas e prudência nos contratos futuros.
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Força do dólar: valorização da moeda americana pressiona preços de commodities em geral.
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Desempenho global misto: mineradoras variaram entre estabilidade e leve queda, refletindo cautela global.
No contexto mais amplo, o minério de ferro continua sendo um dos principais termômetros do apetite econômico chinês. Mesmo com a alta do dia, analistas apontam que a tendência de curto prazo ainda é de volatilidade, com possíveis correções caso o governo chinês adote medidas adicionais para conter a produção de aço e reduzir emissões industriais.
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