Ouro bate novos recordes acima de US$ 4.200 com investidores de olho na flexibilização do Fed e nos riscos comerciais

Os preços do ouro subiram ainda mais nos mercados asiáticos na quinta-feira, 16 de outubro de 2025, atingindo mais uma máxima histórica, com os investidores se posicionando para potenciais cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) e reagindo à escalada dos atritos comerciais entre EUA e China. Foi a quarta sessão consecutiva em que o metal amarelo estabeleceu um novo recorde.

O ouro à vista subiu 0,7%, para US$ 4.237,87 a onça, às 01h25 (horário de Brasília), após atingir brevemente US$ 4.241,99 no início do dia. Os contratos futuros de ouro nos EUA subiram 1,2%, para US$ 4.252,59. O metal subiu mais de 5% somente nesta semana, dando continuidade à forte alta desde o início de outubro.

Expectativas de corte de juros impulsionam o impulso

Os mercados estão agora quase precificando um corte de 25 pontos-base na reunião de outubro do Fed, seguido por outro em dezembro. Isso ocorre depois que o presidente Jerome Powell adotou um tom mais moderado em seus comentários no início desta semana, reforçando as apostas dos investidores na flexibilização monetária.

O Livro Bege do Fed, divulgado na quarta-feira, observou que “a atividade econômica dos EUA apresentou pouca alteração nas últimas semanas”, destacando a demanda mais fraca e as pressões de custos. Também apontou “sinais iniciais de arrefecimento” no mercado de trabalho, um fator-chave que sustenta as expectativas de juros mais baixos e impulsiona ativos de baixo rendimento, como o ouro.

Geopolítica e paralisação impulsionam a recuperação

O comércio de refúgio se intensificou ainda mais depois que Washington ameaçou impor novas tarifas sobre produtos chineses e Pequim retaliou expandindo os controles de exportação de materiais de terras raras. As crescentes tensões entre as duas maiores economias do mundo reacenderam os temores de uma guerra comercial mais ampla, levando os investidores a investir em ouro.

Enquanto isso, a paralisação do governo dos EUA, que agora entra em sua terceira semana, criou incerteza adicional ao atrasar a divulgação de dados econômicos e aumentar as preocupações com o impasse fiscal em Washington.

Analistas veem mais potencial de alta no futuro

Analistas do ANZ disseram que esperam que a alta do ouro se estenda em meio a esse cenário de risco geopolítico e política monetária mais flexível.

“Embora sejam feitas comparações com o pico de preços da década de 1980, o aumento atual dos preços é sustentado por fatores estruturais, indicando que os preços elevados provavelmente se manterão”, escreveram analistas.

Eles projetam que o ouro atingirá US$ 4.400 a onça até o final de 2025, podendo atingir um pico em torno de US$ 4.600 em meados de 2026, antes de diminuir no final do ano.

Outros metais são negociados silenciosamente

A alta foi menos pronunciada em outros metais. Os preços da prata subiram 0,3%, para US$ 53,13 a onça, pouco abaixo do recorde de US$ 53,6 no início desta semana, enquanto os contratos futuros de prata subiram mais de 1%.

“Os fatores que impulsionam o ouro também estão sustentando o impulso da prata. Os investidores que perderam a alta dos preços do ouro agora estão voltando sua atenção para o metal branco em busca de exposição”, acrescentaram analistas do ANZ.

Os contratos futuros de platina ficaram estáveis ​​em US$ 1.698,00/oz.

Em metais industriais, os contratos futuros de cobre de referência na Bolsa de Metais de Londres tiveram pouca alteração, cotados a US$ 10.616,20 por tonelada, enquanto os contratos futuros de cobre dos EUA subiram 0,2%, para US$ 4,98 por libra.

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